Tai

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Finalmente sexta-feira! Ontem fui dormir cedo para não ter que ouvir o falatório de Oikawa sobre como Iwa-chan era lindo e que era uma inspiração enorme para ele. Hoje acordei mais cedo que o habitual para ver se consigo escapar de novo daquela matraca, mas pelo visto não vai ser possível. Ele está me encarando fixamente, isso dá medo.

- Desde quando está acordado? - Perguntei assim que desliguei o alarme.

- Faz meia hora.

- Você tá doente?! São seis da manhã. Tudo isso para eu te ouvir?

- É importante pra mim, então vou fazer ser importante para você também. 

Oikawa levanta da cama e anda até a escrivaninha, onde está o computador. Sento-me no colchão e ponho a mão na cabeça fechando os olhos a fim de diminuir a tontura. Acho que levantei muito rápido. 

Depois que ele liga o eletrônico e já estou vestido, ele começa a me mostrar as fotos editadas do jogador de vôlei. Ficaram muito bonitas mesmo.

- Vai enviar elas para o professor?

- Provavelmente. - O quarto ficou em silêncio, só se ouvia o som dos clicks do mouse. Até que ele solta um suspiro alto, como se lembrasse de algo importante. - Eu pedi para ele ser minha musa e ele aceitou! - Não aguento e começo a rir. - Qual a graça? - Pergunta indignado.

- Você não tem vergonha? Mal se conhecem. - Falo entre risinhos.

- Eu sou um caça talentos... ou melhor, caça modelos. Vou conhecer ele melhor quando começarmos a trabalhar juntos. - Fala cruzando os braços e sorrindo arrogante.

- Ui, desculpa. Não sabia que era tãão importante, senhor. - Zombo vendo-o perder um pouco a postura. 

- Isso, continue me zoando. Vai se arrepender quando eu ficar rico e famoso. - Finge jogar o cabelo por cima do ombro e anda até a porta do quarto, saindo do mesmo e me deixando rindo para trás. 

[...]

O dia passou mais rápido do que eu esperava. Acabou minha última aula e passei a andar pelos corredores calmamente, ia passar no bar para depois voltar para o quarto e começar a arrumar minhas malas. Geralmente, eu passaria o final de semana aqui na faculdade, já que é bem calmo, mas há uns dias, eu recebi uma ligação da minha mãe me convidando para um encontro em família e, por mais que eu não esteja nem um pouco a fim de ir - porque, convenhamos, é um encontro familiar -, não tenho muita opção.

Enquanto comida o dango que comprei, enxerguei de longe Asahi conversando com o namorado, mais atrás vinha Lev e Akaashi. Virei de costas para ir por outra direção, mas avistei três mini ômegas logo atrás. Escolhi o caminho menos incômodo: o de Akaashi e Asahi. Os que estavam com eles eram consequências. Botei o capuz do meu moletom e, quando pensei que ia conseguir passar reto por eles despercebidamente, uma voz estridente me chama no fim do corredor. Viro a cabeça devagar naquela direção e olho para o acastanhado com o mais puro ódio. 

- Suga!! - Sinto um peso nas minhas  costas e quase caio no chão. 

- Oikawa Tooru, eu juro que te mato. - Falo entredentes. Observo os sete que estava evitando se aproximarem.

- Oh, isso é dango? - Antes que eu possa responder, Tooru rouba meu espetinho e come o último bolinho. Nossa, agora que mato ele.

- Oi! - Antes que eu desça minha mão com tudo nas costas de Oikawa, a voz de Akaashi chama minha atenção. - Não se matem agora, por favor, estamos no meio do corredor.

- Tch, esse idiota… - Fuzilo Oikawa, que se deliciava com os últimos resquícios do doce, com o olhar.

Todos se reúnem e começam a conversar. Eu fui obrigado a ficar junto porque, mesmo se eu quisesse sair, não conseguiria, visto que Asahi botou um braço em volta dos meus ombros e Oikawa abraçava meu braço com força. Ficamos uns bons vinte minutos batendo papo, quando Tooru diz:

Entre a Cruz e a Espada (Daisuga ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora