Red Diary | Beauany

Capítulo 12

    — Roubou? Do que está falando?

Ela não sabia? Bem, claro que não sabia, ela era apenas uma menininha.

   — Sim – disse ele – Foi o que aconteceu.

Ela ficou tensa.

    — Não sei o que está dizendo, meu comprou a parte do seu.

   — Any, seu pai procurou o meu e pediu a ele que assinasse alguns papéis, mas mentiu á respeito do assunto. Roberto disse que precisava da assinatura de meu pai em algo relacionado às operações e meu pai assinou, mas na verdade estava assinando a posse de seu pai da Double Construtora.

Any puxou o ar, parecendo na defensiva.

   — Eu era pequena na época, mas sei que seu pai recebeu uma boa quantia por sua metade na empresa, vi os papéis certa vez quando procurava alguns arquivos antigos, quando comecei a trabalhar com papai, perguntei a Savannah sobre o quenão trabalhava para a Soares Construtora quando aconteceu mas sabia que eram referentes a compra.

   — Meu pai não queria dinheiro, ele queria metade do que havia construído, era tudo o que ele tinha, ela tudo o que nós tinhamos, depois que minha mãe morreu o Roberto tirou tudo dele.

Ela balançou a cabeça.

   — Tenho certeza de que você está enganado Josh. Não posso falar muito já que não conheço os fatos mas tenho certeza de que meu pai não tomou nada seu.

Josh apenas respirou.

   — Acredite no que quiser ‐ virou-se e saiu pela porta.

(...)

Any olhou para Izabela, sentada lambendo as patas e passando-as no focinho.

   — Você é uma traidora no que diz respeito a ele – afinal Bela raramente se esfregava nas pernas de Any, mas foi só Josh Beauchamp entrar na cozinha para a gata se enroscar – E também não sei o que você vê nele.

Ou o que eu vejo nele.

Mas no fundo ela sabia. Monet. A rosa. O mar. Toques delicados e emoções magníficas a mantinham presa em seus sentimentos por ele.

A acusação dele fazia sua cabeça girar.

Mal podia acreditar que tinha sido tão direta, perguntando o porque ele a odiava tanto. O que não esperava era a notícia que ele era o mesmo Josh de quem ela se lembrava da infância.

O josh por quem nutria uma paixonite.

Na verdade começou a lembrar que ele fora o primeiro por quem havia sentido algo, o primeiro a despertar sinteresse ao amor, por mais infantil que fosse.

Lembrava-se de um pequinique na empresa onde brincava em um gira-gira sozinha e caiu na lama. O filho mais velho de Ron havia caminhado até ela com uma bola de basquete embaixo do braço.

   — Precisa ter mais cuidado – dissera ele e então partiu em direção à um quadra vazia para começar a arremessar.

   — Posso assistir? – perguntou ela aproximando-se timidamente por trás dele.

   — Claro!

Any sentou-se com as pernas cruzadas na calçada observando rodos os movimentos do garoto. Ela o considerava um deus.

Soltou um suspiro fundo, sem acreditar que havia transado com aquele mesmo cara. Sexo sem sentido. Sexo de desconhecidos.

Apesar de não serem exatamente desconhecidos.