Capítulo 15 - Meu passado

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Danya

Avisei Ana por mensagem que aquele homem cujo dizem ser meu pai voltou, ela ficou chocada tanto quanto eu, era cedo demais para ele ter voltado, é um sinal de que algo teria acontecido.

— Você pode falar comigo?— Daniel resmungou pela milésima vez.

Não respondi, eu precisava digerir, aquele rosto, tudo que eu vejo nele me desperta uma dor forte no meu peito.

— Daniil, tá me escutando?— falou novamente enquanto caminhávamos pelas ruas de Moscou.

— Desculpa coelinho.— sorri fraco e o olhei.— Quer comer alguma coisa ?

Ele me puxou para um banco que tinha ali próximo, se sentou e me olhou esperando que eu faça o mesmo, sentei-me ao seu lado e o olhei o interrogando.

— Você precisa conversar comigo,eu sei que precisa.— pegou nas minhas mãos sem ao menos lembrar que estávamos em local público.

Soltei-me dele e senti que seria impossível viver com Daniel sem sentir medo das pessoas em nossa volta, os olhares tortos que recebemos machucam muito, eu já estive ferido demais, não sei que se vou aguentar passar por isso.

— Não aqui, tem algum problema se formos pro seu apartamento?— perguntei.

— Não, meus pais saíram com o Noah, decidiram levar o caçula pro parque.— Explicou enquanto pegava o celular, provavelmente para chamar um táxi.

[...]

Durante todo caminho Daniel ficou trocando mensagens com Anyta, estava a deixar-me louco, aquele mulher não desistiria tão fácil de Daniel.


Assim que chegamos no apartamento de Daniel me senti aliviado, me sinto cauteloso demais na rua, mas não quero que Daniel se machuque com tudo que essa cidade prega, ser uma pessoa homossexual nesse lugar é como sentenciar a própria morte.

Me sentei no sofá de sua casa, senti-me em segurança, os pais de Daniel são pessoas amáveis, meu coelinho tem sorte de ter uma família assim.

Vou pegar uma água para você.— colocou seu casaco no cabideiro e me olhou por alguns estantes.

Antes que ele pudesse se mover puxei seu braço fazendo ele se sentar em meu colo.

— Você é meu, ouviu ?

— Por que estas a me falar isso? — tentou segurar o riso mas teve sua tentativa frustrada.

— Não se faças de bobo, eu vi como estava a rir para o celular.— forcei um rosto sério.

— Bobo é tu, Anyta é mulher.— colocou suas mãos em meu rosto.— Eu gosto de homem.— debochou de minha cara.

Segurei seu pescoço firme e ele me olhou surpreso,  encarei Daniel segurava-me para não beija-lo.

— Você gosta de mim em específico.— minha voz saiu suavemente e Daniel se apressou para grudar nossas bocas me dando um selinho.

— Se continuar me provocando não vou me segurar e você será o passivo.— sussurrou em meu ouvido e eu engoli seco.

Não me teste Daniel

— Babaca !— joguei Daniel devagar no chão e ele se levantou rindo.

[...]

Estávamos deitados, tudo que eu conseguia pensar era em qual desculpa eu daria para o velho sobre a faculdade.

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