02-Dor

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Salve Família!
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 #Narração Laura#

         Acordei com um barulho vindo do corredor  me levanto rapidamente, corro em direção ao quarto do meu irmão, meu coração acelera ao vê-lo   caído no chão, faço uma vistoria rápida em seu corpo e percebo que havia uma bala em seu braço.

        Pego uma toalha de banho molho no chuveiro, e coloco em sua testa, chamo seu nome várias vezes , porém  nada acontece. Olho ao meu redor, pensando em uma maneira de pedir por ajuda, vejo o radinho, em um canto do banheiro,  rapidamente o seguro em minhas mãos, aperto um botão localizado em sua lateral e após um breve chiado  começo pedir ajuda.

*Radinho ON*

Laura: Gente? Tem alguém me ouvindo?

Vapor 1: Chefe?

Laura: é a irmã dele, me ajudaaa

Vapor 1 : Qual foi mina , tá gritando porque?

Laura: Ele tá caído no banheiro, tem sangue em todos os cantos do quarto e não consigo acordar ele. 

Vapor 1: Tem sangue em algum lugar específico no corpo dele?

Laura: Sim, no braço dele. 

Vapor 1: Tô chegando com ajuda aguenta ai

*Rádio OFF*

          Após alguns minutos, chegaram dois meninos, eles carregavam armas em suas  costas, faço uma breve varredura em seus corpos e encontro o radinho na cintura deles,  eles pedem para eu sair do quarto e aguardar lá embaixo,  sem saber o que fazer sigo suas ordens, desço as escadas e sento  no sofá da sala, uma lágrima escorre pelo meu rosto,  minha cabeça é bombardeada de pensamentos, passei tanto tempo longe do meu irmão, não posso perder ele agora. 

          Escuto a porta do quarto bater, olho dos primeiros degraus da escada e percebo que a mesma esta fechada,   após alguns minutos chegam outros dois meninos percebo que estão acompanhados por uma menina vestida  de branco, imagino que ela seja enfermeira ou alguma coisa no ramo da saúde.

          Ela sobe as escadas apressada, após um tempo escuto vários gritos, sinto meu coração apertar, abaixo a cabeça e fico torcendo para que ele não esteja sentindo tanta dor. Por mais que seus gritos, indiquem totalmente o contrário. Penso sobre o motivo de não levarem ele para o hospital, uma vez que provavelmente sua vida estava em perigo,  cansada de esperar subo as escadas, e me deparo com a porta trancada. Bato na porta e peço para me deixar entrar, ouço gritos vindo do outro lado, após um momento de silêncio a porta é aberta. 

          Sem pensar entro rapidamente, me deparando  com a seguinte cena, os meninos estavam segurando meu irmão em cima da cama e tal menina estava com um vidro de álcool em suas mãos, após um breve contagem o vidro de álcool é despejado no ferimento, meu irmão se debate os meninos seguram seu corpo contra a cama, logo o mesmo para de se debater e percebo que havia desmaiado.

        Me desespero, ao ver  a cena, a menina joga álcool no ferimento mais uma vez, em seguida, da pontos e enrola uma faixa em seu braço,  a menina me olha e faz sinal para que eu siga ela até a cozinha, me sinto relutante em  deixar meu irmão desacordado no quarto mesmo assim acabo optando por segui - lá. Chegando na cozinha ela se senta na mesa e pede para que eu me sente ao seu lado.

 Aline: você que é a irmã do chefe?

Laura: Do chefe? Não eu sou irmã do Drézin

Aline: Tendi, você é nova aqui né?

Laura: Sou sim, na verdade essa foi a primeira noite que passei aqui.

Daniele: Nossa, justo na sua primeira noite ele foi baleado. 

Laura: Pois é, fui recebida com uma ótima recepção...* Encaro meus pés, após meus olhos se encherem de lágrimas*

Daniele: Olha eu sei que parece que eu  estava fazendo ele sofrer, e ele realmente estava sentindo muita dor naquele momento. Mas  isso é para o bem dele, imagino que não foi fácil, para ti ainda mais na sua primeira noite aqui. 

Laura: Eu só não entendo, porque não levar ele até o hospital ou posto de saúde. 

Daniele: Olha Laura, as coisas aqui são dificéis, o hospital é no asfalto ,na cidade lá tem polícia e eles querem muitos de nós na cadeia, então ir ao hospital só quando literalmente for vida ou morte. 

Laura: Tudo bem, quando cheguei aqui eu imaginava que a vida dele, fosse complicada, porém agora percebo o quão complicada ela é de fato, isso acontece muitas vezes?

Daniele: Ele levar um tiro? Na verdade não, é difícil ele ser atingido. 

Laura: Então porque ele foi?

Daniele: Algum policial devia estar mirando nele o tempo todo, talvez o objetivo da invasão fosse ferir o dono do morro. Enfim, eu fiz os curativos no braço dele, e já apliquei uma injeção para aliviar a dor, mas ainda vai ficar dolorido. Tenta oferecer algo para ele comer quando ele acordar, deixei uns remédios dá para ele 2 comprimidos de 8 em 8 horas por três dias.  vou indo, se precisar é só  me chamar pelo radinho.

            Após agradecer me despeço da mesma, descobri que seu nome era Daniele, ela e moradora da comunidade e cresceu aqui com seus pais e irmão. 

             Subo as escadas  em direção ao meu quarto, sigo até o banheiro lavo meu rosto, na tentativa de esquecer,  retiro o pijama, abro uma sacola e  coloco um macacão florido, em seguida amarro meu cabelo em um rabo de cavalo, passo uma maquiagem leve e sigo até o quarto do meu irmão local onde passei a noite por conta do medo dos barulhos de disparos causados pelo confronto com a polícia. Bato na porta e ao entrar encontro, o mesmo sentado na cama conversando com os meninos como se nada estivesse acontecido.

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Irmã do Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora