Troco

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Lauren POV
– Quer conversar? Sei que ainda se chateia com os seus pais. - Vero perguntou, enquanto me entregava um dos analgésicos que eu deveria tomar.
– Eu juro que liguei mil vezes, mas ambos não atenderam. - disse Mani.
– Relaxem. Eu, no fundo, já me acostumei a tudo isso. Por isso pouco me importo se estou ou não fazendo merda.
– Espero que não se arrependa tarde demais. Você tem um mundo de possibilidades, é talentosa, tem grana para estudar em qualquer Universidade, viajar o mundo... A vida não se resume somente à droga. Falo isso para vocês duas! - Mani, de todos nós, era a mais pé no chão.
– Ok, doutora certinha! - Disse Vero levantando as mãos em sinal de rendição. Eu apenas ri negando com a cabeça.

Colocamos um filme qualquer na Netflix, Vero nos deu um balde enorme de pipoca e copos de suco. Aquilo estava sendo bom, eu sentia falta de só ficar assim com as minhas meninas.

Camila Cabello 14h00
Já tomou seu comprimido? Está na hora.

Li a mensagem soltando um sorriso de canto e respondi que sim. Eu ainda ficava indignada que aquela garota insistia em se manter próxima de mim, mesmo tendo conhecido o meu pior lado. Reconheço que vacilei ao deixá-la, mas eu é por eu não estar acostumada a tomar banho com alguém, por exemplo, as transas são sempre de momento, com toques rasos, e com ela eu me senti diferente. O afastamento foi a melhor opção naquele momento. Percebi que nós passávamos mais tempo fazendo qualquer coisa do que estudando, como fazia parte do trato.

Lauren Jauregui 14h09
– Quando é que vamos estudar, Cabello?
Camila Cabello 14h09
Hoje mesmo, se estiver bem.
Lauren Jauregui 14h10
– Certo, às 17h eu passo aí.
Camila Cabello 14h10
– Ok.

Eu dei um sorriso que não passou despercebido por minhas amigas. Logo começaram a tagarelar sobre a Cabello, disseram que a morena era bem atraente e bastante diferente dos nerds que conhecemos, além de me fazer sorrir e até ficar puta de uma forma diferente. Eu, obviamente, me esquivei com o argumento de sempre: Lauren Jauregui não se apaixona.

Camila POV
Estava preparando o conteúdo da aula de Lauren, estudaríamos física, peguei alguns livros bons, folhas para possíveis rascunhos e duas folhas com questões acerca do assunto. Ouvi a campainha tocar e fui atendê-la. Era ela, e automaticamente, Lauren me analisou de cima abaixo, me fazendo levantar a sobrancelha esquerda. Eu estava com uma regata branca e um shortinho de algodão cinza, que deixava minhas coxas expostas, além de marcar a bunda. Mas, se ela acha que eu lhe darei ideia, está muito enganada.

– Meu Deus, Camila, isso é muito chato! Por que raios eu preciso saber que massa e velocidade da luz resultam em energia?
– Porque você precisa melhorar suas notas. Agora, aproveitando que você já entendeu o conceito, vamos falar de movimento retardado, acelerado e uniforme. E olha que legal, usarei o seu acidente de exemplo. - eu disse fazendo-a revirar os olhos.

Lauren se manteve atenta à explicação, já que agora eu dei exemplos reais, como o acidente. A mesma até me fazia perguntas vez ou outra, havia momentos em que desviava o olhar para as minhas pernas, mas eu fazia questão de jogar a borracha nela a fim de retomar a atenção no que realmente importava. Ela usava o machucado na testa como desculpa para eu não jogar coisas nela, o que pouco me comovia.

– Certo, agora vamos testar seus conhecimentos! Vou ler a questão e você me diz a alternativa correta, ok?
– Tá bom, mas não me julgue, não sei tudo.

À medida em que eu perguntava, Lauren coçava a cabeça de um jeito fofo, toda pensativa, e respondia corretamente. Vez ou outra, franzia o cenho não sabendo exatamente o que responder, mas logo respondia. Ela foi muito bem no teste, errou apenas uma, que eu fiz questão de frisar de novo, pois quando eu expliquei, Lauren estava ocupada demais bufando de tédio.

– Mereço uma recompensa, não? Fui uma ótima aluna hoje, me considero o Einstein feminino do mundo da física. - disse ela se gabando por ter feito o mínimo.
– E o que você sugere, Jauregui? Pois eu acho que você não merece nada além dos parabéns pelo teste.
– Você está brava por aquilo, né? - ela perguntou enquanto saía do tapete para sentar ao meu lado no sofá.
– Não é como se eu não esperasse, Lauren. Você é assim, boba sou eu se acreditar que um dia você terá o mínimo de noção do quanto suas ações afetam as pessoas. - eu disse séria enquanto juntava os papéis.
– Ótimo! É ótimo que saiba como sou, quem sabe assim tira essa ideia maluca de fingir um namoro idiota!
– Quem é você para falar de fingimento, Lauren? Acha que eu não me lembro de como você me tratou aquela noite? Até apelido você criou. Sua boca diz que não, mas seu corpo fala! - eu esbravejei olhando em seus olhos, que me encaravam me desafiando.
– Eu não me lembro! - ela teve a pachorra de fingir não se lembrar. – Me lembra, Camila?

Ela perguntou me desafiando, me comia com aquelas esferas esverdeadas, o que me deixava atordoada a ponto de fraquejar, largar tudo e ser dela de novo. Lauren Jauregui em minha casa me pedindo para lembrá-la de como transamos. Isso, sem dúvidas, seria tudo o que eu mais queria e não hesitaria em fazer, se ainda não me restasse um pouco de orgulho.

– É o que você quer? - perguntei e, ao vê-la assentir, empurrei seu corpo deitando-a no sofá e iniciando uma trilha de beijos em seu pescoço, mandíbula e queixo. – Ai, Jauregui, você deve se achar a mais fodona, não é? Hm?
Eu mordia e chupava cada canto de seu pescoço, ao passo que rebolava devagarinho em seu colo.
– Eu não acho, eu sou, Cabello! - disse ela apertando forte a minha bunda. – Filha da puta! - Xingou quando lhe dei um chupão.

Fiz questão de morder o lábio inferior de Lauren, logo pedindo passagem para um beijo lento, mas erótico. Ela ora apertava minha bunda, ora segurava em meu cabelo, apertava minha cintura. Eu já estava muito molhada e sentindo meu sexo pulsar, louca por ela, que não estava diferente. Eu sentia o ar faltar em meus pulmões, então beijei a morena embaixo de mim por mais uns segundos, para logo soltar nossos lábios, morder o lóbulo de sua orelha e sussurrar:

– Espero ter te lembrado, Jauregui!

Me desvencilhei de seu corpo o mais rápido possível, antes que eu cedesse, e avisei que já havíamos terminado por hoje. A cara ódio dela era impagável... Mas no fim, ela soltou uma risadinha entendendo o que aconteceu ali.

– Você é tão canalha quanto eu, Cabello. - se aproximou de mim e falou próxima à minha boca: – Pensa em mim essa noite!

E assim ela saiu de minha casa. Eu sei que como eu, a morena estava excitada, mas conseguiu se igualar na mesma moeda, só pra não se rebaixar. Filha da puta!

Namorada de Aluguel Onde histórias criam vida. Descubra agora