Capítulo 3

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O vento frio passa rápido pelo meu rosto, me fazendo perder o ar por alguns instantes. Não demora para que cheguemos em minha casa. Ele me coloca no chão e começa a se afastar.

— Não quer entrar?

— Não, mas obrigado.

— Você disse que não tinha com quem passar o natal — tento soar o mais delicada que posso —, que tal passar com a minha família? Eles adoram ter convidados, principalmente no natal. — Seguro seu braço e começo a puxar ele para dentro da loja. — Vamos fazer biscoitos de gengibre, você pode comer quantos quiser. — Vejo-o sorrir tristemente.

-— Acho que um ou dois biscoitos não vão fazer mal — diz ao passar pela porta.

— Me espera aqui.

Vou para a cozinha entregar o gengibre em pó.

— Aqui está. Mãe, pai, temos um convidado. — Eles sorriem e antes que possam dizer algo, eu continuo. — Ele tá com problemas em casa e... acho que vai se sentir melhor aqui com a gente.

— Um convidado? Mas que coisa maravilhosa — diz minha mãe radiante.

— Incrível, vamos lá dar um oi pra ele — a animação na voz do meu pai é evidente.

Os levo para a sala e assim que eles o veem, sentado em nosso sofá, seus queixos quase caem.

— Chat Noir? Que bom ter um super-herói como visita — meu pai diz mais animado do que antes.

Ele estava distraído e se assustou quando chegamos. Normalmente ele se gaba pelas atenções voltadas a ele, mas hoje ele está um pouco tímido.
Os olhos de minha mãe percorrem seu rosto, apesar da surpresa eles, agora, mostram ternura.

— Quanto tempo. Estamos terminando de fazer alguns biscoitos e a comida para a ceia. Marinette pode me ajudar lá atrás?

— Claro, pai.

— É muito bom vê-lo de novo. — Ouço minha mãe dizer antes de nos afastarmos da sala.

Pelo caminho meu pai quase começa a saltitar. Agora, já na cozinha, tenho uma tigela em uma mão e na outra a lista de ingredientes. Começo a checar se já coloquei tudo na mesa: açúcar, mel, manteiga. Minha mãe aparece e me interrompe:

— Marinette, por que você não chama seu amigo para ficar aqui com a gente? Ele tá sozinho na sala. — Ela pega a tigela da minha mão.

Me pergunto por que ela mesma não o trouxe, talvez ele tenha se recusado a vir. Ou minha mãe nem chegou a tentar? Ele queria que eu o chamasse ou ela queria isso?

Noite de natal - Miraculous LadybugOnde histórias criam vida. Descubra agora