Todos os Nossos Feriados - Wolfstar

Capítulo 1 - O ínicio de uma tradição

Natal de 1972

O segundo Natal dos marotos em Hogwarts não saiu nada como o planejado - eles mesmos decidiram se chamar assim logo depois de ganharem uma bronca de McGonagall por enfeitiçar armaduras para dizer coisas obscenas para quem passava: "Tirem esses sorrisos marotos do rosto agora mesmo, isso não é engraçado, rapazes". Sirius ainda iria permanecer na escola, completamente alheio à ideia de voltar para casa. No entanto, Tiago e Pedro teriam de partir para as festas de final de ano, por conta de viagens que suas respectivas famílias fariam. O que deixou Remo com um dilema: voltar ou não para casa? Deixar ou não Sirius sozinho?

Ele nem precisou pensar, Remo ficaria em Hogwarts junto com seu amigo. Mesmo que os dois não tinham tanta intimidade quanto ele havia com Pedro e Sirius com Tiago, os dois marotos não pensavam que se divertiriam tanto.

Remo e Sirius passaram os dias jogando partidas de snap explosivo na sala comunal vazia, fazendo guerras de bolas de neve, enfeitiçando bonecos de neve para lutarem um contra o outro e deslizando em montes que eles mesmos construíram. Nenhum deles imaginava que a companhia um do outro era tão divertida quanto a de todos os quatro marotos juntos.

Na manhã de Natal, foi Sirius que acordou primeiro, e percebendo que Remo estava dormindo, sorriu e sem pestanejar, se jogou em cima do amigo.

- Vamos, Remo, acorde! - o moreno exclamou, assustando o outro garoto.

- O que você está fazendo, Sirius? - Remo disse ainda embaixo do amigo.

- Acordando você - saltou para fora da cama - é Natal!

- Não me diga - Remo esfregou os olhos, desejando ainda estar dormindo.

- Vamos, mais animação - pegou um presente da pilha de Remo e o lançou para o mesmo - e qual será o primeiro...

- Mais chocolate - falou feliz ao abrir um pacote de seus pais - e você?

- Ganhei o livro "100 ótimas pegadinhas para fazer antes de morrer" de Tiago e varinhas de alcaçuz e sapos de chocolate de Pedro.

- Eles me deram livros e mais chocolate - Remo falou depois de abrir os pacotes de seus amigos, sobrando apenas um, que por coincidência era de Sirius.

- Vamos, abra o meu - disse Sirius, empolgado, deixando de lado as novas luvas de couro de dragão que ganhara de Andrômeda.

- Certo - e desembrulhou com cuidado, revelando por fim um suéter verde, escrito em vermelho "Eu amo chocolate" no centro. Remo não pode evitar uma gargalhada.

- O que? - Sirius indagou preocupado - não gostou?

- Não, eu adorei - respondeu ainda rindo.

Sirius sorriu satisfeito. Ele havia encontrado o presente para Remo ainda nas férias, enquanto passava por algumas lojas da Londres trouxa - em uma das poucas ocasiões que conseguira deixar o Largo Grimmauld número 12 furtivamente. Quando Sirius avistou o suéter em uma vitrine de promoções muito baratas, imediatamente se lembrou de Remo e como o garoto era louco por suéteres - e chocolate.

- Veja o meu então - Remo falou apontando para um dos dois embrulhos restantes de Sirius, que o pegou e logo rasgou ferozmente.

De dentro do pacote, o moreno retirou um cachecol vermelho e dourado ridiculamente grande, com S.B, bordado na ponta.

- Eu não sei seu nome do meio - o garoto de cabelos castanhos disse sorrindo.

- É Orion - respondeu Sirius olhando divertido para o presente.

- Que surpresa.

- Quem o fez?

- Eu mesmo, minha mãe me ensinou a tricotar quando era mais novo - deu de ombros, sentindo suas bochechas corarem - poupe-me de zombarias, Black - disse logo vendo o sorriso malicioso nos lábios do amigo.

- Eu, Sirius Black? Zombar? Nunca - Sirius disse fingindo estar ofendido, o outro revirou os olhos - você realmente tem a alma de um idoso, Remo - e explodiu em gargalhadas histéricas.

- Ha ha.

- Estou brincando - deu um soquinho amigável no braço do amigo - achei brilhante - e enrolou o cachecol novo em volta do pescoço - vamos tomar café? - perguntou ignorando seu último presente, que estava etiquetado com o nome de seus pais.

- Cara, você ainda está de pijama - Remo disse com as sobrancelhas arqueadas olhando para o Black, que vestia seu clássico pijama listrado.

- Eu sei - Sirius respondeu, colocando seus tênis.

- Então...

- É Natal, Remo! - exclamou abrindo os braços - depois nos trocamos e executamos meus planos de lançar bolas de neve em Filch - Remo não se mexeu - qual é, Remooo? Vamos!

- Está bem - revirou os olhos, passando o novo suéter pela cabeça, por cima de seu velho pijama, em seguida colocou seus sapatos, para alegria de Sirius - feliz?

- Muito - falou puxando Remo pela mão para fora do dormitório, o guiando para o salão principal, onde receberiam olhares e risinhos dos poucos alunos e professores que restaram para o feriado.