40_ A gente ta namorando né?

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Clara Marques

Quando o Ethan separou a sua boca da minha abriu um sorriso genuíno. Oque ele ta sorrindo? O facto de eu quase ter quebrado os dentes dele?

Sempre me falaram que o primeiro beijo seria uma merda mas uau...

O Ethan fez ele ser bem menos pior mas ainda assim que acho que quebrei um dente de tanto que eu bati os meus dentes nos dele.

- Eu tava querendo fazer isso faz tempo. - Falou ele ainda pegando na minha cintura.

- E eu to quase me enterrando. - Olhei para um canto aleatório para evitar olhar em seus olhos.

- Porque? - Ele me olhou confuso e eu olhei pra ele com uma cara óbvia. - Ta maluca, só pode. - Sorriu pra mim antes de depositar um selinho sobre os meus lábios.

- Eu acho que esse é o momento mais clichê da minha vida. - Ri.

- A gente meio que torna tudo clichê. - Eu sorri pra ele ainda envergonhada e ele pegou na minha mão com carinho. - Melhor voltarmos pra casa... - Disse ele olhando a chuva que ainda caia.

- A gente podia fazer uma piscina com o tanto de água que temos no corpo. - Olhei brincalhona pra ele e ele gargalhou. Ele parecia bem mais feliz agora do nada.

O amor meio que muda as pessoas né?

Pois é, nem eu to me reconhecendo.

O Ethan e eu andamos de mãos dadas entre a chuva apenas conversando e rindo. Ele me contou o ponto de vista das nossas aventuras e tudo que ele sentiu perto de mim. As coisas eram realmente semelhantes a tudo que eu senti.

Foi bom ouvir o ponto de vista dele e entender tudo que ele sentiu.

Quando chegamos no prédio os seguranças olharam para a gente com indignação, não julgo, se dois malucos aparecessem em plenas 8 horas da noite totalmente encharcados da chuva no meu prédio eu tacaria cadeiras e mesas neles.

Me contentei em dar um sorriso singelo para eles e nós fomos até o elevador. Quando as portas do elevador se fecharam e eu e o Ethan caímos em gargalhadas.

- Você viu o jeito que eles nos olharam? - Perguntei ainda rindo.

- Eles pareciam ter visto monstros... - Falou ele rindo também.

- A gente tá tão horrível assim? - Me olhei no espelho do elevador e acho que entendi metade do susto do pessoal na portaria.

O Ethan me olhou com carinho e apertou o meu nariz em uma tentativa de aquecer o mesmo que estava vermelho e frio. Eu retirei a mão dele pra conseguir respirar mas em seguida voltei a colocar ela ali oque fez o Ethan dar um sorriso de canto.

Quando finalmente as portas do elevador se abriram eu bati na bunda do Ethan e sai correndo igual uma louca mas o barulho de sapato cheio de água batendo no chão me fizeram parar para rir.

Enquanto eu gargalhava o Ethan também andou fazendo o mesmo barulho que os meus sapatos fizeram.

Chegamos até a porta do meu apartamento e eu peguei a chave para abrir. Entramos e assim que fechamos a porta um chinelo veio na nossa direção. Eu e o Ethan instintivamente desviamos do chinelo e olhamos para o Caio assustados.

- Mas que... - Falei antes de outro chinelo ir na direção do Ethan.

- Oque ele ta fazendo aqui? - Perguntou o Caio bravo e eu apenas continuei a olhar assustada para ele sem saber oque falar.

- A gente conversou e... - Falou o Ethan tentando explicar mas antes que ele conseguisse explicar uma banana voou na sua direção.

O mesmo conseguiu desviar e eu dei alguns passos até o Caio.

- Você precisa parar! - Olhei pra ele brava. - Ta tudo bem agora.

- Você perdoou ele assim tão fácil?

- Ele me explicou que foi tudo um mal entendido.

- E você acreditou? - Me olhou indignado.

- Caio, a Laura armou aquilo tudo... Você não devia se surpreender com isso. - O Caio me ouviu atentamente e depois olhou para o Ethan com uma cara brava, deu alguns passos até ele e assim que estava a uma distância razoável sorriu.

- Eu acabei de atualizar aquele jogo que você me falou e a gente precisa jogar. - Falou animado e eu suspirei aliviada ouvindo ele e o Ethan conversar sobre o tal jogo.

Eu caminhei até o Ethan depois do Caio ir embora e o mesmo olhou pra mim com um sorriso sem mostrar os dentes.

- Você precisa tomar um banho e vestir algo quente... - Falei passando a mão pelo seu braço molhado.

- Eu vou fazer isso mas você também precisa fazer. - Falou puxando o celular do bolso enquanto eu abria a porta de casa.

Ele passou por mim e parou me olhando do outro lado da porta.

- Que foi? - Perguntei confusa e ele se abaixou para depositar um beijo doce e leve sobre os meus lábios.

- A gente ta namorando né?

continua...

O VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora