A Human is Born² - The Walking Dead

Você vai nos deixar...

Lucille pov:

Assoprava uma mecha de cabelo que tinha caído sobre meus olhos pela milésima vez, estava de joelhos na terra vestida com o macacão da primeira vez que vim para o canteiro, estava sozinha com Luna pois fui informada antes de sair de casa que a senhora Collins não poderia ajudar hoje por estar com dor em seu joelho por ter ficado cuidando de seu marido, senti pena dela e entendia completamente. No caso da Enid, eu realmente não sabia o porquê não ter aparecido, nem para café que a convidei ela deu as caras, claro que eu ia apenas ficar a olhando, fiquei chateada admito, mas acho que deve ser estranho para ela essa coisa de aproximação, também a entendia pois quando conheci Rick e os outros, eu era basicamente assim. Suspirei sentindo uma gota de suor descer pela minha testa, cobria as sementes que tinha botado com calma sentindo meus braços um pouco dormentes depois de ficar abrindo os vários buracos na terra, escutei alguns resmungos de Luna e ergui minha cabeça para poder olhá-la a vendo em pé e andando em minha direção.

— Que foi filha? - Perguntei a vendo com cara de choro enquanto fungava, assim que ela se aproximou o suficiente, escondeu seu rosto em meu peito enquanto soluçava baixinho. - Ei meu doce, tá sentindo alguma dor? - Tirei minhas luvas e a abracei a trazendo para o meu colo após sentar no chão, ela chorava baixinho enquanto segurava minha blusa com força, foi então que ouvi um grunhido distante me fazendo franzir minha testa, me ergui do chão com Luna em meu colo e andei em direção ao muro e a cada passo que eu dava ela se encolhia mais em meu colo.

— Nonto, nonto. - Repetiu em sua voz manhosa e ao mesmo tempo chorosa, a olhei e pude vê-la balançar sua cabeça em negação. - Fe dodói, papa. - Ela apontou para um de meus braceletes que estavam amostra.

— O monstro fez dodói?

— Dodói. - Ela confirmou e olhou para o muro e segui seu olhar, do que ela estava falando?!

— Ei. - Escuto a voz de Enid e me viro a encontrando meio acanhada, estava tão distraída que nem a ouvi chegar.

— Ei. - Retribuo o cumprimento e a vejo se abraçar e sinto Luna me apertar. - Pensei que estava fugindo.

— Eu tava ocupada. - Arqueei minha sobrancelha e assenti em seguida. - Quer... alguma ajuda? - Fiz um estalo com a minha língua enquanto pensava e divagava por um momento.

— Você fica de olho na Luna rapidinho? - Ela me olhou confusa e um tanto temerosa.

— Acho que não é uma boa ideia.

— Não se preocupe, você vai conseguir me ver ainda, é só pra ela não correr. - Falei enquanto me aproximava dela que me encarou por alguns minutos e ainda hesitante assentiu de leve. - Obrigada. - Agradeci e tentei entregar Luna, mas ela não se soltava. - Eu só vou ver o que é meu doce, volto logo. - Ela negou e respirei fundo, tive que tirar suas mãos de mim à ouvindo grunhir irritada enquanto a entregava para Enid que parecia uma estátua a segurando. - Relaxe se não vai ficar dolorida, é rápido. - A vejo assentir e me virei voltando a andar até o muro, quando já estava perto o suficiente comecei a escalar com certa dificuldade por não ter onde me apoiar ou mesmo ter algum suporte, parecia até um macaquinho subindo. Depois de um pouco de esforço e de sentir Enid me olhando o tempo todo enquanto Luna soltava alguns gritinhos, cheguei ao topo e olhei para baixo do lado de fora encontrando um caminhante, coloco minha franja atrás de minha orelha e olho para trás. - Enid, se aproxima com a Luna, por favor. - Peço após uma teoria muito idiota passar pela minha cabeça, me segurava firmemente enquanto Enid tentava andar até o muro, mas Luna se debatia de forma manhosa tentando se soltar, voltei meu olhar para o andarilho o vendo andar desnorteado mas não que ele já não andassem assim, dessa vez era diferente. Voltei meu olhar para Enid que já estava perto o suficiente do muro e Luna soltou um grito estridente, me fazendo virar o rosto fazendo uma careta, mas pude ver o andarilho ignorar completamente e andar em direção a floresta como se nem tivesse ouvido nada, coisa que era impossível mesmo com o muro, pois o grito dela parecia ter entrado na minha alma.