Conhecendo

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– É aconchegante, mas parece grande para só uma pessoa morar, principalmente uma adolescente, como você dá conta? - perguntou Lauren analisando as fotos na parede da sala.

– Bem, eu já tenho 17 anos, então posso lidar com muita coisa. Na verdade, sou emancipada. - disse a ela que prestava atenção em mim. – Meus pais vieram aos Estados Unidos em busca de melhores oportunidades, mas não se adaptaram aqui, mas eu sim, e muito! Então, por mais que tenha sido difícil, eles decidiram me emancipar e voltar à Cuba, pelo menos lá o diploma deles é válido.

– E você não sente falta deles? Digo, do contato. Como você cuida de tudo?

– Bom, minha mãe é arquiteta e meu pai advogado, então eles mandam o dinheiro do aluguel da casa e das contas. O resto eu me encarrego de pagar com o dinheiro de babá temporária, trabalho de meio período numa lanchonete e sou monitora no conselho escolar, que me rende uma boa graninha.

– Uau. Não me imagino fazendo tudo isso, mal consigo acordar e ir à escola. - Lauren ria amigavelmente, eu estava gostando disso.

– Não é sobre conseguir, Laur. Ou eu faço ou morro de fome, é sobre responsabilidade. - Apesar das dificuldades, eu tinha orgulho de mim, não é fácil dar conta de tudo sozinha. – E quanto a estar só, bem, eu tenho minhas amigas e meio que estou me acostumando a solitude.

– Acho que não vou aprender só sobre matérias escolares com você, Camila. - Lauren, pela primeira vez, não demonstrava deboche ou grosseria.

– Claro! Você será minha namorada, não esqueça disso, Jauregui. - soltei uma piscadinha e saí.

Enquanto eu fazia um suco e algumas guacamoles, Lauren mexia no celular e vez ou outra me analisava. Eu estava louca para contar isso à Ally e Dinah.

– Bom, Camila, acho que vou indo e... Vou resolver a brincadeira em seu muro. Foi mal! - disse ela sem jeito.

– Não! Fique! Quer dizer, eu tô fazendo um lanche para nós. Depois resolvemos isso!

Ela olhou pensativa, mas se sentou novamente. Então perguntei:

– Por que prédios pegando fogo? - ela me olhou sem entender. – Digo, no muro, você grafitou prédios em combustão.

– Ah, isso... Cara, eu não sei, só sei que fiz. Geralmente não planejo muito o que vou desenhar, só faço.

– Ficaram muito bons, mas precisamos pintar, a dona da casa vai me tirar daqui a chutes. - eu disse rapidamente enquanto colocava o lanche na mesa.

– Eu posso pagar por isso, Camila. Fique tranquila, ok. - Uau, Lauren estava provando uma guacamole feita por mim.

– Você deveria entrar para o time de artes da escola. - disse sugestiva.

– Junto aos nerds? Não, obrigada!

– Os nerds são legais, eu mesma estou aqui há vinte minutos conversando contigo. Tá sendo chato?

– Não. - ela continuava a comer o lanche rapidamente, devia estar com fome.

– Então, é ridículo esse pré-conceito sobre nós. Somos pessoas legais, você deveria rever suas amizades, encrenqueira.

– Acho que você está confundindo as coisas. O trato é ser ensinada e em troca fingir um namoro patético. Não me lembro da parte em que você pode falar da minha vida e do que faço dela. Palhaçada! - e assim ela saiu sem nem me deixar falar. Droga!

À noite, quando cheguei da lanchonete em que trabalho às vezes, olhei o desenho de Lauren e decidi tirar umas fotos. Já que vamos apagar, não custa recordar. Enquanto, tirava fotos, meu celular vibrou duas vezes, então fui olhar, devia ser Dinah.

Número Desconhecido:
– Oi, sou eu Lauren.
– Peguei seu número com um pentelho da escola. Amanhã mesmo dois pintores irão à sua casa acabar com o estrago. Tchau.
Eu não sabia o que dizer, acabei de receber uma mensagem de Lauren Jauregui. Meu Deus, que dia!

Namorada de Aluguel Onde histórias criam vida. Descubra agora