Tradução: Foxita; Revisão colaborativa: Sr. Raposo.
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A-Ka foi levado para o interior de uma pequena aeronave militar, na qual havia um único clone como piloto.
"Achem um lugar e sentem! Apertem os cintos! Vou levá-los até a Nave-Mãe!" Gritou o piloto.
A-Ka se lembrou que o velho havia lhe dado algo para entregar ao General Libre, líder do exército dos clones, então rapidamente se sentou. Pelas janelas, ele podia ver o céu tomado pelo brilho das chamas; tropas mecânicas se reuniam como um enxame de vespas, obstruindo totalmente a visão.
A aeronave tremeu violentamente e Heishi segurou a alça do teto acima de si com firmeza enquanto o piloto gritava, "Cuidado com a cabeça!"
O caça deu uma guinada em pleno ar e virou perigosamente para um lado, deslizando por um espaço entre tentáculos de metal de duas naves gigantes em formato de água-viva. A-Ka perguntou, "Vocês podem vencer?"
"Não sabemos ao certo!" Gritou o piloto. "Eu não sei quem foi o filho da puta que vazou as informações, mas os planos da rebelião tiveram que ser antecipados!"
A-Ka sentiu uma pontada de medo no coração. O piloto prosseguiu, "Estamos indo para a região central do País das Máquinas[1]! Tomem cuidado!"
A-Ka falou, "Não vá! Você vai morrer!"
"A Nave-Mãe está lá!" Disse o piloto. "General Libre está na linha de frente! Não tem como voltar atrás!"
Um raio de luz brilhou à distância e iluminou o mundo todo, irradiando bolas de fogo que assobiavam ao passar. A luz ofuscante inundou o campo de batalha.
Naquele instante, todo barulho se distanciou e os arreadores ficaram totalmente tranquilos. Heishi parecia ter visto algo e lentamente se levantou, dirigindo-se à cabine de comando.
A-Ka o segurou, falando para que se sentasse, que era muito perigoso, mas suas palavras foram afogadas pelo silêncio etéreo. Ele percebeu que o som da explosão foi tão alto que deixou todos temporariamente surdos. Tão logo agarrou a mão de Heishi e entrelaçou seus dedos aos dele, ele sentiu que a luz parecia carregar uma onda de energia que os chamava fracamente.
O que era aquilo? Por um momento, A-Ka se esqueceu que estava em uma situação de perigo e olhou fixamente para a coisa dentro da luz branca.
Foi então que o pequeno caça saiu do círculo de luz. Quando o som voltou, A-Ka viu claramente o que estava ao seu redor; era uma visão de tirar o fôlego: a Nave-Mãe dos clones era tão grande quanto uma cidade e flutuava em pleno ar. Dela, saíam milhares de naves de combate, que avançavam como uma onda gigante em direção ao Computador Central.
O Computador Central, "Pai", permanecia firme, como se segurasse o céu e sustentasse a terra. Ele emitia uma luz ofuscante e brilhante ao controlar as densas massas de robôs aéreos, bloqueando as investidas da Nave-Mãe. Nuvens negras turvavam o céu e se uniam, formando um redemoinho, enquanto o campo magnético parecia dividir o mundo em pequenos pedaços quebrados e fragmentados.
Esta era uma luta de deuses e, quando a contemplou, A-Ka não conseguiu evitar estremecer.
Naquele momento, a base defensiva de "Pai" mais uma vez disparou balas de canhão e uma perfurou a lateral da Nave-Mãe. Estilhaços e pedaços de aço explodiram, voando em todas as direções.
"Cuidado!" Heishi empurrou A-Ka para o chão.
Um estilhaço voou em alta velocidade na direção da cabine de comando e, com um estrondo, perfurou a cabeça do piloto. Sangue jorrou por toda parte. O caça balançou descontroladamente e rodopiou em direção ao chão. A-Ka deslizou para os fundos da cabine.
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Xingpan Chongqi [Tradução PtBr]
Ciencia FicciónNas marés do tempo, os humanos perderam sua posição como a espécie mais inteligente. O que ganharam em troca foi uma cidade de aço que ascendeu ao leste da China, e um deus artificial chamado "Pai". Regimes governados por máquinas dominaram o mundo...