Prólogo

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Cheguei! A introdução pode parecer longa mas tudo tem um motivo! Se atentem aos >detalhes< e aproveitem, boa leitura para vocês!

❄️

Os flocos de neve caem lentamente nesse final de tarde em Nova Iorque, criando uma pintura monocromática única na janela do meu escritório. Daqui é possível ver o Central Park coberto de neve, e as pessoas andam completamente encasacadas na rua, pelo frio quase abaixo de zero.

Mesmo com o céu acinzentado sorrio observando a cidade que nunca dorme enquanto aproveito uma xícara de chocolate quente. O local está silencioso durante minha pausa então resolvo aproveitar a calmaria depois de um longo dia de trabalho que, especialmente para mim, se repetiria nas próximas horas por conta de um turno extra.

Fecho os olhos ao sentir o vapor do líquido quente aquecer meu rosto, me deliciando com o cheiro da bebida. Em poucos instantes passos afobados preenchem todo o ambiente, junto ao tilintar de chaves e uma voz preocupada e igualmente ansiosa.

— Tem certeza mesmo que quer fazer isso? Posso combinar com as meninas de chegarmos mais cedo na segunda, Any. — Joalin diz vasculhando sua bolsa.

Me viro em sua direção e pouso a xícara na mesa ao meu lado. Ando até minha amiga e pego o molho de chaves preso em seu dedo, balançando-o na frente de seu rosto.

— Estava aqui, bobinha. Tenho certeza, Jo, assim consigo cumprir minhas horas extras e tirar mais tempo lá na frente. Aproveite seu encontro, amor.

Ela suspira com um sorriso leve agradecendo pelas chaves, e se joga em meus braços para um abraço apertado.

— Você é a melhor, Any, obrigada, obrigada e obrigada! Não fica até muito tarde, parece que tem uma nevasca vindo! — fala já da porta e eu a acompanho com os olhos pelo corredor, soltando um sorriso travesso.

— E você vai se proteger no colo do Ethan, né, safada? Usem proteção, tô muito nova e pobre pra ser a tia rica!

— Vai tomar no cu, Gabrielly! — ela ri e grita já de dentro do elevador.

Ainda rindo fecho a porta e olho em volta do grande cômodo vazio que se estende a minha frente. Em segundos o espaço é preenchido por minha playlist preferida de Natal e eu mordo os lábios em um sorriso, ansiosa para começar a primeira tarefa da noite: decorar todo o escritório com o tema natalino.

Embora ainda seja o começo de novembro todos amam a decoração de Natal, então a mantemos pelo máximo de tempo possível. 

As duas próximas horas passam sem que eu perceba enquanto me embolo em fios de luz, enfeito a árvore - que já estava montada - e por último, deixo mini-barrinhas de chocolate em cada mesa.

Assim que termino, encaro meu trabalho com um sorriso orgulhoso no rosto. Esse ano eu havia me superado, consegui até aquelas imagens que se movem sozinhas, como crianças brincando na pista de gelo.

Eu já sou conhecida na firma por amar enfeitar o escritório de acordo com cada festa temática do ano, cada feriado. Às vezes me pergunto se não deveria fazer design de interiores ao invés de direito, mas não teria como abandonar essa área.

Por fim, sigo para a segunda e última tarefa, a mais importante, demorada e cansativa: reavaliar todos os dez próximos casos pro-bono, além de encontrar processos anteriores parecidos, para estudar os possíveis resultados.

Um dos motivos pelos quais escolhi cursar direito foi poder ajudar pessoas que não podem arcar com sua defesa. Mas ninguém disse que é uma tarefa fácil. Por isso, troco a playlist natalina para alguma com músicas mais calmas e começo a andar pelo escritório, lendo os arquivos enquanto isso.

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