+ 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐃𝐀𝐋𝐆𝐎 | Sabina Hidalgo é uma menina exemplar, a melhor aluna de sua turma, seus sonhos são tão altos quanto o céu. Sabina nunca precisou ser popular, sempre presa pelas pequenas amizades, que são onde sempre que ocorre o verdadeiro am...
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— Savannah?
— Saby? O que foi? Porque está chorando? — ela pergunta alarmada.
Eu solto as malas no chão, e me jogo nos braços dela, ela me abraça de volta, e afaga meu cabelo com a mão.
— Shiiiiiii, se acalme. Me conte o que aconteceu. — ela pediu.
E eu contei, contei tudo. Contei que meu pai havia me expulsado de casa, contei que não tinha onde ficar e que precisava de ajuda. E ela como uma melhor amiga perfeita, ofereceu a mim sua casa. Conversamos com a mãe dela, que disse que contanto que eu não botasse fogo na casa, eu podia ficar o quanto quisesse. Arrumamos o quarto de hóspedes, e eu me arranjei lá. Fiquei encolhida na cama, na posição fetal a noite toda. Não derrubei uma lágrima, não solucei uma vez. Nenhum pai de verdade faria o que o meu fez.
Esperei até que o sinal tocasse, para entrar na escola, e fui direto para a sala. Sorte ou azar meu, que a primeira coisa que eu vi foi o grupinho de Josh. Lá no fundo, a turma da bagunça era liderada, por ninguém mais ninguém menos que o pai do meu filho. Josh sentava no centro, cercado pelos seus fieis escudeiros: Victor, Bailey, Samuel. Que eu "carinhosamente" apelidei de: Dunga, imbecil, e boneco de lego. Além deles, Pepe sentava atrás de Josh, ele tinha um dos braços na coxa de Sina, que sentava ao lado dele, lugar que até pouco tempo era meu. Avistei Savannah um pouco a frente, com Harvey à sua esquerda, e Krystian à direita. Andei até meus amigos e me sentei atrás de Heyoon.
— Tudo bem? — ela perguntou.
— Não. Eu estou infeliz. — falo séria.
Savannah entende o recado e vira para frente. As aulas passam como um borrão, e eu pela primeira vez na vida não me lembro de nada. O sinal toca estridentemente, anunciando que a aula acabou, e meu estômago ronca junto, avisando que eu preciso comer. Já que são exatamente 13:00, e eu não como desde que saí da escola ontem, ou seja em 48 horas, eu comi uma maçã e uma mordida de um sanduíche. Não me culpem, foram dias muito conturbados para pensar em comer, principalmente quando você sabe que vai vomitar tudo depois. É eu estava como fome. Caminhei pelo estacionamento, pensando em que restaurante eu iria pedir pra Savannah parar, quando um carro, conversível, branco, que devia custar em torno de 50.000 mil dólares, me atropelou. Eu caí de bunda, no asfalto, meus livros se espalharam todos e minha mãos sustentando o peso do meu corpo ficaram completamente arranhadas. O carro estava a - literalmente - centímetros de mim. O motorista saiu do carro, e veio na minha direção. Eu levei as mãos ao peito, sentindo o quanto meu coração estava acelerado, e tentando normalizar minha respiração.
— Sabina — a voz de Josh me desperta. — Maria Sabina, me responde, você está bem?
Várias vozes, passam a chamar meu nome, mas eu não acho forças para responder.
Josh se agacha ao meu lado, e meus olhos se encontram com os dele.
— Josh. — sussurro, o loiro sorri, e cobre minha bochechas com as mãos. — Você... você me atropelou. — falo surpresa ao ouvir minha voz. — Seu cachorro! — falo raivosa, mas Josh ri.
