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Shivani Paliwal
Orange, domingo - 20:07.
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A luz da lua atrevessando a janela e entrando em contato com a minha pele, fazendo ela brilhar um pouco, estava uma noite linda e estrelada.

Tirei algumas fotos hoje, tava me achando chique esse meu estilo indie, apesar de eu amar os outros estilos. Eu me visto diferente a cada semana, acho que sou bipolar.

Acha?

Acho.

Não consigo tirar aquilo de ontem da minha cabeça, Bailey tinha sido gentil e engraçado comigo.

Não era tão babaca nem cherno boy naquele dia, contei tudo à Hina, ela pirou. Só faltou marcar meu casamento com Bailey. - reviro os olhos.

- Shivani! Hora do jantar. - gritou minha mãe, e eu a respondi com um "já estou indo" e fui até a cozinha, e me sentei na mesa.

- Filha, sinto muito mais hoje só tem miojo, não recebi ainda e o dinheiro que sobra das contas pagas é pouco.

- Não se preocupe mãe, estou com pouca fome. - sorri pra ela, pegando o garfo e comendo o miojo.

Minha mãe tá dando duro pra me sustentar, ela verdadeiramente é uma mãe e um pai. O meu pai não teve a mínima coragem de pagar ao menos a pensão, eu tenho nojo desse homem, seja quem for.

Eu tenho ódio desse "homem" porque homem de verdade assumiria o seu filho, minha mãe não me fez sozinha.

Se um dia eu o achar, eu juro que processo esse canalha.

Aí você ganharia dinheiro.

Essa é a intenção.

Nossa agora estou parecendo uma vigarista, credo.

Eu decidi começar a trabalhar, pra ajudar em casa, ao menos um pouco, e também pra mimar a burguesa que existe dentro de mim. Acho que o Pop's seria um bom lugar pra começar e eu quero fazer essa surpresa pra minha mãe.

Jantamos, dormimos, as horas se passaram e logo amanheceu.

Enfim segunda feira, mais um dia naquele inferno que chamam de escola. Forçei-me à abrir os olhos, colocando os pés no chão e levantando. Ainda soloneta ando praticamente cambaleando até o banheiro.

Faço minhas higiênies, e logo adentro no box pra tomar um banho relaxante.

Sentindo a água morna cair no meu corpo, meus pensamentos são invadidos por tudo, tudo que me aflinge desde o dia em que me entendo por gente.

Tudo que passei pra continuar viva, será que as pessoas sabem como é se olhar no espelho e não ver quem é ou era você? Ou que alguma coisa anda te sugando aos poucos?

Sofri muito nas escolas por ser diferente, por ser eu. As sociedade não vê as lágrimas amargas que um sorriso esconde.

Eu estou tentando me manter forte, forte por mim, pela minha mãe e por Hina. Mais quanto mais parece que eu tento tudo que eu amo vem caindo e se despedaçando aos meu olhos, a vontade de desmoronar e fugir desse mundo é tão grande.

É mais difícil do que parece enfrentar esse tipo de coisas na juventude. Na escola onde eu estudo por exemplo, todos sabem da história do meu pai, mais apenas minha mãe sabe quem ele é de verdade, mais as pessoas são tão maldosas que elas colocam a culpa em mim.

De eu ser estranha, e que talvez seja por isso que meu pai tenha me abandonado. Falam do meu corpo, de como eu sou feia. Em pleno século 21 as pessoas ainda tem que opinar sobre o corpo dos outros.

Eyes Blue - ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora