A Court Of Stars And Dreams

Capítulo 6 - Rhysand -

     Eu não conseguia sentir mais ela.

    Comecei a gritar seu nome e pedir para que ela acordasse. Para que ela voltasse. Voltasse para mim.

    Nos atravessei para a Corte Noturna, mas antes disso Tamlin implorou que eu mandasse notícias dela para ele e só depois que prometi que o faria ele foi para sua própria Corte.

    Conseguia ver Nestha chorando e segurando Cassian enquanto Mor avaliava as feridas em seu corpo e asas. Mas ele parecia melhor, já estava acordado e suas feridas estavam se curando mesmo que lentamente.

    Feyre no entanto permanecia fria e mesmo com o cobertor que tampava seu corpo nu por baixo ainda era visível as marcas roxas.

    Lágrimas desciam pelas minhas bochechas enquanto passava a mão lentamente pelo rosto dela. Até que Armen deu um pequeno salto do meu lado e minha atenção se virou direto para ela.

   - Rhys, tem algo... algo que você precisa saber... – Disse Armen – Todos têm que saber.

   - Não! – Exclamou Cassian – Você não vai contar. Ela vai – Enquanto apontava para Feyre com o queixo lentamente.

   - Como você sabe? – Questionou Armen

   - Não importa agora, mas você não pode fazer isso – Retrucou Cassian se levantando enquanto gemia de dor.

   - Contar o que? – Falei meio exaltado.

   - E se esse for o único meio de salvar ela? – Armen agora olhava furiosamente para Cassian que retribuía o olhar.

    - Se esse é o único jeito, conte! – Disse Nestha enquanto segurava Cassian, que virou o rosto inexpressivo para ela.

     - Como você...? - Cochichou Cass.

    - Chega! – Falei para eles. – Me contem agora!

    Armen se virou para mim e disse – Tem um jeito de salvar ela. Ache um laço.

    - O laço está quebrando, não consigo acesso a ela. – Respondi

    - Não esse laço, Rhys. Ache outro. Ele não vai te dar acesso a ela, mas a outra coisa que pode salvá-la... – Meus olhos encontraram o de Armen enquanto ela disse calmamente. – Você vai descobrir sozinho. Apenas... apenas procure outro laço.

     Olhei para Feyre que não esboçava nenhuma mudança e acariciei seu rosto enquanto usava meus poderes para entrar em sua mente. Eu não sabia o que Armen queria dizer com esse outro laço, não sabia que era possível termos dois laços de parceria.

    E de repente eu vi. Uma ponte intacta que iluminava tudo em minha mente. Chamei por ela. Gritei seu nome contra a ponte e pedi... pedi para que ela voltasse para mim. Mas antes que eu pudesse me afastar escutei uma coisa. Um sussurro. – Ela está bem e eu estou com ela. Te vejo em breve, papai. – Me afastei podendo ver então Feyre adquirindo cor em suas bochechas e em seus lábios e observando seu corpo se mexer diante da respiração dela.

        Olhei para Armen com olhos cheios de lágrimas. – Você encontrou... – Ela disse dando um leve sorriso, um que eu não via em seu rosto a séculos.

       Assenti com a cabeça enquanto olhava para minha parceira que agora abria os olhos.

      - Você está bem! – Exclamei – Está em casa. Todos estamos. Todos. – E com isso eu também quis dizer aquela dádiva que o caldeirão nos deu. Aquele presente. Nosso filho.

      Dois dias se passaram desde o ocorrido. Cassian já estava melhor. Suas assas estavam bem e suas feridas praticamente curadas. Minha parceira ainda sentia dores por seu corpo manchado por hematomas, mas já conseguia se manter de pé. Fui até a Corte Primaveril e falei com Tamlin sobre como ela estava. Ele me permitiu entrar em sua mente para me mostrar o que havia acontecido lá. 

       Ele tinha sido envenenado com diversas flechas em seu peito e levado para uma cela como a que Feyre tinha ficado. Até que ele a ouviu chorar e chamou seu nome e ela apertou seus braços nos joelhos para esconder seu corpo e então ele viu tudo que fizeram com ela e simplesmente explodiu. O pouco de poder que havia restado dentro de si ele usou para se transformar e tirar ela de lá. 

       - Era o mínimo que podia fazer por ela. Tirar ela daquele lugra. Ouvi você no salão na parte de cima e esperei até a briga diminuir para poder me transformar e leva-lá até você. - Ele disse

       - Obrigado! - Exclamei - Ela vai ficar bem. 

       - Meus parabéns Rhysand. Eu sei que Feyre está grávida. - Gelei ao ouvir ele dizer aquilo. Mas mantive meu olhar para ele. - Ela merce ser feliz. E já que eu não consegui, faça você!  Assenti com a cabeça. Caminhei para fora da casa e atravessei para Velaris. 

      Ainda não tinha conseguido falar com Feyre sobre o que ouvi. Não tivemos muito tempo para nos falar. A curandeira ficava com ela durante o dia curando algumas feridas internas e analisando seus hematomas.

      Eu sabia o que tinha escutado. E tinha certeza que tinha ouvido bem, mas a ficha ainda não tinha caído. Feyre estava grávida. Ela... nós teríamos um filho!

         Estava sentado no telhado pensando em tudo que aconteceu. Tinha tentado entrar no quarto aonde minha parceira estava, mas Mor barrou minha entrada e disse para ir lá mais tarde. Apenas assenti e sai arrastando os pés pelo corredor. Sentia falta dela. Medo do que estaria acontecendo. Mas minha preocupação me fazia querer cuidar dela, estar ao lado dela.

       Ouvi um pequeno barulho da porta que dava para a grande varanda abaixo de mim e me estiquei para ver quem era. Feyre! Em um pequeno movimento parei na frente de minha parceira que agora não tinha hematomas, mas sim um grande sorriso no rosto.

      Senti lágrimas descendo por minhas bochechas e abaixei meu rosto olhando para baixo. Como não tinha percebido? A barriga dela estava maior que o normal. Como não tinha visto? Ele deve ter usado o glamour nela mesma.

     Ela segurou meu queixo e ergueu minha cabeça. Olhei para ela e a abracei dando um leve beijo em seu cabelo.

    - Imagino que saiba. Mas quero levar você a um lugar... – Disse ela enquanto me encarava com seus lindos olhos brilhando como estrelas cadentes.

    -  Aonde vamos? – Perguntei.

    - Retomar a nossa tarde perdida. – Ela sorriu e me abraçou enquanto atravessávamos para a casa que Feyre tinha construído para nós.

     Ela saiu de meus braços, olhou para casa e esticou a mão quando perguntou para mim. – Vamos? – Assenti e seguimos para o grande jardim que decorava a entrada da casa.