Capítulo 12

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(Mila)

Quando Helen e William se despediram depois do jantar eu e Peter nos entreolhamos... E agora? Por mais apaixonada que eu estivesse, era estranho cogitar que ele sentia o mesmo que eu a ponto de chamar o que tínhamos de sério.

— Vou te levar para casa. — Peter disse e assenti o seguindo pela calçada.

— Você vai trabalhar amanhã?

— Preciso ir. — Disse e pisquei quando ele pegou minha mão. — Por que não podemos andar assim?

— Porque não somos um casal convencional. — Murmurei sem conseguir relaxar minha mão.

Peter me observou um pouco e fiquei aflita esperando uma resposta para aquilo. Eu franzi as sobrancelhas quando ele sorriu um pouco.

— O que isso significa? — Perguntei.

— Que você não consegue disfarçar o quanto é romântica. — Riu e pressionei os lábios quando ele ergueu nossas mãos para me mostrar o momento em que mudou a posição e entrelaçou nossos dedos. — Está ficando vermelha. Que bonitinha. — Continuou rindo.

— Você é muito idiota.

— E eu achando que você era vermelhinha o tempo todo. — Peter continuou brincando, e pressionei os lábios. — Descobri um super poder... Acho que vou usar muito agora.

— Não sei o que vi em você. — Tentei soltar nossas mãos, mas tudo estava muito encaixado e Peter parecia muito divertido em implicar comigo. — Onde está o carro mesmo?

— Ops, acho que andamos para o lado errado... — Ele olhou em volta e suspirei. — Vamos só andar um pouco. Você não tem trabalho amanhã.

— Mas você tem!

— Eu trabalho a noite. — Balançou nossas mãos. — Para que lado vamos? Para lá? — Apontou para uma rua aleatória.

— Peter. — Falei rindo tentando conter sua animação. — Vamos para casa.

— Tá bom. — Riu. — Mas onde estacionamos mesmo?

Quando pegamos a direção certa para o carro, uma mulher nos interceptou e minha memória demorou um pouco para recordar que aquela era a ex namorada do Peter.

— Peter, está em Londres? — A mulher disse focada no rosto dele. Parecia diferente da última vez que nos vimos.

— Ah, oi Natasha. — Peter respondeu e trocou um olhar comigo. — Estamos com pressa.

— Como você está? — Ela ficou em sua frente novamente e abaixei a cabeça, sendo que nem precisava me ausentar da cena, já que ela me excluiu. — Nossa, eu tenho pensado em você... Será que não podemos conversar um pouco?

— Não temos nada para conversar. Espero que fique bem.

— Você terminou comigo de forma tão seca... — Ela continuou insistindo.

— Se não percebeu estou acompanhado. — Peter ergueu nossas mãos e acabei encarando a mulher. — Estamos juntos.

— Ah, sua amiguinha... Eu sabia que isso aconteceria. — Ela soltou o ar pela boca. — Quase fui traída, então.

— Tchau. — Peter disse e me puxou sem deixá-la falar mais nada.

O carro surgiu em nossa frente como num passe de mágica. Fiquei sem jeito quando Peter abriu a porta para mim. A mulher continuou na calçada nos observando. Ele contornou o carro correndo, o que foi fofo vendo de onde eu estava.

— Estamos fugindo? — Perguntei vendo-o ligar o carro e sair rapidamente.

— Sim. Fugindo de falta de educação. — Respondeu e logo sorriu quando colocou o carro em movimento. — Não quero mais gastar um minuto com ela. E porque temos mais o que fazer.

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