new love

75 2 1
                                    

Dua

Acho que toda garota adolescente já teve uma paixão avassaladora, daquelas platônicas, inatingíveis, que deixa a gente fora de órbita. E eu não era diferente. Toda adolescência e início de puberdade eu desejei alguém que para mim era intocável. Quer dizer ainda é, até pela diferença de idade, quando eu era uma garota de ensino médio virgem de 16 anos, ele já era maior de idade com seus 21 e já fazia vários shows por aí, lotando festivais e casas de show. O que me deixava ainda mais fascinada fazendo com que eu perdesse o interesse em todos os garotos ao meu redor. Com o passar dos anos a minha paixão platônica se tornou admiração, quer dizer eu não deixei de gostar dele, mas hoje em dia ele era mais como um ídolo para mim, e cada vez mais inalcançável. Principalmente para mim uma mera mortal.

Acontece que a vida sempre nos prega peças e a minha deu um giro de cento e oitenta graus e agora a minha paixão avassaladora da adolescência é o meu técnico no programa que é a oportunidade da minha vida, a oportunidade de entrar no mundo das estrelas assim como ele. E eu não posso mentir para mim. Quando eu o vi ali, na minha frente, a centímetros de mim despertou uma reação da adolescência. A diferença é que na adolescência eu sonhava com um namoradinho para cantar músicas para mim, e hoje eu vejo o homem diante de mim. Um homem super desejado, que pode ter todas as mulheres que quiser, e obviamente não se envolveria comigo. Eu nunca pensei que seria capaz de conhecer sua intimidade até ele me dar uma carona no seu carro. Que eu achei que fosse o máximo que eu conseguiria ficar perto dele. E agora eu passo meu tempo livre fantasiando estar perto dele. Sentir seu cheiro, seu gosto. O problema de tudo isso é que agora eu me esforço pra ser a melhor para ele, não estou agindo mais por mim. Eu faço coisas pensando no que Alex vai achar de mim.

Eu acordo em meu quarto com meu pai batendo na porta. Meu pai veio ficar comigo no início do programa, mas desde os 16 anos eu moro sozinha em Londres, então hoje era o dia que meu pai estaria de viagem de volta para Kosovo na Albania. Onde minha mãe e meus irmãos vivem. 

— Querida, dormiu bem? Desculpe por te acordar, mas Peter já deve estar a caminho. — Meu pai dizia amável com apenas uma fresta da porta aberta.

— Sim pai, acho que melhor que você na sala. Eu já vou me levantar. — sorrio me espreguiçando ainda deitada debaixo dos edredons.

— Com certeza dormir na sua casa vai ser melhor que dormir no avião. Eu fiz seu café da manhã favorito. Waffles com chantilly e morango. — meu pai sorria.

— Aí pai, você tem mesmo que voltar ? — respondi divertida.

— Sim querida, eu tenho certeza que minha garota se vira muito bem sozinha.
Vamos lá dula Peep, levante. — meu pai desceu as escadas de volta para a cozinha.
Como era bom ter a família próxima.

Então eu me levanto, e vou até o banheiro tomar um banho e fazer toda minha higiene matinal enquanto escuto Amy, treinando para a apresentação do próximo fim de semana.  Me visto com um vestido preto de bolinhas brancas De manga longa e coloco um paletó preto por cima. Depois de secar meu cabelo passando os dedos entre ele para que fique ondulado eu desço para a cozinha a fim de fazer companhia ao meu pai no café da manhã.

— Uau, o cheiro está incrível. — disse sorrindo chegando a pequena cozinha do meu apartamento e me deparando com um prato de waffles com chantilly e morango pronto.

— Café da manhã digno da próxima voz da Inglaterra. — meu pai me abraçava antes de eu me sentar para comer com ele.

— Pai, não fala isso. Da azar. Vamos deixar acontecer.  — eu comento dando a primeira mordida no waffle.

Meu celular toca e eu vejo que o nome de Peter com uma foto nossa se acendeu na tela.

— Bom dia linda. Estão prontos? Já estou chegando.

I Want YouOnde histórias criam vida. Descubra agora