Uma folha ao vento

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Me tornei um robô com respostas programadas.


Alguém de olhar vazio.


Alguém que nada no mundo

é capaz de tirar uma emoção sincera.


Que ninguém consegue animar,

quem um dia me fez feliz agora

não me faz sorrir.


Sou uma folha seca

sendo levada pelas

marolas de um lago.


Inerte ao mundo.


Sem saber o que falar,

como agir.


Porque em teoria,

não sou ninguém.


Em teoria,

não tenho alma.


A matei implorando perdão,

porque havia um dever a ser cumprido.


Não havia mais opção.


Essa era a última.


Determinada como sou,

fiz o que deveria ser feito.


O serviço imundo está completo.


E não, eu não me perdoo.


Minha alma não morreu,

mas está debilitada.


Está ferida e lutando

contra a morte.


Talvez um dia ela se cure dos ferimentos,

talvez eu a ajude,

talvez não.


Seja qual for o caso,

espero um dia poder vê-la curada.


Gosto dela, é quem eu sou.


O problema é que estava sendo 

extremamente inoportuna.


Aparecendo em momentos que

me causavam problemas.


Estou ansiosa pelo dia que viveremos

em completa paz e harmonia.


Pelo dia que eu queira

viver sendo quem sou.

Se minha alma falasse...Onde histórias criam vida. Descubra agora