O Herdeiro Amaldiçoado

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sinopse: Jin acreditava que viveria eternamente amaldiçoado, enquanto que Jimin tinha uma única certeza: o ceifador era um ser de luz.
gênero: romance.
contador: 4,1k de palavras.

A sorte não parecia estar ao lado de Seokjin

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A sorte não parecia estar ao lado de Seokjin. De fato, desde seu nascimento, nada parecia estar conspirando ao seu favor. Quando afirmam que os pais amam seus filhos por completo, dedicando seu tempo para criar e cuidar do fruto de um sentimento puro, é uma terrível mentira. Seokjin não era fruto de um amor muito menos de um sentimento que possa ser considerado puro, pelo contrário, ele era o resultado de uma união grotesca de interesse e poder. Por vezes, não se considerava um monstro por causa de sua origem - poderia, claro, passar noites em claro odiando por completo seus progenitores - para isso precisaria se comparar àqueles que sentiam prazer de ser o mais abominável possível.

E em pensar que ele nunca havia desejado nada daquilo para si mesmo, que todos os infortúnios de sua vida tinham a mesma fonte, era às vezes desesperador. Aquele maldito nome. Apenas isso. As malditas letras que carregavam o peso ao formar aquele sombrio nome. Ou até mesmo o sangue que uma vez correu em suas veias, qualquer indício de sua miserável linhagem. Não havia maneiras de escapar, Seokjin já estava preso àquele destino antes mesmo de nascer. Chegava a ser irônico, depois de tanto tentar fugir, o jovem iria sofrer todas as consequências de escolhas que foram feitas pela única pessoa que ele um dia confiou sua vida. E aconteceu tudo tão cedo, tão rápido. Foi preciso apenas uma noite de inverno, em meio aos inúmeros interessados por uma ruína, para o óbvio resultado acontecer.

A confusão de idiomas sendo gritados agressivamente ao mesmo tempo foi cessada bruscamente. O silêncio que se seguiu era opressor, consumindo cada pedaço da enorme sala, como se o oxigênio tivesse esvaído de repente. Como se a própria morte estivesse ali presente. E estava, trajando o último terno lançado pela melhor marca britânica, combinando com sapatos clássicos italianos e uma bengala de ferro com uma ponta afiada de ouro. Talvez não fosse a morte, mas sim o próprio diabo. Ninguém disse uma palavra, os olhos voltados para o chão. Submissão. Sabiam a razão dele estar ali, nenhuma pessoa sã o suficiente iria se arriscar a estar na lista daquele homem. Exceto uma. E ela no momento estava paralisada de medo, os olhos de amêndoas arregalados em puro terror. Não tremia, não chorava, sabia o que a presença dele ali significava. Era o fim. E sem uma troca de palavras, o único som que quebrou o silêncio sombrio naquela sala foi o do disparo feito pela bengala do homem, um artefato que corria rumores de ser amaldiçoado igual o dono. Enfim, uma morte rápida entre os olhos, sem dor além do sofrimento psicológico. Talvez fora o ato mais simplório, sem qualquer indício da personalidade corrompida e doentia do homem e, por um breve momento, todos presentes acreditaram que o caso havia terminado ali.

Mas assim que o corpo caiu flácido contra o chão de madeira num baque quase oco, um grito infantil ecoou da porta no outro lado da sala. A criança correu a distância sem se preocupar com o seu redor, seu foco sendo apenas o corpo da mulher que pintava a madeira com sangue. Ajoelhando-se no chão frio, as mãos minúsculas e trêmulas tocaram a face já fria. O pequeno herdeiro. Todos haviam escutado falar da criança, mas ninguém teve a sorte em vê-lo até aquele momento. A mulher morta achava que realmente conseguiria escapar, mas no final havia apenas entregue em uma bandeja todo o reinado e aquele inocente ser. O homem segurou com certa força a bengala em suas mãos, assistindo por um breve instante atentamente a cena que ocorria aos seus pés, mas logo andou até a criança abraçada ao corpo.

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