❣ 01 • WELCOME NEIGHBORS ❣

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DEDICADO: isadoraalvezzzz

Tome um momento para pensar em
apenas flexibilidade, amor e confiança.
Tome um momento, lembre-se.
Tome um momento e encontre-se.
Tome um momento para perguntar a si mesmo se é assim que vai desmoronar…
Garnet, Steven Universe

      O dia começou me enxotando do próprio quarto e me obrigando a levantar da cama, acreditam nisso?

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      O dia começou me enxotando do próprio quarto e me obrigando a levantar da cama, acreditam nisso?

     Em resumo, eu estava num péssimo humor e só o queria era ficar na cama pelo resto do dia. Porém, infelizmente, milhares de feixes de luz adentraram como um amontoado de bisbilhoteiros e se penetraram em meu rosto, iluminando não só cada célula adormecida que anseia por mais “cinco minutinhos”, quanto estimula forçosamente meus hormônios de serotonina a trabalharem mais uma vez.

Céus, hoje é segunda-feira de novo!”

— Hum… não, não, não! — murmurei sonolenta, tateio a cama e alcanço meu travesseiro jogando-o na cortina esvoaçante da janela, mas ela apenas abriu-se ainda mais.

— É hora de acordar, veja como o dia está lindo! — ouço uma voz irritante vir na minha direção. — Você tem aula hoje, melhor se aprontar rápido. — diz Henriqueta com os braços cruzados e a postura ereta, ela é minha governanta e uma verdadeira megera. — O senhor Eric Tavares está lhe esperando na mesa.

 — Por favor, senhorita Teixeira. — ergo-me carrancuda daquela cama macia e tentadora. — Eu sei o nome do meu pai, não é necessário toda essa cortesia. — com um dos dedos massageio as têmporas que insistiam numa dorzinha longínqua que começa toda manhã.

  São praticamente 6H15, o que significa hora de sair e fazer caminhadas, tomar um café da manhã saudável e caprichado, ir no colégio com o ânimo inflado e ter uma manhã carregada de tarefas prazerosas. Ah, que lista perfeita. Este é o meu lado racional governando em minha mente, já o concorrente… dormia sendo bem convincente para o corpo inteiro seguir o exemplo.

— Como quiser, senhorita. — responde-me secamente ao sair, mesmo sabendo que não gostava daquela falsa cordialidade.

  Ela sabia muito bem disso, aliás, Henriqueta Teixeira deixou claro que não me suportava no momento em que meu pai a contratou como minha tutora. Lá no fundo, ela nem nega que só aceitou por causa do belo patrão que, até então, não sabe que estamos nesse nível de inimizade e não vê com outros olhos a sua funcionária. Para meu pai, nós duas viramos boas amigas desde que essa mulher chegou há dois anos.

— Bom dia mãe… — cochicho ao auto-retrato pousado na estante, acaricio-lhe sutilmente tocando em seu rosto e deslizando pelo cabelo loiro que herdei.

    Há tantas perguntas. Tantas dúvidas que me mantinham sem sono. Tantas coisas que precisavam ser esclarecidas, mas ela se foi minutos depois do parto, não pude nem sentir o seu calor ou seu carinho materno. Eu a perdi antes mesmo de conhecê-la.

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