21

65 4 0
                                    

Nessa hora dançou uma estrela sob cuja influência vim ao

mundo.

— Muito barulho por nada

Quanto mais o Natal se aproximava, mais difícil ficava fazer Jonas

dormir. Mesmo que as suas pálpebras cerrassem, seu corpo

permanecia vibrando de animação enquanto falava sobre Papai

Noel, meias, presentes e neve. Kitty, em contrapartida, estava

exausta. A combinação de se levantar no início da madrugada e o

exercício vigoroso que fazia antes de o sol de inverno mal se

instalar no céu, sem dúvida, era a culpada.

Não que ela estivesse reclamando dos momentos preciosos que

estava vivendo com Adam na cabana. Quando fechava os olhos à

noite, era ele quem via, a mirando com aqueles olhos escuros,

emoldurados por longos cílios. Ela quase podia sentir a forma

como ele a embalava, os bíceps estendidos quando envolvia os

braços ao redor de sua cintura. Podia sentir a barba dele contra seu

rosto enquanto roubava muitos beijos antes de relutantemente

deixá-la partir todas as manhãs.

E agora faltavam três dias para o Natal. Pensar nisso a enchia de

medo e animação.

— Vai ler mais uma história? — Jonas perguntou, os olhos

ainda abertos, embora a voz estivesse sonolenta.

— Já li três histórias — Kitty falou. — Você precisa dormir. Não

queremos que fique cansado no grande dia.

Ele se sentou na cama.

— Não vou estar cansado. Não mesmo. Estou bem acordado,

viu?

Ela disfarçou o sorriso.

— Ainda precisa passar pelos próximos três dias. E ninguém

pode ficar acordado por três dias. Nem garotinhos empolgados

demais para o Natal.

— Não sou um garotinho. — Ele cruzou os braços.

— Não, não é — ela concordou. — E, como o adulto que é,

deve saber que precisa dormir. Então, deite-se e feche os olhos. Se

os mantiver fechados por dez minutos, eu vou ler outro livro.

Tratava-se de risco calculado, mas valia a pena tentar.

Certamente ele estaria dormindo antes de dez minutos.

— Tá bom. — Ele se deitou e fechou os olhos. Ficou em silêncio

por um momento, a testa franzida como se estivesse absorto em

pensamentos. Então, com os olhos ainda cerrados, perguntou: —

Quanto tempo é dez minutos?

— O tempo para caminhar até a cabana do seu tio.

Um Amor de Inverno - As Irmãs Shakespeare Vol 02Onde histórias criam vida. Descubra agora