Duende do Noel

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06 de Dezembro

18 dias para a véspera de Natal

Anna estava bastante empenhada em sua festa de fim de ano, seria um dia antes da véspera de Natal. Ela estava mais simpática e brincalhona com os funcionários. Meteu a mão na massa e começou a ajudá-los com a decoração.
Eu me mantive fazendo apenas o meu trabalho, observava de longe, não fazia piadas, não implicava e nossos assuntos eram apenas nas reuniões diárias.
Anna não disfarçava seus olhares assim como eu também não fazia questão.
Talvez eu tenha me empolgado, não deveria ter confundido as situações.
Os dias passavam cada vez mais devagar e toda aquela animação que eu disse que teria no trabalho já não existia mais. A graça era mexer com Anna..

Eu me encontrava sentado e minha mesa todo largado observando pela fresta aberta da porta Anna se enrolar com os longos metros de pisca pisca.
A aquela altura ela já estava sem seus saltos e seu sobretudo, a saia colada com fenda mostrando sua perna com pele impecável não ajudava muito de tão colada que era.
Eu batia levemente a caneta na mesa enquanto me perdoa em meus pensamentos com o olhar perdido na mulher que tanto me chamava a atenção.
Nunca fui um homem muito namorador, eu sempre acabava derrubando coisas em cima das mulheres nos encontros, isso quando elas não eram as derrubadas.
Eu tive uma namorada até hoje e uma garota que mexia comigo na infância que eu chamo de amor de infância, que você  não sente a  maldade, é apenas um amor puro e quando você realmente cresce, toma consciência e percebe que aquele não era apenas uma grande amizade.
A mulher que eu namorei era incrível mas não me merecia, eu fui chifrado e também não  era uma mulher que mexesse comigo da forma que Anna tem mexido.
Às vezes a gente namora apenas por namorar achando que sente tal sentimento mas na verdade é apenas ilusão e carência. No final aquele sentimento não passava de farsa.

-Senhor Blenc?-Bertina estava parada na porta a minha frente para me tirar do transe.

-Sim?-perguntei me ajeitando.

-Ela é linda, enrolada e marrenta né?-Bertina segurava sua bolsa observando Anna também.

-Nem me diga o quanto.-suspirei.

-A senhorita Anna é difícil de lidar, você não vai amansar a fera assim. Por que não procura entendê-la, um passarinho reclamão me contou que você sabe julgá-la.

-Anna comentou sobre mim?-perguntei com as sobrancelhas franzidas.

-Ela não tem amigos, a família dela é unicamente a sua mãe pois não considera o resto. Eu e você somos os únicos que tentam se aproximar dela de forma verdadeira sem interesse em seu dinheiro ou querendo um cargo maior na empresa.

-É, eu achei que estava ajudando mas tenho feito besteira nos últimos dias...

-A mocinha ali está tentando se consertar e você? Vai ficar parado aí só olhando?

-Talvez seja melhor Bertina. Ela precisa de um tempo para ela, não quero pressionar, vai que ela acha que eu estou querendo algo a mais.

-E não está? Eu pensei que os olhares pesados sobre ela, a ida a casa dela e o beijo na sala de reuniões fosse de alguém que queria Anna mais do que somente como uma chefe..

-Como você sabe isso tudo? Ela te contou?-perguntei assustado.

-Digamos que eu não seja cega para ver a troca de olhares, que ela tenha deixado escapar a ida a casa dela e que talvez eu estivesse na segurança quando o beijo aconteceu. A novela é ótima mas não enrola muito o enredo não.-ela piscou.- uma boa noite senhor Blenc. Até amanhã. -Bertina acenou e eu devolvi o aceno. Terrível.

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