Respiro fundo, me sentando ao lado da cama dele.
一 Você não é uma enfermeira. - Tom afirma.
一 Não.
一 E você também não é esposa, noiva nem nada de nenhum dos meninos. - ele enumera, como se estivesse riscando itens de uma lista.
一 Você ficou desacordado por dois meses, não dois anos Tom. - respondo sem conseguir segurar uma risada.
一 Então essa aliança... - ele diz, olhando para minha mão esquerda.
Sinto meu coração acelerar imediatamente. Eu realmente não esperava que ele entendesse assim tão de pronto.
一 Ok, essa foi rápida. - admito com um meio sorriso, ainda tentando achar um meio de tornar aquela conversa mais leve.
一 Bom, você estava comigo no acidente e estava aqui quando acordei. Parece bem próxima da minha família e tem uma aliança, mas não está em um relacionamento com nenhum dos meus irmãos... - ele lista, fazendo tudo parecer extremamente óbvio. - E você me chamou de "amor" quando eu tava acordando.
Tenho a plena certeza de que, se eu já não estivesse vermelha de vergonha, agora ficaria.
一 É, olhando assim realmente parece bem óbvio. Acho que te subestimei. - comento em tom de desculpas.
一 Tudo bem. - ele deixa passar. - Então nós realmente... - ele confirma sem tirar o olhar da minha aliança.
一 Sim. - respondo, sentindo o coração ainda acelerado.
Ele passa alguns segundos quieto, processando o que acabou de ouvir.
一 Quanto tempo?
一 Quatro anos.
一 Uau, eu casei novo. - ele diz, surpreso.
一 Olha em minha defesa eu não te obriguei a nada. Na verdade eu até queria esperar mais e basicamente recusei o pedido, mas você me convenceu. - me defendo com as mãos para cima, fazendo ele rir.
Só eu sabia o quanto sentia falta daquele som.
一 É estranho, não é? - pergunto, tentando quebrar a tensão no quarto depois de alguns segundos de um silêncio incômodo. Ele parece não ter ideia de como lidar comigo e não o culpo: eu muito provavelmente surtaria se estivesse no lugar dele.
一 Desculpa mas é um pouco, sim. - ele confessa, meio sem graça.
一 Relaxa. Se eu estivesse no seu lugar provavelmente já estaria chamando pela minha mãe e pedindo para ela me tirar daqui. - respondo, novamente o fazendo rir.
一 Bom, pelo menos eu tenho bom gosto. - ele diz mais para si mesmo do que para mim e imediatamente arregala os olhos, ficando vermelho.
Solto uma gargalhada imediata ao ouvir aquilo.
一 Me desculpa! Sério, eu não queria falar em voz alta. - ele se desculpa, porém já rindo de si mesmo.
一 Acredite, eu já te ouvi dizer coisas bem piores. - comento ainda achando graça. O rosto dele assume uma expressão que mistura um pouco de vergonha com um "eu imagino" e volta à cor normal enquanto controlamos o riso.
― Espera aí. - ele diz, aparentemente percebendo algo importante. - Se a gente é casado há quatro anos...a gente... a gente tem filhos? - ele pergunta, de repente tenso.
Respiro fundo. Por um lado eu preferia guardar aquela informação por mais alguns dias ou semanas, até que ele estivesse um pouco mais ajustado ao mundo. Contar tudo de uma vez poucas horas depois dele ter acordado parecia... abrupto demais, informação demais. Além disso, o conheço o suficiente para saber que ele ficaria no mínimo extremamente chateado se a existência da filha fosse escondida dele, mesmo que por pouco tempo.
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All By The Way
Fanfiction{REVISADA} Rebecca Ruiz King é CEO de uma empresa em Londres e casada com o ator mundialmente conhecido, Thomas Holland. A vida da pequena família vai muito bem, obrigada, até que um grave acidente vira tudo de cabeça para baixo e ameaça o futuro do...