01-Invasão

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Salve Família!! 

#Narração Drézin#

          Acordo com o barulho dos rojões, levo minha mão até a mesinha, pegando o radinho e minha arma, em seguida comunico os manos. Na favela, há uma hierarquia onde cada pessoa tem uma função específica a ser desempenhada na comunidade. 

           Os vapores são os responsáveis pela venda das drogas na comunidade, os traficantes recolhem o dinheiro e entregam para o chefe ao fim do dia. Após alguns minutos, nos deslocamos até a rua principal, onde podemos facilmente deduzir que há algo acontecendo na comunidade, empecilhos, como garrafas de vidro quebradas, pedaços de arrame farpado, pilhas  de pneus, latão em chamas, tijolos, entulhos entre outros objetos jogados no meio do asfalto. Todos eles com o objetivo de atrapalhar a entrada dos polícias. 

            Ando pelos becos, com preferência aos locais escuros, pois assim fica mais difícil de ser localizado em seguida me junto com outros meninos, seguimos entre becos, até chegar na parte em que os vermes estavam posicionados, andamos em silêncio com as armas equipadas com silenciador. Chegamos nas costas dando início a confusão, efetuando uma rajada de disparos, antes que nos localizassem, três já estavam no chão.  Um, da equipe dobrou a esquina pedindo por reforço no radinho, em questão de segundos ele estava no chão. Os disparos vinham de todas as direções, o reforço estava chegando juntamente com o helicóptero, sinto um impacto em meu braço, observo o sangue escorrer, uma onda de dor me atinge, rasgo a camiseta e amarro um pedaço de tecido ao redor da ferida. 

        Havíamos recebido a notícia que o águia estava a caminho. A invasão precisava chegar ao fim, ou teríamos problemas maiores com a chegada do águia. Temo que não iríamos conseguir defender toda a comunidade dos disparos, realizados pelo mesmo.  Peço para os meninos agilizarem os ataques, combinamos de chegar com força para assim obriga-los a recuar. Subimos todos para o topo, trocamos os armamentos, e descemos novamente juntos, formando assim uma parede na frente deles, porém está não é uma opção fácil, utilizamos ela apenas em casos extremos, como este. Já estava para amanhecer e não ira demorar muito para que as crianças e moradores começassem, a sair para o trabalho. Porém quando esta parede se forma há perdas nos dois lados, e isso é algo que todos nós sabemos. Começamos a efetuar vários disparos na direção dos policiais, conseguindo fazer com que eles recuassem, declarando assim a vitória sobre mais uma invasão fracassada. 

            Após um tempo de comemoração, mando os vapores organizarem a rua, retirando os obstáculos que foram utilizados para dificultar a entrada dos policiais. Retornamos cada um para sua moradia, e marcamos para começarmos os trabalhos mais tarde, já que era de madrugada quando tudo começou. Chego em casa, abro a porta devagar para não acordar minha irmã, a dor havia se tornado insuportável. Com dificuldade, subo as escadas até o  quarto em que a Laura  estava  ao entrar me deparo com ela dormindo abraçada a minha camiseta, por um minuto penso se ela não havia se assustado com os disparos. Esta foi a primeira invasão desde sua chegada na comunidade. Não eu nunca imaginei que ela viria algum dia morar junto comigo, jamais quis ela dentro desta comunidade, não pelo fato de deixar nossos pais sozinhos, mais sim porque por mais calculista que a vida me tornou, sei que família é para sempre, e talvez essa menina, brincalhona e inocente seja ao mesmo tempo minha força, e fraqueza. Tenho consciência que se alguém mexer com ela, deito na bala sem hesitar. 

        Passo ao seu lado, lutando contra a gigantesca vontade de me jogar na cama, sigo até o meu quarto que fica logo adiante durante o percurso busco apoio nos moveis do corredor. Ligo o chuveiro  e deixo a água cair sob meu corpo, ao atingir o ferimento o sangramento se intensifica, sinto meus olhos pesar e aos poucos perco minha consciência, me chocando contra o chão.

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Irmã do Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora