Sinopse: Após um misterioso e aterrorizante vírus destruir a sociedade, Jin e Jimin aprendem que sobreviver não era questão de sorte. E que nem tudo era o que parecia ser.
Gênero: romance, drama, apocalipse, ficção científica. Avisos: descrição de ferimentos, sangue. Contador: 6,8k de palavras. · Betagem feita por autumnalD
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Nenhum filme ou livro poderia ter preparado Jimin para aquilo, absolutamente nada. De fato, se alguém tivesse dito com todas as letras que o mundo o qual ele conhecia chegaria ao fim, Jimin provavelmente iria gargalhar pelo tamanho absurdo. Mas ali estava ele, correndo em meio às ruínas do que um dia foi uma galeria comercial, procurando por remédios e comida. Tinha vontade de sentar nos escombros e chorar de soluçar, implorar ao universo para ter piedade e acordá-lo daquele pesadelo. Só que era real, assustadoramente real.
O trauma de perder a família e tantas pessoas queridas. Nesses momentos sentia falta do passado onde os maiores problemas eram acordar para as aulas na universidade e se deveria ou não gastar dinheiro com um mimo para si mesmo. Em meio aos escombros do que um dia foi uma cidade cheia de vida, era preciso ignorar os corpos e objetos que indicavam a possibilidade de alguém ter tentado sobreviver à nova realidade. O cinza sendo coberto pelo verde da vegetação, sendo um sinal claro de que a natureza estava tomando conta do que lhe pertencia. A única coisa que tirava um pouco o peso no peito de Jimin, era saber que não estava completamente sozinho.
"Mini, achou algo aí?" Namjoon entrou no que antes deveria ser uma farmácia, uma enorme mochila nas costas e um bastão numa das mãos. "Consegui encontrar comida, bastante coisa que ainda dá pra consumir."
Jimin fechou a mochila que carregava e virou-se para encarar o outro rapaz. "Tudo certo por aqui. Melhor irmos antes que comece anoitecer."
Os dois rapazes saíram dos escombros em silêncio. Nunca era bom manter conversa quando se está em um ambiente daquele nível, o risco de atrair problema com o barulho ou não ouvir os sinais de perigo eram grandes demais. Além da necessidade de andar o mais depressa possível, com o fim da energia elétrica, eram alvos fáceis na escuridão das ruínas do que antes foi uma metrópole. Mesmo usando as lanternas recarregáveis por energia solar, uma das regras que criaram era nunca usar desnecessariamente algo que possa precisar depois. Na realidade que se encontravam, a probabilidade de algo dar errado e parar numa situação de risco era ainda maior.
O sol já estava começando a se pôr quando os dois chegaram no acampamento, localizado próximo da praia, numa mansão que parecia mais uma fortaleza. Distante do centro movimentado, mas próximo o suficiente se soubesse quais atalhos pegar. O portão eletrônico não funcionava mais, porém ainda existia uma entrada secreta pela lateral, disfarçada como parte do muro e escondido por hera japonesa. Jimin agradecia todas as noites pelo namorado ter escolhido uma carreira que o fazia trabalhar com clientes esnobes, pois agora podiam usar um forte como lar.
