Vai-se um dia no mundo,
dia mudo diminuto.
Passa rápido e oriundo
tentas fazê-lo só segundo,
como se tivesses tu
o tempo nas tuas mãos.
Tentas dizê-lo que desligar-se
(pro relógio e o catarse)
fazes mais bem que olhar-se.
Fazes tu mais bem que os minutos,
faz-te mal o passar, e os frutos
do passado assombram o futuro.
Olhas o espelho como relógio,
Olhas a ti como relógio,
olhas o ponteiro como mágico,
respiras fundo o presságio,
vomitas as coisas todas,
olhas a ti como passado.
Resigna-te a só pedágio,
pagas aos números redondos
a promessa que fizeste
a tanto tempo atrás,
tempos hediondos.
E no canto da vida um relógio,
olhas a ele como premonitório.
Um juiz cujas sentenças são inexoráveis,
minhas palavras em resposta são dispensáveis:
Ele não sabe como é passar o tempo aqui dentro.
Ele não sabe
e eu não posso dizer a ele
como é.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Diante de Mim
Poesía"Diante de Mim" é um livro de poesias cotidianas que falam sobre algum problema ou sentimento que, um dia ou agora, eu precisei enfrentar. Os textos presentes na obra são advindos de uma viagem ao meu interior, repletos de intimismo e temas psicológ...