LSD

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– Nate, bora fumar 1? - liguei para o meu fiel parceiro.
Partiu!

Estávamos fumando numa praça perto à minha casa, não havia muitas pessoas circulando, então não haveria problema. Nate Jacobs, inicialmente, tentava de tudo para termos um relacionamento, mas um tempo depois o fogo passou e viramos grandes amigos. Com ele eu podia me sentir livre para fumar o que eu quisesse e quando quisesse, não havia julgamentos para as merdas que fazíamos juntos.

– Lauren, hoje peguei lsd com o Feez. Ta a fim? - Nate sempre me apresentava portinhas ao paraíso, eu amava.
– Da última vez os resultados não foram muito bons. - eu disse rindo.

Quando usamos lsd numa social, ambos quebraram tudo na festa, e o resultado foi: Lauren e Nate com o nariz sangrando e correndo de dois marmanjos com taco de beisebol. Agora é engraçado lembrar, mas no dia eu pensei que morreria.

– Relaxa, vai. Não tem ninguém aqui.

E assim cada qual ingeriu dois comprimidos e esperamos o efeito vir. Nate havia trazido uma garrafa de vinho, a qual íamos tomando aos poucos e rindo das merdas que fazemos todo ano na escola.

– Aí, topa dirigir chapado? Ouvi falar que dá a sensação de estar voando. - Nate falou rindo.
– Sim, mas você dirige!

Entramos no carro de Nate, que logo deu partida e começamos a, literalmente, voar pelas ruas de Los Angeles. Não havia semáforo que nos fizesse parar, já era oito horas da noite e o movimento não estava muito grande naquele domingo. Eu já estava louca, tudo se passava feito um vulto enquanto Nate dirigia a 180km/h rindo e gritando.

– Meu celular está tocando, deve ser Mady. Ah, merda! - disse o mesmo quando seu celular caiu de seu colo.

Eu olhava as ruas de LA enquanto Nate tentava dirigir e pegar o celular no chão do lado esquerdo do carro, até que de repente ele tirou os olhos da rua e nós demos de cara com um caminhão de lixo.

– NATE, DESVIA! - eu gritei desesperada, fazendo o mesmo girar o volante e colidir no vidro de uma lanchonete.

Acordei atordoada com a testa sangrando, devido à colisão no painel do carro. Só conseguia ouvir o barulho ensurdecedor de ambulâncias se aproximando. Olhei ao redor, vi Nate com a cara afundada no airbag e desmaiei de novo.

Camila POV
Às 6pm daquele domingo eu teria de trabalhar na lanchonete do Poppis, era como um freelance que me rendia uma boa quantia, principalmente por ser num fim de semana onde os jovens decidem festejar. Eu sempre lidava com muitos deles fazendo gracinhas na lanchonete... O que me lembrou Lauren, ela foi uma das que passou por lá uma vez e derramou, propositalmente, um milkshake inteiro no chão para Jules limpar. Eu não estava trabalhando nesse dia, mas meu sangue ferveu quando a mesma me contou. Apesar disso, eu não consegui deixar de gostar da morena de olhos verdes, aposto ter sido ideia de Nate, era tudo culpa dele!
Decidi me levantar da cama, esquecer meus devaneios e chateação pelo ocorrido de manhã e me arrumar, hoje a noite seria longa.

– Boa noite, sr Poppis! Muito movimento? - eu perguntei enquanto amarrava meu avental.
– Bem pouco, Camila. Agora à noite, menos ainda, o que é uma pena. Poderíamos estar cheios de clientes, no entanto já não se sai mais de casa para lanchar. - lamentou o mais velho.

Realmente, hoje não tivemos tanto movimento. Eu estava na recepção e só vendi 10 hambúrgueres num intervalo de uma hora. Houve dias em que eu sequer tinha tempo de beber água, mas eu preferia assim, menos movimento significava cabeça vazia, e cabeça vazia significava pensar em Lauren Jauregui. Eu estava anotando um pedido de milkshake duplo e um hambúrguer com fritas quando fui surpreendia por um carro entrando na lanchonete. O estardalhaço do enorme vidro assustou a todos, inclusive a mim, que corri para fora a fim de olhar o estrago e ligar para o serviço de socorro.

– Oh, meu Deus! - exclamou Poppis que já era bem mais velho. - Que susto! Filha, ligue para a ambulância já!
– Sim, eu já estou ligando, senhor! - eu disse enquanto me aproximava do veículo para me certificar de que as vítimas estivessem viv... espera! Era Lauren ali
– Lauren? Oh, meu Deus! Alô? Alô? É-é aconteceu um acidente, o carro bateu, é um acidente, a Lauren tá machucada, por favor, venham logo! - eu comecei a chorar de medo.
Acalme-se! Por favor, onde o acidente ocorreu? Quantas são as vítimas?
S-são duas pessoas, por favor, vem logo! Eles bateram na lanchonete do Poppis. Venham! - eu suplicava para a atendente.

Assim que ela me disse estar a caminho, eu comecei a andar de um lado para o outro, extremamente nervosa. Resolvi ligar para Dinah e pedir que ela tentasse avisar Normani...Eu estava atordoada demais!

– CheChe, a Lauren, ela....- eu comecei a chorar na ligação, não conseguia me pronunciar.
Mila, o que houve? O que ela fez? - Dinah demonstrava preocupação em sua voz.
– Ela sofreu um acidente, Di. Avise à Normani, venha pra cá, eu não sei...
Calma, ok? Onde foi isso? Aí onde?
– Na lanchonete, vem logo, por favor!

Desliguei a ligação e continuei atordoada com a demora da ambulância. Poppe trouxe um copo d'água e me deu um abraço, para logo perguntar se era alguém que eu conhecia. Eu disse que sim e danei a chorar novamente, eu não quero perdê-la assim.

Logo chegaram duas ambulâncias e uma viatura da polícia militar, eu vi os paramédicos retirando Lauren e Nate em macas, aquilo estava sendo a pior cena de minha vida. Dinah, Normani e Verônica chegaram no mesmo momento, todas nervosas.

– Alguém aqui é parente ou conhece uma das vítimas para nos acompanhar ao hospital? - perguntou o paramédico.
– Eu, eu posso ir! - Vero disse. – Vamos, Mani?
– Sim, nós somos amigas deles! - disse Normani. Ambas me olharam receosas e perguntaram se eu gostaria de ir. Obviamente eu assenti.

Antes de entrarmos na ambulância, ouvi um dos policiais chamar por Poppis e outras pessoas, a fim de colher depoimentos. Durante todo o caminho eu expliquei às meninas o que havia acontecido, Verônica praguejou e disse que eles a chamaram para fumar hoje cedo.
Ficamos na recepção esperando por notícias de Lauren e Natan. As meninas ligaram para os pais de ambos, os pais de Nate apareceram rapidamente e desesperados, perguntando tudo sobre o acidente; já os de Lauren, nada.

– Camila, calma, ok? Vai ficar tudo bem! - Vero  tentava me acalmar enquanto afagava meus ombros, mas acho que nem ela tinha tanta certeza disso.
– Responsáveis por Nataniel Jacobs e Lauren Jauregui? - perguntou o médico, com uma prancheta nas mãos.
– Sim, aqui, somos nós. Como eles estão, doutor? - perguntou o pai de Nate.
– Estão estáveis, sofreram apenas escoriações leves. Lauren sofreu uma concussão na cabeça, mas também está estável, ambos ficarão em observação até amanhã e faremos mais alguns exames para nos certificar de que estão bem. Quem ficará de acompanhante essa noite?
– Eu posso, doutor. - disse a mãe de Nate.
– Eu sou maior de idade, posso ficar também. - disse Verônica, que embora não fosse familiar, era a única ali que poderia ficar. – Tudo bem, Camila?
– Sim, ok. Eu posso pelo menos visitar Lauren, doutor? - perguntei receosa.
– Amanhã cedo, sim.

E assim foi a minha noite, Normani tentou me levar embora, mas não consegui ir para casa, dormi ali mesmo na recepção, com o traje da lanchonete e avental. Eu só ficaria tranquila quando a visse.

Namorada de Aluguel Onde histórias criam vida. Descubra agora