Irmão?

149 7 8
                                    

- Senhorita Dorothy Williams, sei muito bem quem você é! Seu pai, Dylan Williams... - começou a explicação do Chapéu Seletor.

- Foi um bruxo excelente apesar de sua desastrosa tentativa de enfrentar você sabe quem antes de morrer e me deixar sob os cuidados de minha amada madrinha Daisy, sim, eu estava lá, sei da história toda, pode dizer minha casa? - perguntei já sem paciência.

- Tem algo errado... Espere! Você tem algum parentesco com Cedrico Diggory? - perguntou o chapéu parecendo surpreso.

Balancei a cabeça dizendo não com as sobrancelhas frisadas e olhando para os outros alunos, pareciam estar cochichando algo. Apesar de Diggory não ser um sobrenome comum, tinha certeza de que tudo poderia ser explicado.

Nesse momento o professor Dumbledore levantou de sua luxuosa cadeira e cochichou algo a Hagrid, este se levantou e foi em direção a um garoto, presumi que era o tal Cedrico.

Dumbledore parou ao meu lado e disse aos outros alunos que estavam na fila:

- Podem continuar, a Senhorita Williams e eu vamos conversar.

Levantei-me da cadeira e segui o professor, com Hagrid e o garoto logo atrás de mim.

Chegamos a uma sala fascinante, havia uma Fênix, poções, uma escada dourada que levava a várias estantes enfileiradas com milhares de livros espalhados.

Hagrid foi a um canto atrás da porta pela qual entramos e começou a cochichar com Dumbledore, sempre dando uma olhada para mim e o garoto.

Nós estávamos lado a lado, pude observa-lo:

- Alto.
- Magro.
- Cabelo castanho avermelhado.
- Olhos castanhos.
- Lufa-Lufa.
- Três talvez quatro anos mais velho que eu.

Minha observação não pode ser concluída, alguns segundos depois Hagrid chegou a nós e perguntou:

- Qual o nome da mãe de vocês?

- Elizabeth Diggory - respondemos juntos (acredite, fiquei tão surpresa quanto você).

Eu e minha mãe não mantínhamos contato, ela vive de viagens á trabalho estando em busca de um ingrediente ou algo do tipo. Ela nunca escreveu cartas assim que eu fiz três anos.

Papai sofreu muito, o que foi um dos motivos para ter a brutal vontate de enfrentar Lord Voldemort. Eu e minha madrinha temos suspeita de que ela nem esteja viva.

Depois de analisar alguns papéis Dumbledore nos disse que sim, Cedrico Diggory era meu meio irmão.

Levantei-me da cadeira bem empolgada por ter um novo irmão que futuramente gostaria de chamar de "família".

Segundo o dicionário, família representa a união entre pessoas que possuem laços sanguíneos, de convivência e baseados no afeto.

Em meu ponto de vista, família poderia ser qualquer coisa, pode ser tanto seus parentes quanto aquela pessoa que você corre para contar as novidades ou coisas bobas como: "fui ao mercado", "ontem eu comi morango".

Hogwarts seria meu lar dali em diante.

Lar.

Havia tempo em que eu e minha madrinha não tínhamos uma moradia fixa; com o trabalho maluco dela sempre acabávamos mudando de cidade justo quando tínhamos acabado de nos adaptar. O que era um dos motivos para eu estar entrando em Hogwarts. É bom ter algum lugar para chamar de casa.

Hagrid acompanhou a mim e meu irmão até a fila para o chapéu seletor, onde ele finalmente teve certeza de que Corvinal era minha casa ideal, baseado na minha criatividade, inteligência,  amor pelos livros e por pinturas.

Mesmo não ficando na mesma casa que meu irmão, estava muito contente de ir para Corvinal, realmente era um grande privilégio ser dela.

Pare para pensar: estar na Corvinal significa que você é julgado por ser perspicaz, inteligente, criativo e sábio. Para mim, não há elogio maior!

Depois de todos passarem pelo chapéu seletor, meu monitor levou todos os novos alunos para nossa futura sala comunal.

Passamos por uma área com várias escadas em que elas mudavam de posição, o que tornou mais difícil nossa tentativa de entrar na sala, mas acabamos conseguindo.

Eu estava memorizando tudo, cada mínimo detalhe para desenhar depois.

Desenhar sem dúvidas era minha maior paixão, quer dizer, ela competia com ler também. Nunca soube qual das duas era mais interessante.

O monitor nos mostrou toda a sala comunal. Era simplesmente magnífica!

Havia algo parecido com um coreto que ia até o andar de cima no meio do salão em tons de dourado, e acima desse, pontinhos azuis brilhantes iluminando todo o meio, me senti no espaço.

Ao redor de todo andar de baixo, havia prateleiras de livros e elegantes sofás na frente delas; já no andar de cima havia quatro portas que davam para quatro suítes: duas para garotos e duas para garotas.

No quarto em que fiquei havia uma sacada magnífica (apesar de nossa imensa distância do chão, a vista ainda era deslumbrante) e uma escrivaninha de madeira em tons escuros que ficava do lado da porta.

A fantasma de nossa sala se chamava Dama Cinzenta, ela vagava por todo o salão e quando alguém entrava voava até a porta exclamando "Bem-vindo! Bem-vindo!".

Depois de acomodar minhas poucas coisas e tomar um banho, fui até a sacada; uma brisa gelada atingiu meus longos cabelos loiros ainda molhados fazendo eles "voarem" atrás de mim.

Me apoiei na sacada deixando parte do caderno para fora do quarto e comecei a desenhar, mas estava tão concentrada que nem percebi quando Cedrico chegou voando em sua vassoura na minha frente.

Antes que eu pudesse dizer algo, ele fez um sinal pedindo silêncio e em seguida para eu me juntar a ele subindo na vassoura.

Ele voou até a parte superior de uma das torres do castelo, conseguimos pegar o finalzinho do crepúsculo. Era exuberante.

Finalmente ele disse o que nos dois estávamos com vergonha de declarar:

- Precisamos conversar.

Assenti balançando a cabeça enquanto ele me olhava diretamente nos olhos.

»--- ★ ---«


Nossa conversa foi bem proveitosa, basicamente nos conhecemos melhor mas não chegamos a tocar no assunto da nossa mãe.

Era umas 22h30min quando ele me deixou de volta na sacada do meu quarto, estendendo as mãos ele declarou:

- Gostei de te conhecer, pelo visto vou ter muitas aventuras para viver - ele disse irônico.

Eu assenti sorrindo e pulei de volta a sacada acenando com o braço esquerdo, que ele retribuiu sorrindo, logo já não estava mais lá.

Só então percebi que meu caderno havia ficado no chão, peguei e entrei no dormitório. Para minha sorte, não havia ninguém lá, provavelmente estavam na sala de estar no andar debaixo.

Como não conhecia ninguém ainda, sentei em minha cama e comecei a desenhar novamente, desta vez com a porta da sacada fechada.

Como não conhecia ninguém ainda, sentei em minha cama e comecei a desenhar novamente, desta vez com a porta da sacada fechada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Querido Meio-IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora