Manual de sobrevivência ao irmão ciumento

Encontro (não) marcado

Mais um fim de expediente havia chegado. Era o primeiro mês de Gaara nas empresas Senju, uma empresa familiar voltada para a comercialização de produtos e subprodutos da madeira. Eram conhecidos naquele país e até onde sabia, seu chefe, Hashirama, tinha uma grande vontade de torná-la uma multinacional. Era o seu sonho, pois assim teria certeza que a sua empresa, que segue à risca todas as regras de extração, não estaria prejudicando o meio ambiente. Visto que inúmeras empresas do mesmo ramo não replantavam o número correto de árvores retiradas. Era uma pena. Aquilo, aos poucos, traria o impacto ambiental, que todos sabem que acontece diariamente, e Hashirama sempre esteve disposto a combater aquilo.

Esse era um dos inúmeros motivos que Gaara escolheu aquela empresa, havia os pesquisado antes, e modéstia a parte, ele poderia escolher a empresa em que queria trabalhar. Atuava no setor de financeiro e tinha acabado de fazer sua pós graduação com apenas vinte e três anos. O ruivo de olhos verdes água estava mais do que preparado para o mercado de trabalho para sua pouca idade.

Terminou de arrumar sua pasta com documentos que esperavam sua aprovação de liberação de verba para vê-los mais tarde. Na santa paz e sossego de seu apartamento. Conforme ia passando pelos corredores em direção à saída, ía verificando o que era cada área e decorando seus rostos, afinal podia precisar falar com qualquer um deles no período que trabalharia lá e, naquela breve semana que já esteve por ali, percebeu que todo mundo o direcionava para outra pessoa pelas características físicas. Era mais fácil de reconhecer, afinal.

Quando chegou próximo ao elevador, foi abordado por Itachi, um sujeito muito simpático do departamento jurídico que estava ajudando-o nos primeiros dias a entender como funcionava a relação de seus departamentos.

— Olá, Gaara. Está se adaptando bem?

O ruivo se aproximou do outro que tinha uma considerável altura comparado a si que possuía apenas 1,66.

— Ah, sim. O pessoal tem me ajudado, mas aprendi o sistema da empresa lendo o manual que a T.I. emprestou também.

— Ah, isso é ótimo. — Sorriu brevemente. Um sorriso muito bonito e acolhedor, aquele rapaz era sinônimo de tranquilidade, muito parecido consigo.

O sinal de que o elevador havia chegado chamou a atenção dos dois funcionários que se dirigiram até ele. No elevador estava o dono da empresa, Hashirama, com uma cara depressiva encarando o celular.

— Boa tarde. — Itachi e Gaara anunciaram ao entrar no quadrado de metal. Ficaram um do lado do outro trocando breves olhares perguntando entre si quem falaria com o moreno de cabelos longos com o olhar depressivo.

— Hashirama-sama, está tudo bem? — Itachi perguntou preocupado.

O homem virou o rosto triste em direção aos dois e logo abriu um sorriso.

— Ora, ora, é claro que está! — Soltou uma risada alta. — E vocês, meninos, como estão? Gaara tem se adaptado à empresa?

— Ah, sim. Está tudo tranquilo — respondeu-lhe, mas ainda possuía uma dúvida em sua voz devido à alteração de humor repentina do outro.

— Espero que esteja bem mesmo, Hashirama-sama. — Itachi voltou a falar confuso, também.

— Pare com essas formalidades, me chame só por Hashirama que está bom. — Outro sorriso caloroso e grande ocupou seu rosto.

O sinal do elevador mais uma vez se fez presente revelando que estavam no térreo, o mesmo andar do estacionamento. Seguiram caminho até a porta principal de vidro até que a voz do chefe se fez presente.

— Oe, garotos, vamos tomar umas ali no bar.

No Japão é considerado uma tremenda falta de respeito recusar uma saída de seu superior e naquele momento Itachi e Gaara praguejaram o ser que criou aquele tabu. O ruivo tinha um encontro marcado dali duas horas com seu namorado, Rock Lee. Uma paixão de infância que veio se tornar realidade há um pouco mais de sete meses. Itachi, por outro lado, sabia que em sua casa, seu primo e namorado, Shisui o estaria esperando após finalmente ter conseguido sair mais cedo da delegacia.