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“Park Ayume, ou tia Ayu, para os meus primos e amigos mais antigos. Era assim que chamavam a mulher que me deu a luz, a mulher que carregou minha irmã e eu no útero por nove meses. Ela foi e sempre vai ser o grande amor da minha vida.

Não acho que consigo superar ela ou parar de sentir falta dela. Tudo que eu queria era que ela estivesse aqui. Queria saber o que ela diria se soubesse que eu segui os passos dela — talvez até mais do que eu quisesse ou conseguisse processar.

Eu só fui fazer intercâmbio no Japão para poder entrar na Academia Soul, eles sempre ganharam na categoria solo e duo, exceto pelos últimos dois anos. Esse ano era minha vez de apresentar o duo e eu tinha a coreografia perfeita.

Pensar nisso é complicado, doloroso e triste.

Eu sempre amei dançar, sempre fiz balé clássico e estudei dança contemporânea. Minha vida era dançar e tudo isso começou com minha mãe, com ela tocando piano com a Chae e dançando comigo. Depois que ela se foi, a dança era a forma mais linda que eu tinha de me conectar com ela, assim como a Chae tinha o piano. Foi ela que me ensinou como não sair do ritmo, como sempre manter a postura e os passos básicos do balé. Eu queria que ela estivesse aqui, que ela me dissesse o que fazer, quando fazer e como fazer, me sinto perdido sem ela e sei que isso é péssimo.

Eu me sinto horrível por pensar assim, me sinto horrível por não conseguir entrar na casa em que todas minhas memórias com ela foram formadas, me sinto horrível por saber que deixei Chaeyoung sozinha naquele lugar.

Mas enfim, eu comecei a escrever isso aqui porque fiquei entediado assistindo filme e pensei na melhor forma de acabar essa tarefa. Vou encher esse blog de coisas sobre a Paradise, vão ser informações que mais ninguém tem, coisas que a Jennie não posta e nem compartilha, afinal ninguém além da doutora Kim está lendo isso.

Aliás, eu espero que mais ninguém leia isso, seria vergonhoso demais saber que várias pessoas leram tudo que escrevi aqui.

Pensando bem, não sei qual a finalidade dessa atividade. E com isso, quero dizer que ainda não gosto dessa ideia, doutora."

Ao terminar de escrever, olho para Lisa e a mesma está dormindo de novo, ela realmente estava muito ansiosa para voltarmos. Com um sorriso fraco no rosto, coloco meus fones e olho para janela, desejando chegar em casa logo.

[✨]

Eu não acredito nisso.

Eu não consigo acreditar que ninguém veio nos buscar no aeroporto, isso é além de inaceitável ou inacreditável, é cruel com minhas expectativas. Tudo bem, eu não estava esperando uma festa e nem nada do tipo, mas achei que alguém estaria aqui, achei que Chaeyoung estaria aqui, ou Taehyung, porém eu estava enganado e agora estou com a maior cara de besta de todos os tempos. Lisa ainda está tentando falar com eles, aparentemente ninguém lembra do celular assim como não se lembraram de vir nos buscar.

— Lisa, desista logo, eles esqueceram, vamos pegar um táxi e ir para casa, eu estou cansado, ficar esperando aqui não vai adiantar nada. Eles não vão vir — digo o óbvio, descruzando os braços para poder pegar meu celular, mas Lisa nega e guarda o celular dela.

— Jin-Oppa virá nos buscar, eu não vou ficar gastando dinheiro sendo que podem me levar para casa de graça — diz e puxa a mala dela para perto da minha.

— Quem é "Jin-Oppa", Lisa? — pergunto realmente confuso, ninguém nunca me falou dele antes.

— Você já vai ver, aguarde e espere, jovem padawan.

Ótimo, como se ser esquecido não fosse o suficiente, ainda vou precisar sair daqui com um desconhecido.

                               [✨]

Electric Love • JJK + PJM. Onde histórias criam vida. Descubra agora