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Dasha Dunay

Minha vida na universidade estava se desenrolando lentamente, e eu estava começando a me sentir mais confortável com o meu disfarce. Apesar dos desafios de esconder meu passado e salvaguardar a minha vida, eu estava determinada a abraçar esta oportunidade como um aprendizado e crescimento.

Felizmente conheci Elif, minha única amiga, o que torna tudo isto mais suportável, ela é incrivelmente simpática e extrovertida. No início, nossos encontros eram casuais, apenas trocas de olhares amigáveis e pequenas conversas nos corredores da universidade. Agora um mês depois da minha vida ter mudado completamente, Elif me convidou para eu estudar na sua casa, mas eu não sei se Vladímir vai permitir uma coisa dessas, pois posso estar a colocar o plano deles em risco.

Sim, Vladímir Maksim e sua família russa estão tecendo um plano de vingança que vai mudar tudo. 

Vladímir havia sofrido profundamente com a perda de sua filha, e a dor o transformou em um homem em busca de vingança. A família Kaplan, a mesma que havia tirado a vida de sua filha, agora era o alvo de sua ira. Ele está determinado a desmantelar a família Kaplan e a destruir aqueles que haviam lhe causado tanta dor.

O plano de vingança era cuidadosamente elaborado. Vladímir reuniu informações, construiu alianças secretas e infiltrou espiões em todas as partes do império Kaplan. Cada movimento deles está a ser monitorado, cada negócio, rastreado. Ele estava acumulando evidências incriminatórias que seriam usadas para enfraquecer o poder dos Kaplan.

Minha participação no plano era limitada, dado o perigo iminente e a necessidade de manter meu disfarce. Eu era, de certa forma, um peão neste jogo de vingança, mantido na escuridão sobre os detalhes mais sombrios. Mas eu sabia que, de alguma forma, minha vida estava intrinsecamente ligada a esse drama, e eu não poderia escapar de suas consequências.

Por isso, busquei incessantemente por informações relacionadas à família Kaplan, fiquei a saber da existência de Alev Kaplan, o assassino da filha de Vladímir. Alev Kaplan é um homem de tirar o fôlego, se eu não soubesse o tipo de monstro que ele é, diria até que me apaixonei à primeira vista quando vi as fotografias dele em pequenos recortes de jornal espalhados por uma gaveta no escritório de Vladímir. Sua beleza é apenas uma parte da máscara que ele usa para ocultar a sua verdadeira natureza.

Ele é filho do poderoso Umut Kaplan, o chefe da máfia turca, o maior inimigo da família Maksim. Umut Kaplan é também um homem bonito mas com feições rudes e crueldade implacável esculpidas em seu rosto. Pelas fotos pude perceber que sua expressão era sempre sombria, como se estivesse perpetuamente irritado com o mundo.

Lembro-me de uma noite em particular, quando Vladímir estava mergulhado em pensamentos sombrios. Ele falou em voz baixa, como se estivesse compartilhando segredos obscuros comigo. Ele mencionou atrocidades que Umut supostamente havia cometido, crimes hediondos que deixaram uma trilha de sangue e sofrimento.

"Umut Kaplan é um homem cruel, Dasha", disse Vladímir com uma expressão sombria. "Ele não hesita em usar a violência para alcançar seus objetivos. Há rumores de que ele é responsável por mortes brutais, torturas impiedosas e traições inimagináveis."

As palavras de Vladímir ecoam em minha mente, deixando-me arrepiada e perturbada. Eu não conseguia imaginar como alguém poderia ser tão cruel, tão impiedoso. Umut Kaplan é um verdadeiro monstro, um homem cuja crueldade parecia não ter limites.

Vladímir está mesmo determinado a fazer Umut pagar por seus crimes, custasse o que custasse e de certa forma eu sinto que preciso fazer alguma coisa também, eu também estou envolvida nisto tudo e não quero ter o mesmo fim que Zhenya, a filha de Vladímir, teve.

Saio dos meus pensamento e finalmente, reúno a coragem necessária para abordar Vladímir Maksim com meu pedido. Eu o encontro em seu escritório, onde ele está ocupado com seus planos e esquemas de vingança. Minha voz treme quando começo a falar.

