Um bom irmão

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Naquela manhã de sábado, com a cabeça latejando e uma ressaca dos infernos, eu me arrependia amargamente de ter conhecido Luke Hemmings e ser tão influenciada por aquele loiro em relação a tequila. Sentada no sofá da sala eu já tinha tomado dois analgésicos de uma vez e uma boa xícara de chá e agora analisava os dados dos candidatos para ocupar o quarto vago em nosso apartamento, essa decisão não poderia passar de hoje. Malu não tinha acordado ainda e sinceramente eu fiquei com medo de ir acordá-la e encontrar Luke, Calum ou os dois na cama dela. Ia ser traumatizante ver algum dos dois pelados e depois precisar lidar com isso tendo que vê-los todos os dias no escritório. Afastei os pensamentos sobre a nudez de meus amigos da cabeça e foquei em examinar os dados a minha frente, fazendo algumas pesquisas na internet sobre cada um dos candidatos. Fui eliminando alguns com base no que buscávamos como alguém mais compatível comigo e Malu e no fim haviam sobrado apenas dois, e eu esperaria Malu acordar para definirmos isso. Ela não se importaria se eu decidisse sozinha, mas aposto que entre os dois últimos candidatos que restaram ela ia querer expressar sua predileção absoluta por um deles. Com essa tarefa de hoje quase concluída, eu aproveitei que a dor de cabeça já tinha passado um pouco e resolvi me levantar e organizar algumas coisas pela casa.

Até que tudo estava ok, já que com a correria eu e Malu resolvemos contratar uma pessoa para cuidar da limpeza e organização do apartamento, agora que eu tinha cada vez menos tempo livre pra isso. Peguei alguns sacos de lixo para jogar fora, abri a porta do apartamento, desci pelo elevador e fui em direção ao local onde todos os moradores deveriam deixar tudo o que fosse considerado lixo para ser recolhido pelos funcionários do prédio.

Eu já amaldiçoava até a décima geração de algum morador folgado que havia deixado diversas caixas de papelão e sacos jogados na frente da porta, quando ouvi uma voz conhecida vindo pelo corredor e reclamando. Eu olhei surpresa à procura do dono daquela voz rouca e o encontrei vindo pelo corredor carregando em um braço algumas caixas vazias que cobriam o seu rosto, e na outra mão dois sacos de lixo pretos. Ele se vestia diferente do que eu estava acostumada a ver no escritório, usava algo mais casual e confortável, mas com certeza era ele, e eu me perguntava o que estaria fazendo ali.

- Por que eu tinha que ser um irmão tão bom e aceitar ajudar ela nessa mudança? Por que? Isso que dá ser um irmão legal, Harry. Só se fode, quando a linda da sua irmã resolve te botar pra carregar todo o peso. - Eu o observava rindo e claramente ele ainda não havia me visto, quando tropeçou e derrubou todas as caixas que carregava no chão. - Porra, mais que.. - Eu já ria da cara de puto dele, agora visível sem as caixas que o encobriam, quando os olhos verdes se focaram em mim.

- Precisando de ajuda? - Eu disse segurando o riso e ele sorriu surpreso e um pouquinho constrangido.

- Oi Joanna. - Bagunçou o cabelo, agora com a mão livre.

- Oi Harry. O que está fazendo aqui bagunçando o meu prédio em um sábado de manhã? - Eu coloquei uma mão na cintura com uma expressão divertida de curiosidade.

- Bagunçando não! - Ele se defendeu. - Eu estou fazendo a minha boa ação do ano e ajudando a Gemma na mudança dela. - Ele fez uma expressão de desânimo e eu ri.

- Como assim? Gemma tá se mudando pra esse prédio? - Eu não conseguia acreditar. - Espera! Ela não está se mudando para o apartamento..

- 18? - Ele me interrompeu complementando a minha pergunta com outra pergunta e eu confirmei com a cabeça. - Sim, ela está se mudando pra esse mesmo. - Ele confirmou.

- Esse apartamento é no mesmo andar que o nosso. - Concluí surpresa.

- É, imagina a minha surpresa quando eu cheguei aqui pela segunda vez em menos de 24h. - Ele riu, e eu ainda não conseguia acreditar como o mundo era pequeno, e como a irmã do meu chefe, que por um bom tempo da noite passada eu achei ser namorada dele, tinha vindo morar justamente no mesmo prédio, e exatamente no mesmo andar que o apartamento que eu dividia com Malu. - E por falar nisso, você está muito bem pra quem deveria estar de ressaca. - Ele completou passando os olhos verdes dos meus pés a minha cabeça, se demorando um pouco nas minhas coxas descobertas, por conta do short preto e camiseta larga que eu havia escolhido para passar aquele sábado em casa, e sorrindo aquele maldito sorriso de sempre.

- Nada que alguns analgésicos e um bom chá não resolvam, né. - Sorri um pouco envergonhada por conta daquele sorriso e principalmente pela menção a noite de ontem, da qual eu só tinha alguns flashes desconexos de memória, mas se tinha uma coisa que eu me lembrava era que Harry havia me trazido para casa. Graças a tequila tudo sobre a noite passada, depois de tomar o bendito Sex On The Beach, estava confuso e na verdade eu nem sabia se queria mesmo me lembrar.

- Harry, porque tá demorando tanto? Ainda tem mais caixas pra descer. - Pude ouvir a voz de Gemma vindo pelo corredor atrás de Harry. - Oi, Joanna! - Gemma disse surpresa e alegre ao me ver.

- Oi, Gemma! - Sorri tentando ser simpática.

- Você mora aqui? - Ela perguntou confusa.

- Sim, e parece que no mesmo andar que você agora.

- Não acredito! Que mundo pequeno né. - "É Gemma você nem imagina." eu quis completar, mas me contive em apenas sorrir. Agora além de trabalhar com Harry eu vou ter que me acostumar a encontrar ele por aqui também? - Adorei saber que pelo menos já conheço uma das minhas vizinhas. Não é Harry? - Gemma riu batendo o ombro de leve no de Harry, que apenas sorriu levemente. - Bom, melhor eu tirar essas caixas aqui da frente da porta né. - Ela observava a bagunça de caixas espalhadas pelo chão. - Harry, você não ouviu que eu disse pra não deixar as caixas espalhadas na frente da porta? - Ela disse olhando as caixas espalhadas pelo chão e reclamando do trabalho do irmão, ele revirou os olhos e eu ri porque ele realmente tinha feito uma tremenda bagunça.

- Da próxima vez eu não te ajudo. Mal agradecida. - Bufou e eu ri com esse lado dele que eu não imaginava que existia.

- Para de drama e vai pegar o resto das caixas, vai. Enquanto eu arrumo essa bagunça que você fez aqui, antes que eu tenha reclamação dos vizinhos no meu primeiro dia no prédio. Quanto mais cedo você terminar, mais cedo estará livre de mim. - Ela pegou o mais alto pelos ombros o girando para que virasse de costas e deu um leve empurrãozinho nele que bufou e saiu andando pelo corredor, mas segundos depois se virou prontamente parecendo se lembrar de algo.

- Você não vai subir Joanna? - Perguntou me olhando. Eu lembrei que já não tinha mais nada pra fazer ali mesmo e assenti o acompanhando até o nosso andar. - Se quiser posso te mostrar o apartamento da Gemma. - Ele disse já dentro do elevador com aquele sorriso de sempre estampando os lábios. Era engraçado, mas eu podia dizer que depois de ontem eu me sentia um pouco mais à vontade perto dele do que me sentia antes e eu não sabia explicar porque.

- Eu acho que a Gemma é quem deveria me fazer esse convite. - Ri, e ele deu de ombros.

Saímos do elevador e paramos em frente a porta do apartamento que eu dividia com Malu.

- Quais os planos pra esse sábado incrível? - Ele disse em um tom meio sarcástico que me fez rir.

- Nenhum. Eu preciso resolver umas coisas com Malu, talvez ir até o mercado comprar algumas coisas para o almoço e estudar um pouco mais tarde.

- Eu poderia te convidar pra me ajudar com a Gemma na mudança, mas aposto que qualquer coisa é melhor que isso. - Eu ri virando o rosto para porta com as chaves na mão e quase na fechadura quando ele me olhou engraçado focando os olhos em um ponto no meu rosto e se aproximou delicadamente colocando uma das mãos na lateral dele e de repente eu estava estática focada nos olhos verdes que passeavam pelo meu rosto com divertimento.

- Que foi? - Eu disse surpresa com a aproximação repentina.

- Não vai dizer hoje que os meus olhos tem risquinhos? - Ele disse sorrindo.

- E quando eu disse isso? - Perguntei confusa e ele riu espontâneo ainda segurando a lateral do meu rosto, o que automaticamente me fez sorrir e admirar o quanto ele conseguia ficar ainda mais bonito sorrindo de qualquer forma.

- Fica quietinha que eu preciso fazer uma coisa. - Ele disse aproximando ainda mais o rosto do meu. 



* Volteeei! kkkkkkkk'z

Sim eu tenho a cara de pau de aparecer aqui depois de um tempão com esse capitulinho de nada, mas antes que amaldiçoem até a minha décima geração, eu queria avisar que o próximo capítulo já tá pronto e ele sai logo logo. Na verdade era pra ser um capítulo só mas estava bem longo, dai eu resolvi dividir. hehe..

Espero que tenham gostado do capítulo, me diz ai. Besos e até logo!

Ride - HSOnde histórias criam vida. Descubra agora