Símbolo do Caos || KTBD

[00.01] Eu NÃO Sou o Problema

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Quando Izuku era criança, sonhava com o dia que descobriria sua individualidade para poder ser como All Might, o Símbolo da Paz, seu grande ídolo, mas quando Inko percebeu que os poderes do filho não manifestaram-se e o levou ao médico

— Melhor desistir, garoto. — O velho homem dizia com um tom sério e sem expressão alguma no rosto. — Você não possui individualidade.

O mundo de Midoriya caiu naquele momento, não apenas porquê ele não tem um superpoder, mas porquê ele se viu dentro de uma minoria.

— Eu ainda posso ser um herói, não é mamãe? — Perguntou apontando para a tela do computador onde a imagem de All Might estava pausada. — Eu posso ser um?

— Me desculpe Izuku. — Inko abraçou-o chorando e desculpando-se, mas não, não era isso que o moreno queria ouvir dela naquele momento.

O primeiro passo para o garoto era ter uma individualidade, mas esse não é o sonho dele, o sonho dele é ser um super-herói, e não ter um poder não significa que ele não possa tornar-se um, mas foi isso que ele sentiu: Que o sonho dele acabou.

— Deku não tem uma individualidade.
— Isso é coisa de gente esquisita, já devíamos ter adivinhado.
— Que sem graça.

Por que? Porque ele é parte de uma minoria da população que não é posta na mídia como a maioria - os que possuem individualidades - é colocada. A minoria que nunca é representada.

— Izuku, você não consegue fazer nada mesmo. — Katsuki ria do "amigo" jogado no chão.

— Para com isso. — Resmungou ao levantar-se.

Midoriya vive em um mundo onde todas as representações de heróis são pessoas com poderes, isso faz com as pessoas sem individualidade parte de uma minoria oprimida por uma maioria com individualidade.

Na escola era ridicularizado, falavam de seu sonho e riam, apanhava, era zuado simplesmente por sonhar.

— Se quiser tanto assim ser um super-herói, tem um jeito fácil. — Bakugou, seu "melhor amigo de infância" disse ao parar perto da porta da sala de aula. — Reze para reencarnar com individualidade e pule do telhado de um prédio!

Mais tarde do mesmo dia, Izuku foi salvo por All Might, e essa era sua chance, Midoriya só queria que o loiro lhe dissesse a verdade

— Não é possível ser herói não tendo individualidade, jovem. — O herói saiu do prédio deixando o menor sozinho no terraço.

Aquelas palavras ecoaram na mente do garoto como se fosse o anúncio do fim dos tempos, sentiu como se o seu corpo pesasse mais que o seu sonho, como se seus sentimentos fossem embora junto ao vento.

Se sentia tão vazio mesmo estando tão cheio, sentia-se tão frio mas estava queimando por dentro.

Sinceramente, não queria mais viver, amava sua mãe e lhe doía pensar em deixá-la sozinha, mas não aguentava mais. Talvez Bakugou estivesse certo e Izuku tivesse um poder ao renascer, queria sentir-se, mesmo que por um segundo, em paz.

Mas antes de se jogar daquele prédio, tentou entender o motivo de estar tão péssimo, teve de chegar bem perto do fim para perceber que o erro não estava nele, o erro está nessa maldita sociedade que só valoriza quem tem individualidade.

A raiva inundou-o, desceu do prédio e seguiu para casa, chegou a hora do mundo conhecer seu pior pesadelo, Deku faria daquela cidade um inferno. Pensando sobre isso, guardou tudo que precisaria, agradeceu ao seu "eu" do passado por fazer anotações dos heróis.

Com um sorriso no rosto, saiu da casa da mãe antes da mulher chegar do trabalho, como despedida deixou um bilhete em cima de sua cômoda.

Rumou ao horizonte, sabia exatamente onde poderia se esconder da polícia e dos heróis para criar um plano e destruir essa cidade com prazer.

— Está na hora do mundo saber quem Izuku Midoriya é.

A inteligência superaria a individualidade.

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Desculpem qualquer erro ortográfico.