Dividimos dores

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BOA LEITURA✨

Que cheiro é esse? Que roupas são essas? O que é isto em meu braço? Sangue?

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Que cheiro é esse? Que roupas são essas? O que é isto em meu braço? Sangue?

Fui abrindo os olhos aos poucos, forçando para identificar onde estava, mas aquele cheiro tradicional de hospital me trasbordou o que estava fazendo ali? Reconheci a sala onde minha vó e eu estevemos há alguns dias… com uma poltrona velha no leste da sala, alguns cartazes, álcool, alguns outros equipamentos e a maca, onde estava, no centro. O sol encandeando o quarto, com raios vibrantes, sob a cortina me fez lembra do meu…que era onde eu "renascia" todos os dias.

  Montanhas de gases e outros equipamentos cercavam meu braço esquerdo, com um leve sangue a mostra. Olhei para o pulso, me esforçando para  entender as marcas de tinta canetas escrito "segure firme" Luana! Sempre que uma ou outra estava muito mal, escrevíamos isso no fim das aulas, como uma forma de ligação e lembrança de que a gente conseguiria enfrentar qualquer problema, juntas! Aquele pequeno ato aqueceu meu coração gelado.

  Escuto a porta abrir levemente como se não quisesse fazer barulho e vizualisei aquela imagem, cabelos negros, lisos, roupas escuras, sardas…Theo! Mas o que está fazendo aqui? 

— Theo! O que eu estou fazendo aqui?

Falei ofegante.

Ele me olhou surpreso feixando a porta atrás de si e falou:

— você acordou…ele fez uma pausa, guiou os olhos para o chão e depois para mim, suspirou e continuou-Eu queria poder ser sarcástico e fazer piadas agora, mas não é certo…falou ele deslizando a mão pelos cabelos e agora olhando fixamente para mim-Estela esse ferimento no seu braço foi um tiro…

Tiro? Tudo agora fazia sentindo, o barulho as pessoas gritando, motos, as lágrimas, a dor, a luana chorando…comecei a me sentir tonta, esgotada, enjoada e meus olhos começaram a se cansar, um tiro? Ele se aproximou de mim na maca, pondo a mão na barra lateral. Tudo agora parecia girar como furacão turbinado.

— Você está bem?

— sim.

Digo,mentindo.

— onde está  luana?

Perguntei olhando em direção a poltrona.

— Ela foi em casa se trocar.

Respondeu ele pegando uma cadeira branca e velha, arrastando-a para perto.

— há quanto tempo estou desacordada?

Perguntei agora olhando em sua direção, e percebi as olheiras marcadas sobre suas sardas, ele parecia exausto.

Teu sorriso merece minhas lágrimas?Onde histórias criam vida. Descubra agora