I Want You

Bad Together

Now it's getting quiet here, Now it's getting blue, And this baby ain't no fair...

Depois de passar a manhã deitada na cama, olhando para o teto como uma adolescente que acabou descobrir o amor, eu ainda estava me recuperando da noite passada e da manhã incrível que tive hoje. Devo dizer que a companhia em questão me deixou inspirada, eu exalava amor, e que sentimento melhor para se descrever em forma de canção. Em alguns segundos eu me sentei na escrivaninha do quarto e escrevi alguns versos enquanto estalos os dedos compondo uma cadencia que se encaixasse na melodia que eu tinha inventado na minha cabeça. 

O som da campainha soa em meus ouvidos desviando minha atenção, apoio o cigarro no pequeno cinzeiro de vidro transparente e desço as escadas em direção a porta de entrada de minha casa para me deparar com Kate. 

— Você não dormiu em casa... tudo bem que eu também não, mas eu estava ansiosa para você me contar onde passou a noite.. — Kat me deu um beijo na bochecha e começou a tagarelar como de costume não me dando tempo para esboçar nenhuma reação.

—  Kat...   —  eu tentei falar antes de ser interrompida.

— Me diz que isso tem alguma coisa a ver com o seu ex técnico... — os olhos de Kate brilhavam em êxtase ansiosa para confirmar o que ela já imaginava.

Contraio os lábios para evitar sorrir, mas Kate me conhecia como ninguém, somos amigas desde o pré escolar, e sempre compartilhamos nossos segredos. Era obvio que ela descobriria, eu escondendo ou não, prova disso que não foi preciso eu responder.

— AAAAAH, eu sabia, eu sabia, vocês vieram para sua casa ou para dele? ele transa bem?  — Kat se jogava no sofá vitoriosa.

— Nós fomos para casa dele, e sim, o sexo foi incrível, apesar de eu estar com vergonha de te contar esses detalhes. — Caio na gargalhada com Kate e repito sua ação de se jogar no sofá.

— DUUUUA WANNA KNOW — Kate fez um trocadilho com o nome da musica e o meu zombando de mim  — Tava escrito na música dele que vocês tinham que ser um do outro. 

— Você é ridicula Kat — rio de sua piada — mas sobre música...

Mais uma vez sou interrompida, dessa vez pelo toque do meu celular. Ao olha-lo no sofá ao meu lado não reconheço o número no visor. Encolho os ombros para Kate demonstrando que não sabia do que se tratava e franzo a sobrancelha antes de responder a ligação. 

— Dua Lipa?

— Sim! quem é?

— Olá Dua, um prazer ouvir esta linda voz mesmo que pelo telefone, nós somos da Warner...

— Espera, Warner Gravadora? —  Eu digo sonora me virando para Kate com os olhos arregalados enquanto a morena arruma sua postura no sofá, atenta.

— Isso mesmo, Warner Bros, gravadora e produtora, estamos acompanhando sua evolução no The voice, e ficamos interessados em entrar e contato e quem sabe trabalhar com você, teria interesse de vir até nosso escritório para que nós pudessemos, não sei...conversar pessoalmente, talvez mostrar suas composições...

— CLARO — exclamei ao telefone — quer dizer, sim, claro, tenho algumas composições, inclusive estava trabalhando em uma hoje mesmo

— Ótimo! nós entraremos em contato com você por email confirmando os dados do nosso encontro. Até la...

— Até! muito obrigada. Muito obrigada mesmo, de verdade.

— Tchauzinho Dua Lipa.

No final da ligação eu apoio meus cotovelos nas minhas pernas e com a mão que segurava meu celular eu tento miseravelmente tampar os olhos e começo a chorar enquanto Kate está ao meu lado gritando histericamente e pulando no sofá. Por alguns segundos eu hesito em falar e ainda com o rosto vermelho e em soluços eu digo,