Cap.14 | Confusão no metrô

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O loiro se pôs a andar do meu lado pelo caminho até a ponte. Estávamos envolvidos num silêncio agradável, apenas olhando as roupas pela vitrine das diversas lojas enquanto saboreávamos nossas bebidas.

— Sakusa. — O loiro me chamou.

Hm. — Pronunciei, já que estava com a boca cheia.

— Eu e você acabamos de nos beijar.

Eu cuspi todo o líquido da minha boca e comecei a tossir um pouco. Limpei-me com um lenço, descartei o mesmo e voltei a encarar o mais novo.

Que merda você acabou de falar?!

— Eu e você nos beijamos.

Quando exatamente?! — Indaguei.

— Indiretamente. Você encostou seus lábios na sua garrafa, em seguida, trocamos nossa bebidas e eu acabei ficando com a sua. Portanto, demos um beijo indireto!

Você tem o quê? 12 anos? Aliás, eu não tinha achado isso nojento até você mencionar.

— Eu só estava brincando. — Ele ri um pouco. — E beijar não é nojento!

Não é nojento? Tem certeza...? Descreva um beijo para mim.

— É basicamente: duas pessoas movendo juntamente seus lábios enquanto deslizam a língua uma na outra e assim vai, numa troca de saliva constante e... Okay, você tem razão é nojento. Mas, de alguma forma, é muito bom. — Pronunciou ele. — Você nunca beijou antes?

É claro que não. 

— Quer que eu te mostre?

Não me faça querer vomitar. — Franzi o cenho diante a proposta alheia.

— Eu estava brincando novamente! — Ele diz com uma expressão de tédio. — Eu realmente acho incrível como você consegue acabar com toda minha alto estima em questão de se-...-gundos. 

Eu sigo seu olhar para tentar entender a pausa em sua fala e compreendi imediatamente o motivo. Tínhamos chegado ao nosso destino. A ponte Sakura-bashi que cortava o Rio Meguro.

O garoto atravessou a rua e inclinou-se sobre o parapeito da ponte, olhando para as diversas pétalas no rio. Eu me aproximei e fiz o mesmo que ele.

— É lindo.

O que...? — Eu direcionei meu olhar para o garoto.

Avistei seu rosto não muito longe do meu, iluminado pela luz amarelada de uma das lâmpadas da ponte. 

— É lindo, não acha? — Perguntou ele, acompanhado de um sorriso carinhoso.

Tal visão me hipnotizou.

Sim. — Respondi sem desviar meus olhos de Akihiko, ignorando totalmente a paisagem a minha volta. — É muito bonito...

Ficamos alí, em pé, apoiados no parapeito da ponte e conversando sobre diversos assuntos. Falamos sobre como o tratamento estava indo, sobre seu animal de estimação e sobre o show que Akihiko iria fazer, já que o mesmo tinha uma data marcada para o dia 28 de setembro, daqui duas semanas e meia.

— Eu vou fazer hora extra durante a semana, então não poderemos mais sair juntos todos os dias. Mas prometo pensar em encontros muito legais para recompensá-lo. — O loiro disse.

Você já tem algo em mente?

— Eu iria sugerir uma churrascaria! Assim você consegue se acostumar com um ambiente com mais pessoas.

Touch  Him  •  [Sakusa]Onde histórias criam vida. Descubra agora