No amor vale tudo

O gêmeo preferido

Obrigada a todos que acompanharam. Até a próxima história. 💞

— Dessa vez, Bright, acho que você deve tomar uma atitude ao invés de ficar parado só olhando. Entendo que você não quer se meter em briga, ou acabar magoado mais do que já tá, mas você não pode simplesmente deixar que façam de você uma marionete.

Drake tinha toda a razão do mundo, e Bright não precisava falar aquilo em voz alta.

— Eu tenho medo de enfrentar as pessoas.

— E você vai ter esse medo pra sempre?

— Também não é assim, Drake.

— Tudo bem se não quer admitir que eu tô certo, faz isso só dentro da sua cabeça. Eu só tô querendo alertar que você deve resolver os seus problemas. Acredite em mim, é um saco ver alguém chorando e não poder fazer nada.

Bright riu do revirar de olhos de Drake. Era um chorão, sabia que era.

— Ultimamente ando não conseguindo controlar o que eu sinto.

— Deu pra perceber, representante.

Apesar de toda a situação ainda parecer complicada demais, Bright sentiu um certo alívio em saber da verdade.

★

Dias depois, com uma calmaria sobre a faculdade e o começo de dezembro chegando, a galera começava a se preocupar com as últimas provas, e com a nostalgia e o alívio invadindo o peito de cada um com o fim do período. O representante estava na biblioteca com Mike em sua frente, prestando atenção no que o amigo falava sobre uma matéria não tão difícil. Bright não estava no clima de estudar e não prestava atenção por completo. Mike percebeu.

— Se não quer estudar hoje, tudo bem. A gente pode sair, se divertir, esfriar a cabeça. Um diazinho só não vai fazer a gente perder a matéria. — No final da frase, Mike tentou sorrir, mas ver Bright cabisbaixo fez o amigo ficar preocupado.

— Eu prefiro estudar. Não tô no clima pra sair.

— Você não tá em clima nenhum nos últimos dias.

— É.

— Posso perguntar uma coisa? — Mike questionou, fechando o caderno.

Bright assentiu com a cabeça. Se encostou na cadeira e olhou Mike.

— Você tá triste por causa do Win ou do Won?

— Os dois têm uma parcela de culpa.

— Você me deixou por fora desse assunto. Não quer me contar o que aconteceu? — Bright suspirou. Era terrível ter que ficar relembrando sobre tudo o que havia acontecido. — Não é só você que anda desanimado, — Mike continuou — Win vive triste também.

— E quanto ao Won?

— O Won não é da minha turma, mas da última vez que eu o ouvi na lanchonete, ele estava... não sei, normal, mas tinha algo de diferente, como se ele se sentisse preocupado.

Respirando fundo e contando sem detalhes o que tinha acontecido, Bright não sentiu vontade de rir com a expressão exageradamente assustada de Mike.

— Sempre achei que houvesse um companheirismo entre irmãos gêmeos.

— Ainda falta muita coisa pra entender, Mike. Quer dizer, por que o Won fez tudo isso? E o problema que ele tem com o Win? Isso não é de hoje e nem por minha causa, e todas as vezes que tentei falar sobre isso com o Win, ele dizia que era uma história complicada e mudava de assunto. Não é como se eu fosse corajoso o bastante pra chegar no Win ou no Won, colocar os dois na parede e tirar tudo a limpo. Não sou assim, você sabe.