Letters To Camila

The Car

Estava com um jornal aberto bem ao lado do meu computador, checava o preço dos carros e tentava ver o que poderia fazer para conseguir comprar um... eu já havia juntado bastante dinheiro e dava para comprar um carro agora, não seria o carro mais bonito do mundo, porém daria para se locomover e mantê-lo.

Desci as escadas animada e com o jornal em mãos, parei na sala de jantar meio afobada e com a respiração descompensada, porém totalmente animada. Meus pais me encaravam totalmente confusos e eu sorria toda feliz, Taylor apareceu com um sorvete e eu respirei fundo.

- Consegui dinheiro suficiente para o meu primeiro carro! – Falo animada balançando o jornal e todo mundo sorri batendo palmas – Preciso que você vá comigo até esse endereço...

Meu pai pega o jornal e fica lendo o que eu havia grifado com caneta, seu olhar sobe e me encara totalmente confuso... ele prendia uma risada.

- Uma camionete? – Questiona e eu concordo com a cabeça – Lauren... o que você vai fazer com uma camionete?

- Elas são espaçosas e dá para levar todo tipo de material que vamos precisar para fazer shows... – Sorrio animada – Eu posso fazer física avançada e entrar em mecânica, assim eu posso melhorar o carro... – Meu pai me encarava com uma sobrancelha levantada e não parecia nada convencido.

- Não quer um carro mais simples? – Minha mãe pergunta receosa – Menor, quem sabe?

- Gente uma camionete vai ser perfeita para a Lauren! – Taylor se joga no sofá rindo – Ela é toda machosa... tem um estilo indie, imaginem ela descendo toda estilosa de uma camionete... eu daria tudo para ver isso. – Ri dando uma colherada no seu sorvete – Eu apoio, boa escola Laur...

- Ninguém muda a cabeça dela mesmo... - Suspira fazendo uma longa pausa- Quando vamos buscar? – Meu pai questiona e eu sorrio animada

– Hoje mesmo... agora! – Corro até a escada – Eu só vou pegar minha bolsa para que a gente passe em um caixa eletrônico e então podemos ir.

Tirei o meu celular do bolso e liguei para o número do anuncio no jornal, nós conversamos por alguns instantes e descobri que ele se chamava Norman e que não teria problema algum eu ir até o local e retirar o carro, desde que eu levasse a quantia combina por nós, a mesma do anuncio no jornal.

Entrei no meu quarto, toda feliz, peguei minha mochila e logo desci as escadas tendo o meu pai ao lado da porta. Após me despedir das duas, meu pai e eu fomos até o seu carro, alguns minutos se passaram e ele estacionou em frente a um caixa eletrônico, fiz a retirada da primeira parcela que eu iria precisar para dar entrada no carro.

Com a ajuda do GPS foi bem fácil de achar aonde ficava o local, mas o que nos deixou surpresa foi saber que era um enorme estacionamento de carros antigos. O enorme portão estava aberto e meu pai entrou com o carro dele, andando entre algumas sucatas de carros empilhadas e tudo mais, até que vimos um homem um tanto quanto gordo e com estilo de motoqueiro passando pano em uma camionete da Ford branca, um tanto quanto zoada.

Assim que meu pai estacionou desci animada do carro e andei aquele homem, que era cheiroso. Ele me lançou um sorriso amigável e gritou para que alguém fosse trazer café, apertei sua mão e meu pai fez o mesmo logo em seguida.

- Você deve ser a Lauren! – Concordo com a cabeça – E você, Michael! – Meu pai sorri concordando com a cabeça – O que essa bela mocinha vai fazer com uma camionete enorme dessas? – Norman questiona.

- Ela começou a trabalhar e juntou o próprio dinheiro, quis a sua camionete... por algum motivo. – Meu pai dá de ombros e eu sorrio animada.

- Não vou mentir para você, garota... a camionete está em boa qualidade, é claro que a pintura está meio detonada, mas o motor e freio estão perfeitos e como não é um carro automático pode ser que você demore para pegar o jeito, para dirigir você tem que abaixar esse pino e esperar essa luz verde acender, entendeu? – Pergunta apontando para a luzinha e eu concordo com a cabeça – É um carro pesado, então atenção redobrada e caso ele morra no meio do caminho é porque você está pilotando errado... – Ri e eu sorrio animada concordando com a cabeça – Qualquer dúvida é só vir para cá e eu tento dar um jeito, pode ser?