❥ LOVE ME LIKE YOU ❰concluído❱

❣ PRÓLOGO ❣

DEDICADO: Fantasy_Books2708

❝Amar como você… me amar como você.❞
❥ Love me like you, Rebecca Sugar

    Há treze anos muitas das coisas que fiz já não me machucam mais. E muitas delas também não me trazem mais aquela raiva, só a nostalgia daquela época e alguns risos do que poderia ter feito. Do que poderia ter acontecido.

   Amigos que não são mais amigos. Amigos que se tornaram mais que amigos. Amigos que se tornaram irmãos e amigos que se foram pela perda natural da efemeridade humana. Tive tudo isso. Tive uma vida que hoje já não me encaixa mais e me orgulho em saber disso.

   Tenho amigos e eles me apoiam no que acredito, assim como já haviam pessoas em meu passado que se diziam amigos acreditarem sem acreditar.

   Posso enfim dizer que do mundo já vi muitas coisas, já conheci muitas pessoas e já me desfiz de muitas bagagens conceituais.

Eu me refiz.

Eu me desconstruí.

— O que foi mamãe? — Mariane perguntou curiosa, ela me encarava junto de sua fã número um ao seu lado ajudando na salada. 

     Com apenas dez anos, Mari já se vê como uma verdadeira e grande chefe de cozinha que vai revolucionar o mundo inteiro com suas ideias malucas de comida e combinações de temperos inimagináveis, mas mesmo se sentindo a melhor da face terráquea ela aceita uma mãozinha da sua irmã mais velha quando se trata de fogão e facas. Elas são uma dupla imbatível na cozinha.

— Estava apenas pensando na minha adolescência. De como conheci a mãe de vocês. — Cito folheando o epílogo de um livro qualquer.

— Você nunca contou pra gente sobre isso, fala dela! — insistiu a garotinha de longos cabelos dourados, ela enxaguava as mãos rapidamente enquanto me olhava ainda mais curiosa.

— Nunquinha? — enfatizo arqueando as sobrancelhas.

— Talvez só algumas coisinhas… — emendou apertando os dedinhos gordinhos em ênfase no que dizia.

— Tudo bem, tudo bem. — sorrio guardando a obra que relia na prateleira junto da saga que a pertencia. — Querem saber? Hoje estou de bom humor. Então, vou contar tudo a vocês.

— Tudinho? — comemorou saltitando até o sofá da sala e me abraçando em seguida pela euforia.

      Carina, a mais velha, vinha enxugando as mãos numa toalha de mesa. Exibia sorridente a sua camiseta preferida enquanto nos via se acomodar no móvel de camurça bege. Era um exemplar da banda Panic! At the disco que é totalmente preta com direito a autógrafo de todos os integrantes e uma assinatura a mais na manga.

— Sim! — retruquei animada, a embalei entre meus braços e a enchi de cócegas. 

      A maior que só nos observava veio com tudo nos acompanhando no embalo. Sentia-me nostálgica mais uma vez, com todo aquele carinho e descontração, eu sentia estar em casa.

— Ah, meu Deus! Assim vocês vão me deixar sem ar! — reclamo abanando as mãos no pescoço molhado.

    Carina se segurou para não rir e sorriu timidamente, ela tinha essa dificuldade em demonstrar com alguém suas reais opiniões ou sentimentos, ao contrário de Mariane que não guardava para si suas brincadeiras.

   Eram completamente opostas, mas no fim lá estávamos nós sorrindo abobalhadas por palavras não ditas e memórias acesas. Só nós e um emaranhado de lembranças ocultadas em minha mente que só eu tinha a total segurança de que ninguém saberia. Bom, pelo menos não até ser mãe.

— Vai, me conta. Como era a mamãe? — pergunta a garotinha de olhar azul-celeste. — Nas fotos só tem vocês duas naquela festa de… de…

— Formatura. — Carina a completa.

— Isso! Formatura. — sorriu confirmando. — E é só aquelazinha, queria saber mais!

— Quanto?

— Tudo! — disse elevando as duas mãos acima da cabeça, sua animação havia estourado de tanto nos ver rindo. — Como ela era na minha idade? Como ela era na idade da Naná? — era como chamava sua irmã — O que ela fazia quando ficava entediada? O que ela brincava? O que vocês conversavam? — seus questionamentos a deixavam se respirar, Carina até riu pela tonalidade rosada que a caçula tomou ao terminar as perguntas.

— Calma, calminha mocinha! — digo afagando o topo de sua cabeça bagunçada. — Vou começar do início, ok? O mais lógico e o que mais vocês tanto querem saber. Eu não a conheci na infância então não posso te responder com certeza sobre isso meu bem, mas acredito que ela foi uma criança muito curiosa, sapeca e bastante animada. Assim como você. — toco na ponta de seu nariz conforme lhe respondia calmamente.

    Ela riu balançando a cabeça positivamente, me acostumei há tempos como enquadrar minha posição como mãe entre minhas filhas, Mariane é bem extrovertida então tenho que ser por muitas vezes o seu freio, embora Carina consiga exercer essa função tão bem quanto eu, enquanto a mais velha necessitava de um acelerador.

— E na adolescência? — foi a vez de Carina indagar, nossos olhares se cruzam por breves instantes e pude notar a curiosidade naquele olhar acastanhado. Uma verdadeira cópia dela.

— Ela sabia ser tudo na medida certa. Conseguia tudo com apenas as palavras e tinha certos gostos… — confesso piscando em sua direção deixando-a corada.

— Parece com você Naná! Parece com você! — tagarelou a garotinha se revirando no sofá rumo a outra que se encostava nele.

— É, ela parecia mesmo. — balbuciou franzindo a boca numa linha fina.

— Conta mais, conta mais! — pedia a menor se chacoalhando, ainda que quisesse muito tenho noção de que muitos dos acontecimentos deveriam continuar como estão, na memória. No passado.

— Certo, vou contar. Só prometam que vão guardá-lo em segurança como fiz também. — peço erguendo a mão direita.

    Lá no fundo, ela sabia que não iria conseguir guardar o nosso segredo para sempre. Clarita sabia.

— Nós juramos! — disseram em uníssono repetindo o que fiz.

— Bem, tudo começou há treze anos…

… E tudo mudou.

Aaah! 🤩 O prólogo finalmente chegou! O que acharam dele?
O que acham que vai acontecer nessas lembranças? 🤔🤔
Não esqueçam de votar e comentar, adoro teorias então também pode me dizer aí.
Até os próximos capítulos xuxus. ❤️😘