- Vladímir... - comecei hesitante - eu tenho um pedido a fazer.

Respirei fundo, sabendo que estava prestes a pedir algo que poderia ser perigoso para todos nós.

- Eu gostaria de estudar na casa de Elif, fora da mansão. Ela é minha única amiga e eu confio nela plenamente.

Vladímir olhou-me fixamente, seus olhos penetrantes parecendo examinar minha alma. Eu estava nervosa, esperando uma recusa, mas, para minha surpresa, ele assentiu lentamente, talvez por estar tão imerso nos seus planos.

- Se isso é o que você deseja, Dasha, eu permitirei. Mas saiba que será perigoso. E você estará sob a proteção de um grande número de nossos guarda-costas. Não podemos arriscar sua segurança.

Eu estava grata e, ao mesmo tempo, apreensiva. Minha chance de ganhar um vislumbre de normalidade estava se tornando realidade. 

Decidi me aventurar pelas ruas de Istambul e ir caminhando até à casa de Elif, que ficava bem no centro da cidade. Sabia que estava a seguir seguida mas a beleza de Istambul me fez esquecer esse detalhe.

À medida que saí da mansão, fui recebida por uma explosão de cores e sons que definiam essa cidade única. Istambul era uma fusão de culturas, onde o passado e o presente se entrelaçavam de maneira fascinante. As ruas estreitas e sinuosas me convidavam a explorar cada esquina, onde o antigo e o moderno se encontravam em harmonia.

Istambul, com sua mistura de culturas e história rica, era uma cidade que pulsava com vida, ao contrário de Urfa. Enquanto eu continuava minha caminhada em direção à casa de Elif, eu me sentia grata por ter a oportunidade de experimentar essa cidade única e pelas possibilidades que ela representava para meu futuro incerto.

Cheguei à casa de Elif bastante cansada e ansiosa porque nunca tinha tido uma amiga nem vivências parecidas com esta. Elif me recebeu com um sorriso caloroso e um abraço afetuoso, como se eu fosse parte de sua família. Sua casa era acolhedora e iluminada.

- Estou tão feliz que você tenha vindo, Dasha! - disse ela, seu entusiasmo contagioso me confortou instantaneamente.

Nós nos sentamos em sua acolhedora sala de estar, onde uma mesa repleta de iguarias turcas nos aguardava. Elif sabia que eu amava a culinária local, e seu gesto de preparar essas delícias me fez sentir ainda mais bem-vinda.

Comemos e conversamos, como amigas que compartilhavam histórias de vida, sonhos e desafios. Elif não fazia ideia da complexidade do meu passado, e isso tornava nossa amizade ainda mais especial. Eu tinha a sensação de que poderia ser eu mesma ao seu lado, sem a necessidade de esconder quem eu era.

Enquanto trabalhávamos nos exercícios e lições, senti uma sensação de normalidade que há muito não experimentava. Estávamos apenas duas amigas estudando juntas, compartilhando risos e desafios acadêmicos.

No fim, antes de ir embora, Elif quis me apresentar melhor a sua casa e explicou que seus pais estão sempre viajando e que ela praticamente vive sozinha. Falou de seu irmão e disse que estava ansiosa para nos apresentar e eu também fiquei empolgada para conhecê-lo.

Enquanto caminhávamos pela sala, apreciando as pinturas e objetos de decoração, meus olhos se fixaram em um quadro na parede. Era uma fotografia de um homem jovem, de beleza enigmática. Sim, era Alev Kaplan. Meu coração deu um salto enquanto eu encarava a imagem dele.

A revelação de que Alev era o irmão de Elif era um choque, um turbilhão de emoções que eu mal conseguia processar. Ou seja, ela é filha de Umut Kaplan.

Elif não fazia ideia da verdadeira identidade de Alev e muito menos do seu pai, e eu não podia revelar essa conexão. Enquanto eu tentava disfarçar meu choque, uma sensação de inquietude tomou conta de mim. Eu estava mais profundamente enredada nas complexidades da vingança de Vladímir do que jamais imaginei, e agora, essa ligação com Elif tornava tudo ainda mais perigoso e complicado.

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⏰ Última atualização: Sep 08, 2023 ⏰

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