[00.04] Saia Deste Vagão

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A estação de trem estava cheia, a máscara novamente escondendo seu rosto enquanto uma touca cobria seus fios verdes. Entrou em uma cabine qualquer, vendo uma mulher desesperada junto de outra, mas essa parecia ser mais nova, as duas tinham cabelos brancos e, pela semelhança, diria que são mãe e filha.

— Shouto! — Gritava a mais nova, tinha uma altura mediana, cabelos brancos com mechas vermelhas e usava óculos. — Ainda dá tempo de voltar!

— Filho, por favor! — A mais velha, de cabelos totalmente brancos e voz doce, acompanhou a outra nos gritos, as duas corriam de vagão a vagão. — Sabe que essa busca é inútil! Seu irmão morreu e não voltará nunca mais, pare com essa birra agora!

— Por favor, senhoras. — Um homem chegou e dirigiu-as até a saída. — Precisam ir agora, prometo que ligaremos se o acharmos.

Izuku percebeu um homem alto, cabelos platinados com um sobretudo entrar num vagão mais à frente, o desconhecido olhou rapidamente para as duas mulheres e sumiu da vista do esverdeado ao entrar na cabine, o menor apenas revirou os olhos e saiu de perto do vidro, o vagão que escolheu estava vazio então isso significa que poderia respirar fundo e pensar em seus próximos passos.

Sentou-se num dos diversos lugares disponíveis, fechou os olhos para deixar-se invadir sua própria consciência, o que conseguiria se uma mala não despencasse bem na sua frente.

— Mas que porra é essa? — Perguntou para si mesmo quando percebeu o objeto se mexendo.

O zíper da mala se abriu, de lá saiu um garoto alto de cabelos e olhos bicolores, naquele momento o esverdeado se perguntou como o outro entrou naquele objeto.

— Olá. — Sentou-se no banco de frente para Izuku.

— Por favor, saia deste vagão. — Midoriya olhava-o incrédulo.

— Uh? - Desviou o olhar para o esverdeado. — Não posso. — Deu de ombros. — Estou escondido. Meu irmão me ajudou a entrar aqui sem ser visto.

Midoriya respirou fundo e disse novamente: — Saia deste vagão agora!

— Você é... — Pensou um pouco. — Um rapaz estranho.

— E você se acha normal? — Levantou a sobrancelha encarando-o com desdém.

— Quem é você? — Perguntou interessado.

— O que é você? — Rebateu Izuku.

— Sou Shouto Todoroki. — Ergueu a mão para um cumprimento que foi ignorado pelo menor.

Midoriya estalou a língua ao ouvir o sobrenome do bicolor, logo disse: — Você é um almofadinha.

— Eu acabei de fugir da minha família — Irritou-se. —, de uma maneira bem difícil então-

Izuku o interrompeu ao levantar-se do banco e ficar milimetros longe do rosto de Shouto: — Você não fugiu, tem um homem alto, de cabelo branco e com chapéu preto te procurando nesse trem e quando ele encontrá-lo vai achar que sou seu cúmplice e serei eu quem vai correr perigo. — Despejou seu ódio naquelas palavras. — Portanto, peço que saia deste vagão. Agora. — Afastou-se voltando a sentar no banco atrás de si.

Um silêncio se estendeu por alguns segundos antes de Todoroki voltar a falar: — Você lembra-me de meu pai, ele também é mandão. — Levantou-se num pulo colocando a mala (que ainda estava no chão) no suporte acima das janelas. — Deixei minha mãe, minha irmã e meu irmão para ir atrás de alguém importante.

— Legal. Agora xispa.

— Um homem alto com chapéu preto? —  Perguntou vendo o esverdeado assentir. — Vai ficar tudo bem. — Disse para si mesmo antes de sair do vagão.

Símbolo do Caos || KTBDOnde histórias criam vida. Descubra agora