Cap. 43

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Carina se via absolutamente anestesiada e rendida ao poder da risada genuína de Maya. Ela definitivamente adorava aquele som e saber que ele havia sido causado graças a ela apenas a fazia se sentir ainda mais abençoada. Sua ficha ainda não havia caído de que estava solta, tanto ela como Maya.

-- E então... -- Ela começou. -- Que tal deixarmos os bichinhos aí, afinal já os alimentamos muito... -- Ela fez uma breve pausa para rir. -- E irmos nós duas comer, hm?

-- Parece uma boa ideia. -- Maya replicou ao ouvir seu estômago roncar.

-- Ótimo, porque estou faminta e você também deve estar. -- Carina disse, estendendo a mão no ar apenas para sentir Maya entrelaçar seus dedos antes de começarem a caminhar.

-- Você já resolveu algo com sua irmã? -- Maya indagou e Carina deixou o ar se esvair de seus pulmões, negando.

-- Não, e ainda precisava resolver algo para a minha mãe hoje, mas quando descobri que você podia ser solta quis resolver isso logo. -- Maya assentiu.

-- Obrigada por ter inteirado o dinheiro da minha fiança. -- Maya pediu, fazendo Carina lhe fitar culpada. -- Eu vou devolver o que completou, só preciso que espere eu arranjar algum trabalho. -- A morena mordeu seu lábio inferior e abriu a porta de seu carro, vendo Maya dar a volta no veículo e entrar nele.

-- Precisamos conversar sobre isso. -- Carina disse assim que entrou no carro e fechou a porta, se virando para Maya. -- Eu paguei sua fiança completa. -- Disse de uma vez. Maya iria dizer algo, porém Carina foi mais rápida. -- Victoria vai se casar e achei justo ela desfrutar com Andy, sabe? Então falei para ela usar o dinheiro para isso.

-- Certo. -- Maya disse piscando um pouco embaraçada. -- Eu devolveria a ela o dinheiro, então o que daria a ela eu te dou.

-- Não quero de volta esse dinheiro. -- Carina disse e Maya a fitou seriamente. -- Por favor, não vamos nos tornar aquele casal clichê onde a rica e a pobre se desentendem porque uma quer ajudar e a outra não deixa. -- Carina pediu, se inclinando para depositar um beijo nos lábios de Maya.

-- É porque sou eu no papel da pobre. Não é tão simples quanto parece. -- Maya disse e Carina riu baixinho, assentindo.

-- Eu sei, mas, amor, eu te amo e você me ama. Você acabou de sair da cadeia e ainda não trabalha, não quero que fique pensando em me devolver um dinheiro que usei em meu benefício também.

-- Em seu benefício? -- Maya indagou e Carina assentiu.

-- É claro. Eu não vou precisar ficar indo te visitar na prisão toda semana. Posso te ver sempre que der saudade. -- Ela disse e May sorriu timidamente.

-- Certo, é só ir no endereço onde eu estiver. -- Maya deduziu e Carina mordeu o lábio inferior, fazendo a loira arquear uma sobrancelha por sua expressão. -- O que foi?

-- Uh, sobre isso de endereço... -- Ela disse, adentrando uma mão nos próprios cabelos para os jogar para trás. -- Eu gostaria que você ficasse comigo no meu apartamento. -- Maya arregalou os olhos de repente.

-- Calma! -- Carina pediu rindo. -- Não estou pedindo para pularmos um passo no nosso relacionamento, amor, não tenho pressa. -- Esclareceu
-- É só que... Victoria vai se casar em poucos meses e vai morar com a Andy. Não sabemos quanto tempo você vai demorar para se estabilizar, então acho melhor que fique comigo e, olha, pode até dormir no quarto de hóspedes como prova de que estou falando sério. -- Disse rindo. -- Aí quando estiver em um trabalho fixo e estabilizada você aluga algo para você e me larga de novo. -- Disse, fazendo um pequeno drama no final da frase, o que causou uma risada doce em Maya.

-- Jura que não vou te atrapalhar? -- Maya perguntou e Carina assentiu.

-- Não fale bobagens, eu adoro ficar pertinho de você. -- Ela disse, dando mais um selinho na outra, que engoliu todo o seu orgulho antes de assentir.

-- Então eu aceito. -- Maya disse, vendo Carina socar o ar em uma comemoração silenciosa. -- Boba. -- Ela sussurrou, puxando a morena para um beijo manso, algo que obviamente a garota não protestou. -- Mas viremos aqui outro dia para agradecer a ela e conversarmos um pouco. -- Sussurrou sobre os lábios de Carina assim que terminaram de se beijar.

-- Combinado. -- A morena disse.

-- Além do mais meus livros e minhas coisas de lá ela vai me trazer. -- Maya falou e Carina assentiu.

-- Ótimo, agora vamos comer e comprar algumas roupas para você. -- O sorriso de Maya vacilou ligeiramente.

-- Cáh...

-- Amor, você não tem roupas. -- Maya sentiu seu rosto esquentar e afundou o mesmo na curva do pescoço de sua namorada.

-- Esse dinheiro pelo menos eu posso devolver mais para a frente? -- Pediu inalando o cheiro de Carina, que assentiu lentamente.

-- Mas você sabe que não precisa, não é? -- Ela disse e Maya assentiu, se ajustando no banco para voltar a fitá-la.

-- Mas eu me sentiria melhor se pudesse. -- Ela disse e Carina assentiu. -- Começando por essa roupa que você me comprou. -- Apontou para a própria roupa do corpo. -- Quanto custou? -- Carina entortou o rosto e negou com a cabeça.

-- Essa não vai contar. Você já aceitou. -- Carina rebateu.

-- Quanto, Carina? -- Maya requeriu firmemente e Carina mordiscou o lábio inferior.

-- Quanto custaria em um lugar normal? -- Carina perguntou e Maya riu.

-- Você pagou uma fortuna, não foi? -- Indagou e Carina assentiu cautelosamente.

-- É macia e de tecido bom, ainda por cima o material de confecção não causa alergias na pele.

-- Carina, pobre não tem alergia na pele por roupa barata. -- Maya disse rindo e Carina segurou em sua mão.

-- Desculpe. -- Pediu corando, porém ainda sorrindo.

-- Não se desculpe. Agora diga, quanto foi?

-- Não foi tão caro, digo... perto do que costumo, uh... -- Uma tosse seca foi proferida por ela, porém diante do olhar entediante e sério de Maya ela bufou. -- Está bem, setecentos dólares.

-- Carina! --Maya vociferou. -- Alguém está te roubando nesse mundo. Setecentas pratas em uma camisa e uma calça?

-- Não reclame, tinha algumas com preços mais altos, mas sabia que você não iria aceitar.

-- E essa eu aceitaria?

-- Era a mais barata do lugar. -- Carina se defendeu.

-- A mercadoria inclui seguro de vida? -- Maya perguntou e Carina a fitou confusa, fazendo Maya suspirar antes de rir.

-- Olha, eu vou te ensinar uns lugares onde mesmo roupa boa pode ser barata, tudo bem? Você poderia ter encontrado por uns cento e cinquenta dólares e economizaria quinhentos e cinquenta pratas. -- Disse enlaçando os braços ao redor de Carina.

-- Desde que você não brigue comigo por te comprar roupas eu aceito o que quiser. -- Carina disse sorrindo.

-- Eu vou te devolver. -- Maya alertou e a morena riu.

-- Certo... Certo. -- Falou rindo, distribuindo pequenos beijos pelo rosto de Maya. -- Agora vamos.

-- Meu estômago agradece a preferência. -- Maya falou, fazendo Carina rir e assentir, ligando o carro e colocando o cinto antes de sairem dali.


Presa Por Acaso | MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora