Capítulo 5 - Melhor Que Sorvete

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            Tem pessoas que gostam de viver perigosamente, eu sempre gostei de estar em segurança. Até o meu trabalho é daqueles que você só é demito se fizer uma merda das grandes. E ainda corre o risco de o chefe relevar. Enfim, já estava para acabar o expediente, e eu trocava mensagens via WhatsApp com Alexsandra. Ela estava me contando sobre o estressante dia que teve e que finalmente havia conseguido um tempo para si. E o que ela estava fazendo?

            "Estou chupando um sorvete."

            Eu: Mas, sorvete se chupa?

             Alê: Ah! Pronto. Agora implicará com a forma que tomo a droga do sorvete.

             Eu: Claro que não. Só estava pensando que existe coisa melhor para você chupar! ‒ E coloquei uma daquelas carinhas safadas, sabe?

            Alê: Você?

            Eu: Vem?! ‒ Ela visualizou e não respondeu. — Alê? Alêêêêêê!!! Cara, eu estava brincando. Desculpa. Sei que terminamos já tem um tempo, não deveria fazer esse tipo de brincadeira. Ainda mais que você está com a Bia. Descuuuulpa. ‒ Ela não visualizou.

             Eu não sei onde estava com a cabeça em provocá-la daquela forma. Nosso namoro foi ótimo, nem sabemos porque chegou ao fim, mas chegou. E depois de alguns meses, percebemos que a amizade e o carinho permaneciam. Quando ela veio me contar que estava com a Bia, eu até senti uma pontada de ciúmes, mas, depois passou. Agora até fazemos aqueles programas de amigos. Vida que segue, né?

            Estava guardando minhas coisas quando alguém bateu à porta da minha sala. Dei uma última conferida no celular, ela não tinha mesmo visualizado. Abri a porta e dei de cara com Alexsandra. Ela estava tão séria, mas aqueles olhos negros brilhavam lascivos para mim. Admito, fiquei molhada com aquele olhar, pois sabia o significado dele.

              — Sua louca, o que veio fazer aqui? Já pedi desculpas pelo whats...

              Ela não me deixou terminar, simplesmente avançou. Segurou-me pelos cabelos e me beijou. Ah! Como senti falta daquele beijo. Do sabor. Do toque urgente e dominante. Não havia delicadeza naquele beijo, era posse, era desejo. Muito desejo. Aquele beijo com sabor de vida me fez derreter em seus braços. Quando dei por mim, já estava colada contra a parede, a mão dela já estava por dentro do meu terninho e sua perna fazia pressão entre as minhas. É como eu disse, eu não sei onde estava com a cabeça em provocá-la daquela forma. Alexsandra nunca teve muito controle quando se trata de provocações. E ali estava a prova. Se não fosse por aquela parede provavelmente já estaríamos no chão. Enquanto ela deixava marcas de chupões em meu pescoço, eu gemia seu nome baixinho e meu quadril movimentava-se na tentativa aliviar um pouco aquele, tesão. Senti quando meu terno foi ao chão, quando seus dedos começaram a abrir botão por botão da minha blusa com pressa. E sua boca quente trilhou um delicioso caminho até o meu decote. Senti a força com a qual ela puxou minha blusa de dentro da saia e terminou de tirá-la, arremessando longe. Gemi e agarrei seus cabelos quando ela beijou minha barriga e mordiscou minha cintura. A puxei de volta, precisava do seu beijo. E beijei como se toda a minha existência dependesse daquele momento. A safada, enquanto correspondia ao meu beijo aproveitava para apertar meu seio e com a outra mão abria o zíper da minha saia. Só me dei conta disso quando a senti escorregando pelas minhas pernas.

                 Ela parou o beijo e afastou-se, quanto a mim? Buscava ar para que preenchesse meus pulmões. Seus olhos negros me analisavam, literalmente dos pés à cabeça. Sorriu e mordiscou o próprio lábio. Afagou-me os cabelos e colocou sua boca em minha orelha, senti sua respiração quente e tremi.

Conjunturas: The Collection of Tales [Contos Lésbicos]Onde histórias criam vida. Descubra agora