Capítulo 5 - Uma Loucura

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Sailor Moon?

Por um segundo, no meio de toda a emoção de aquele homem estar tão perto com suas mãos geladas, mas olhos lindos, eu só assenti. Fiquei olhando de volta, esperando que ele continuasse o que tinha pra falar com a Sailor Moon — que, claro, que era eu. Só que aí me bateu: eu estava ali como simplesmente Tsukino Usagi. Não tinha nenhum uniforme de saia tão curta que qualquer escola me barraria na entrada. Era só eu mesma, com uma roupa bem quentinha e confortável.

— O que você disse? — perguntei. Porque também fazia sentido que eu o tivesse ouvido errado. — Que a gente se separou onde?

Pra ser sincera, aquele sábado já tinha ficado tão longo, a começar pelo nosso encontro de madrugada no onsen, que eu não lembrava mais a última vez que vira Chiba Mamoru. Só tinha certeza absoluta de que não tinha sido lá fora.

Lá fora, eu tinha saído com Chiba Takayuki, dado de cara com um youma e encontrado certo par de olhos azuis que agora estavam... Não! Isso era loucura.

Balancei a cabeça. Então, balancei mais um pouco.

— Usagi. — A voz de Mamoru era tão paciente que nem parecia ele mesmo. Não, estava muito mais em personagem com o outro dono daqueles olhos.

— Não fala assim comigo! — Pus as mãos na cabeça e dei alguns passos para trás. — Tá me deixando maluca já com esses seus olhos, aí começa a falar meu nome desse jeito!

Mamoru suspirou.

— Estava indo tudo tão bem — ele disse com um sorriso triste. — Achei realmente que já tivesse percebido quando nos falamos lá fora.

— Não percebi nada! — exclamei com pressa, como se fosse o bastante para desfazer a realidade.

Chiba Mamoru era...

— Espera, e como você desc... — Parei de falar e calculei melhor. — De onde você tirou essa doideira aí? Eu? A Sailor Moon? — Forcei uma gargalhada. — Como que a Sailor Moon seria uma menina bobinha como Tsukino Usagi?

Para minha irritação, ele só deu de ombros.

— Podia ao menos ter sido gentil e puxado meu saco... — eu disse aborrecida. — Dizer que não sou só uma menina bobinha.

— O que tá fazendo aqui? — Meu pai vinha pisando fundo em nossa direção.

— Era exatamente o que eu perguntava à Usagi, Tsukino-san. — Quando ele me viu confusa, Mamoru detalhou: — Fui bem claro no recado que o senhor deu sobre não sair do quarto até toda a história do que ela viu no onsen ser esclarecida.

— Muito obrigado, rapaz. Na verdade, falei com seu pai e todo mundo da equipe, mas ninguém ouviu nada sobre isso. — Meu pai me olhou sério.

Claro, o caso da Suzuki-san de que ninguém mais se lembrava. Obviamente, meu pai agora queria saber por que só eu estava falando daquilo. Até eu tinha me sentido meio louca mais cedo, não quero imaginar o que se passava na cabeça dele.

— Ah! Mas era o que eu tava dizendo aqui pro Mamoru! — Respirei, aproveitando o tempo para pensar melhor. — Que tinha sido só um mal-entendido, que não tinha por que ele ficar de carcereiro. Não foi o que te disse agorinha mesmo?

Mamoru assentiu. E sem perder um segundo, complementou:

— Mas por cautela, achava melhor esperarmos seu pai no quarto. Em vez disso, você decidiu fugir pelo hotel.

Então, Fique ao meu LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora