Encontro

115 35 97
                                    

Louise Montez

— Você definitivamente enlouqueceu, Louise. — disse a mim mesma encarando meu reflexo no espelho.

Por algum motivo aquele anúncio rondou em minha cabeça por durante uma semana, até que um dia eu resolvi pegar o número e em um ato impulsivo acabei ligando.
Uma voz rouca que me causou arrepios, atendeu, ele foi direto em perguntar qual dos serviços eu procurava e quando eu ficava nervosa agia sem pensar direito. Então disse a ele, morrendo de vergonha que procurava por sexo e o dono da voz rouca já foi me perguntando quando eu gostaria dos seus serviços e aqui estou eu, dois dias depois pronta para cometer minha maior loucura.

Respirei fundo tentando ganhar coragem.

Chequei meu vestido preto e minha maquiagem básica, será que devo ir de tênis ou um salto? Conforto ou elegância? Olhei as duas opções e ao surgir o pensamento de que tênis seria melhor para correr se eu ficasse em uma situação de perigo, acabei escolhendo meus tênis.

— É claro que você vai estar em uma situação de perigo, sua maluca, você vai encontrar alguém que você nunca viu as 9 da noite em um lugar que você não conhece. — murmurei enquanto colocava meu calçado.

Parei para pensar no que estava fazendo e achei melhor desistir. Era loucura fazer isso só para dizer que não era mais virgem.

Suspiro e olho as horas.

Eram 20h00. Dava tempo de avisar ao desconhecido que eu não poderia ir, sem que ele ficasse bravo e quisesse me matar, não dava?

Merda, Louise.

Peguei meu celular pronta para desmarcar o "encontro", quando vi uma mensagem de Karina no grupo de amigas que tínhamos.

"Meninas, sai com o Caio hoje! Que homem gostoso! Estou sem fôlego até agora."

"Já quero saber tudo. Quando nos encontramos?" - Manu respondeu.

Eu sei que não deveria agir por isso, mas eu não aguentava mais não saber conversar quando esses assustos estavam em pauta. Me sentia deslocada por ser a única virgem do grupo e por não ter nem dado um beijo aos 19 anos. 19! Tem noção de que situação é essa?

Mas eu já havia me decidido. Isso iria acabar hoje.

Deixei todos os meus medos e paranóias de lado e resolvi ir.

Chamei um uber, peguei minha bolsa e mandei o endereço do local do encontro para um amigo do trabalho que eu confiava, sem explicar muita coisa, somente dizendo que estava indo a esse local e me sentia mais segura compartilhando com ele. O deixei confuso e curioso por não contar direito sobre o assunto, mas ele apenas me deu "boa sorte" e disse que esperaria eu mandar algo dizendo estar bem.

Sai de casa e logo o uber chegou, comprimentei o motorista e fomos a viagem inteira em silêncio, eu estava nervosa demais para ficar conversando.

Quando o carro estacionou em frente ao endereço, desci e encarei o prédio. Não me parecia ser um lugar perigoso.

Caminhei até o portão e toquei o interfone. Um vento forte balançou meus cabelos e eu me encolhi com frio e talvez, medo.
Após me identificar, entrei no prédio e subi para o 5° andar, bati no número que me foi informado e engoli em seco ao ouvir a porta ser destrancada.

Meus olhos grudaram na pessoa que apareceu do outro lado e eu fiquei sem reação. O dono da voz rouca era alto, forte, olhos verdes escuros, tinha algumas tatuagens. Ele era lindo. Definitivamente, de tirar o fôlego.




                                                                                                    

   O capítulo está sujeito a possíveis alterações em uma futura revisão.

12/07/21

Uma Noite Com VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora