11. Then, he spoke softly to me

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Notas inicias:

Obrigada a todo mundo que veio do toktok só pra ler minha ficzinha, prometo atualizar mais frequentemente e responder todos os comentários \0/ Eu amo vocês, gente, de verdade

Hoje é um dia cruel. Sinto muito, hahah, mas é melhor só puxar o band-aid de uma vez.

Capítulo tem onze mil palavras, então, peguem um chá, um café e uma água e tenham certeza que a câmera da Ead não está ligada. Boa leitura! Não esqueçam de me seguir para acompanhar as postagens de one-shots Drarry do projeto Dezdrarry!

[💘]

Hermione Granger é Hermione Granger.

Humana. Garota. Adolescente. Características fundamentais sobre si mesma que todos parecem esquecer. Eles enxergam uma carcaça vazia formada apenas por inteligência e prepotência. Eles enxergam aquilo que ela se dedicou fervorosamente a moldar durante todos os seus dessesete anos de existência. Ninguém fez o esforço de conhecê-la. Ninguém fez o esforço de simplesmente raspar aquele molde fino e ver o que tinha ali embaixo. Ninguém além de seus pais, Jane e Richard Granger.

Então, ela tinha doze anos.

Era o primeiro dia dela naquele colégio. Ela era uma garotinha, usando maria chiquinhas e cheia de sentimentos conflitantes no seu estômago adentrando um prédio enorme, de arquitetura que lhe lembrava as construções mais antigas da cidade, o muro, por exemplo, era feito completamente de pedras. A diretoria tinha a elogiado - ou tentado - pela sua magnífica performance no teste de aprovação para aquela bolsa de estudos. A verdade é que ninguém ali dentro daquela sala esperava que ela conseguisse passar, ninguém além de sua família.

Aquela era uma escola onde pessoas muito ricas estudavam e a sua maioria era tão branca quanto um folha de papel, olhavam para Hermione de cima a baixo como se ela fosse uma estranha, uma fênix dentro da água, um peixe que tinha aprendido a voar. Afastaram-se todos dela como quem se afasta de um enfermo, com medo de contrair sua doença.

Mas Hermione era apenas uma criança como todas as outras.

— Eu não entendo por que tenho que engolir essas coisas. Esses olhares, essa desconfiança! Eu nunca fiz nada de errado. As vezes... As vezes eu só queria poder gritar. — Ela resmungava e pelo espelho do retrovisor do carro, assistiu sua mãe suspirar.

— Você pode e sempre deve se defender, meu amor. Sempre seja a melhor, nunca abaixe a cabeça. Mas, por favor, se lembra do que eu sempre te peço?

— No fim do dia, volte bem para casa.

E ela teve a sorte de cumprir o pedido de sua mãe. Nem todos os filhos voltam bem para casa no fim do dia - e é doloroso, a realidade é. Crua e fria.

Havia uma garota muito estranha na sua classe. Ela era, assim como todos os outros, branca, com muitas sardinhas e, o que diferenciava de muitos, seu cabelo possuía um tom ruivo vivo, era comprido e estonteante, parecia a cauda de uma raposa balançando por aí. Seus olhos azulados perseguiam sua presença como se Hermione fosse a pessoa mais interessante que ela já tivesse conhecido - não era algo hostil, na verdade, era delicado e gentil. E, naquele mar de crianças ricas e esnobes, com os mesmos itens de marca e os mesmos valores mesquinhos, talvez ela fosse mesmo a pessoa mais interessante.

Granger continuou como uma loba solitária.

Até o dia seguinte, ela estava sentada no fundo da van chique do colégio, com os bancos fofinhos e o ar condicionado, as crianças cheias de conversa sobre suas férias, uniformes caros e aparelhos eletrônicos e sabe se lá mais o que. Seria meia hora até a chegada na escola, então, forçou ao máximo seu cérebro a se concentrar no livro de biologia que estava lendo. Não que isso se tratasse de uma atividade difícil. Estudar sobre células, sobre a vida em geral e a forma em que ela sempre se encaixa e se forma - é lindo.

The Most Pretty Stars * Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora