23. segredo

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- Por que você não pode me contar?
- Não é meu segredo.- eu respondi.
- Eu preciso que você me diga pelo menos alguma coisa, eu não consigo entender, eu tenho pensando tanto e não vejo nenhuma resposta, cada dia eu fico mais para  trás.
- Para  trás do que Severo?
- da sua vida, você não me diz nada, não compartilha comigo coisas que eu sei que você fala com seus amigos.
- certo, eu suponho que você está certo.
- E o que você vai fazer sobre isso?
- vou te contar, escape da aula da tarde, e venha até a floresta proibida, para baixo da casa do Hagrid, te encontro naquela clareira.
- tá bom.
- eu vou te contar somente os meus segredos, e você fará um voto.
- Você não confia em mim?
- eu confio, mas isso me mataria mais rápido que o pior veneno da aula de poções.
- nada te mataria tão rápido.
- quando souber vai entender.
- até a tarde.- ele me disse e então ele saiu de perto e voltou para os sonserinos, faziam dois dias que ele estava irritado comigo, mas ainda assim me acompanhava pelo pátio, bufava e as vezes dava sinais que ainda estava irritado fiz questão de ignorar todos, uma hora ele teria que conversar comigo.
Fiquei na bbiblioteca e esperei até que fosse hora, eu nem entrei na sala da tarde, tinha que organizar minhas ideias antes de falar para o Sev, não podia contar muitas coisas, ele deveria saber somente o essencial, eu já havia contado para o Remus, mas isso era diferente, não queria que ele se sentisse vulnerável, contando para o Severo, eu estarei muito vulnerável, e se ele fizer algumas perguntas? Eu não poderei responder muita coisa, eu não sei como ele vai reagir se descobrir que eu já o conhecia antes,  o que ele pensaria? Eram muitas perguntas na minha cabeça, eu estava bastante insegura sobre o que aconteceria a seguir.
Olhei para o relógio e estava na hora, eu saí da biblioteca rapidamente e passei por alguns corredores vazios, e finalmente usei a saída dos fundos, avistei a casa do Hagrid e me dirigi para lá, o meio gigante estava alegremente assoviando e limpando sua horta, ele me viu e acenou.
- Olá Hagrid.
- Olá, você não tem aula?
- não.
- tudo bem, quer chá?
- mais tarde Hagrid, obrigada.
Continuei descendo e ele continuou como se nada tivesse acontecido, se ele fosse mais atencioso, provavelmente teria percebido que eu era a única no pátio.
Caminhei mais alguns minutos e finalmente cheguei na clareira, e me sentei em um tronco caido, e peguei um livro,  logo escutei passos calmos vindo em minha direção, levantei o olhar e Sev estava próximo de mim, o cabelo caindo no rosto, ele era tão alto quanto adulto já, mas ainda não tinha o poder de fazer todos se calarem em sua presença.
- olá.- eu disse.
- oi.- ele se aproximou de  mim, e colocou suas mãos no meu rosto e me beijou, cada vez era como se fosse a primeira, meu coração ficava bobo e minhas pernas bambas, e ainda pareciam haver borboletas na minha barriga. - primeiro o voto?- ele me falou.
- sim, pegue sua varinha.- ele pegou a varinha e eu comecei a recitar o juramento.- você promete guardar meu segredo, e somente revela-lo para salvar a minha ou a sua vida?
- sim.- uma tênue linha dourada ligava nossos pulsos, e ele me olhou nos olhos.
- está pronto.
- não quer mais nada?
- não, é o suficiente. - ele sorriu de canto e me beijou de novo .
- qual o grande segredo mortal?- ele falou sorrindo, como se fosse a coisa mais improvável do mundo.
- no meu terceiro ano, eu tinha um viratempo,  um dia eu saí muito irritada da sala de adivinhação por quê a professora era uma charlatã medíocre, tropecei no sapo do meu amigo e cai, o viratempo foi acionado e eu caí 20 anos no passado. - a cor tinha saído totalmente do rosto dele, e ele parecia confuso.
- mas ... mas.... eu...
- tire um tempo e pense no assunto, responderei todas as suas perguntas.- ele ficou uns cinco minutos em silêncio e preocupado .
- nós conhecíamos no futuro?
- sim, mas era diferente.
- como assim?
- você era meu professor.
- professor? Como diabos isso aconteceu?
- não faço a menor ideia, você não falava da sua vida pessoal.
- isso parece horrível. - ele me disse.- sou casado?
- pelo que eu e meus amigos adolescentes sabemos sim, estávamos fofocando disso no último dia.
- sabe com quem ?
- não temos a mínima ideia mas sabemos que ela é ruiva. - ele pareceu triste.
- mas você não é ruiva
- Sev, eu tentei pensar no futuro, e não deu nada certo, temos que deixar a vida funcionar, e no futuro saberemos.
- conhece mais alguém no futuro?
- somente o Remus.
- alguém já morreu?
- sim.
- quem?
- eu não posso contar, na verdade não podemos interferir no tempo, eu sei de algumas coisas que eu gostaria de modificar, mas isso não é possível.
- certo. - ele me beijou de novo, e olhou no fundo dos meus olhos, senti meu coração acelerar e minhas bochechas esquentaram. - eu te amo, eu sinceramente espero me casar com você.
- eu também te amo. - eu respondi, então ele sacou a varinha e conjurou  flores para mim, uma rosa e uma margarida.
- obrigada elas são lindas. Eu tenho mais uma coisa pra te contar.
- o que ?
- Meu nome..
- é falso?
- não completamente, mas é bem menor, é só Hermione Granger,  e você deve me chamar por ele, por favor.
- Mas por quê?
- o apelido, as pessoas me acharão familiar, mas não farão a ligação, será como duas pessoas parecidas.
- inteligente, quem mais sabe dos seus segredos.
- somente mais duas pessoas, e eu não posso revelar quem elas são.
- tá bom, um dia você vai me contar tudo certo?
- com certeza.
- E eu realmente te amo, de todo meu coração, tenha certeza disso, farei tudo o possível para te proteger.
- eu também te amo.

Amor além do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora