Tradução: Foxita; Revisão colaborativa: Sr. Raposo.
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Depois de ingressar na cela da prisão, A-Ka continuou atordoado por um tempo. Ele não conseguia entender por qual motivo havia se exposto naquelas circunstâncias e confessado que era a pessoa por quem Heishi procurava.
Ele abraçou os próprios joelhos e sentou-se em um canto, pensando incessantemente: o que vai ser de mim?
Humanos eram animais racionais. Pelo seu próprio bem, ele há muito tempo tinha decorado vários artigos da lei. Enquanto A-Ka pensava e repensava no assunto, ele sentiu que o problema atual não necessariamente culminaria em sua execução, afinal a lei não dizia como alguém que trazia consigo um humano deveria ser punido.
O único crime que poderiam lhe imputar seria o de cruzar a fronteira entre os mundos. No entanto, A-Ka sempre foi bastante cuidadoso para não deixar quaisquer vestígios pelas câmeras de vigilância. Contanto que os robôs encarregados de cumprir a lei não pudessem atestar com certeza que ele secretamente havia saído do Formigueiro, ele seria absolvido.
A questão envolvendo Heishi era ainda mais fácil de ser resolvida. Como ele não tinha identidade e não era um fugitivo de outras seções, era bastante provável que ele e A-Ka fossem inocentados. Para tanto, era crucial que Heishi não revelasse a verdade aos robôs, ou seja, que A-Ka já havia saído escondido anteriormente.
No entanto, tão logo A-Ka fosse processado pelo clone, ele acabaria preso e seria imediatamente executado pelo crime de furto.
A-Ka estava muito satisfeito por inconscientemente ter tomado a decisão correta. À primeira vista, parecia que sua decisão tinha sido responsável por salvar Heishi, mas na realidade ela acabou salvando sua própria vida.
Com isso em mente, A-Ka deu uma olhada em Heishi, que estava sentado de frente para ele, imaginando uma maneira de lhe dizer o que estava pensando sem que fosse notado pelas câmeras de vigilância. Assim que levantou a cabeça, notou que Heishi também o encarava. Eles estavam separados por duas celas, cujas barras eram feitas de feixes de laser horizontais e verticais que se cruzavam.
"Heishi," falou A-Ka.
Heishi olhou para ele.
A-Ka: "O que exatamente você veio fazer aqui?"
Heishi respondeu, "Não é da sua conta."
A-Ka: "Seu...."
A-Ka não tinha como lidar com Heishi, que apenas olhava ao redor, com os olhos cheios de suspeitas. Quando ele estava prestes a estender a mão e tocar nas barras de laser, A-Ka imediatamente falou apreensivo, "Não encoste nisso, não toque em nada!"
Heishi falou friamente, "Cala a boca!"
A-Ka simplesmente respondeu, "Então vá em frente, toque nela. Não me culpe se você morrer."
Heishi ficou em silêncio por um bom tempo e finalmente decidiu não testar e se colocar em perigo.
"Não diga nada." No fim, foi tudo que A-Ka pôde dizer.
Heishi permaneceu ali parado em silêncio observando A-Ka. Em pensamento, A-Ka refletia repetidamente: como explicar isso para Heishi? Aquele homem já adulto que ele tinha resgatado e trazido consigo parecia ser uma espécie de lunático.
Ele não sabia de nada. Quando fosse interrogado, ele provavelmente não mentiria. O mais perigoso era que Heishi não tinha qualquer noção da atual situação, da Cidade das Máquinas, ou do status dos humanos na sociedade e sua relação com os robôs. A-Ka sentia apenas que a situação era bastante espinhosa.
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Xingpan Chongqi [Tradução PtBr]
Science FictionNas marés do tempo, os humanos perderam sua posição como a espécie mais inteligente. O que ganharam em troca foi uma cidade de aço que ascendeu ao leste da China, e um deus artificial chamado "Pai". Regimes governados por máquinas dominaram o mundo...