Capítulo 06: Ergam suas espadas, dissipem a névoa cinzenta

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Capítulo dedicado à capista maravilhosa que fez a nova capa da história, Madlyn, a leitora extremamente fofa, a Soph-chan do Social Spirit, e a leitora que fez a primeira recomendação da história: Lady Holland B. Obrigada meninas! Vocês são incríveis! Aproveitem bem o capítulo! Tenham uma boa leitura!

Algumas horas mais tarde, estávamos todos reunidos à mesa da cozinha, tomando nosso café e conversando, como de costume. Há uma atmosfera calma e brilhante ao nosso redor, fazendo com que eu possa tomar meu café com mais tranquilidade. Rindo e conversando sobre coisas inúteis, como apostas de mudança climática ou quem levou um tombo na neve. Minha mãe continua a me fitar com aquele olhar de preocupação, o que não me chama a atenção por ser algo extremamente comum, principalmente se você levar em conta o que aconteceu há algumas horas. Tudo está maravilhoso, como sempre desejei que fosse. Como acontecia nos lanches de domingo, em que todos sentavam-se no quintal para tomar suco de laranja e comer bolinhos feitos por mamãe.  

Uma atmosfera agradável.  

Toda a tranquilidade e serenidade que antes me fora negligenciada nesses últimos dias estão sendo recompensadas.

Minha irmã pergunta se podemos ir lá fora para tomar o ar da manhã, todos concordam. Todos chegamos à conclusão de que necessitamos um pouco dos raios solares matinais. 

Passamos horas rindo e conversando lá fora, tanto que decidimos almoçar por lá. Estendi a toalha no chão enquanto minha mãe colocava as panelas quentes no pano bordado pelos delicados traços do papai. Larissa ajudava minha mãe a carregar os utensílios de dentro de casa e trazê-los para o quintal, e meu pai pendura-se no telhado para consertar o buraco no teto que se abriu esta manhã, resultado do último bombardeio ocorrido na última semana, falta de parafusos suficientes e operário experiente.

— Como está, querida? — Papai grita de cima do telhado à minha mãe, apontando-lhe a telha recém-colocada em seu lugar.

— Adam, está ótima, agora por favor, venha comer — implora mamãe.

— Alice, estou quase terminando...

— Adam, por favor — diz minha mãe, soando lenta e mortal como um iceberg. Ele começa a descer do telhado, bufando.

— Mais alguns segundos e sua cabeça iria ser cortada fora, papai — digo, brincando.

— Quanta delicadeza, Annie. Isso não é coisa de menininha educada — responde ele, apertando minha bochecha. Empurro sua mão para longe do meu rosto. Como resultado, a pele da minha bochecha estica e é solta bruscamente, de maneira que alguns segundos depois, começa a arder.

— Certo, certo. Peguem seus pratos e vamos comer! — Minha mãe quase cantarola, feliz.

Começamos a comer a refeição básica: feijão, arroz branco e uma suculenta carne que desmancha na boca a cada mordida.

A cada garfada no prato, tenho vontade de comer outra e outra, tanto que em menos de 10 minutos já raspo o prato com a colher, lambendo os resquícios de caldo de feijão. Todos riem de minha voracidade, apesar de todos terem feito o mesmo.

Recolhemos os pratos e entramos dentro de casa. Começo a lavar a louça, enquanto Larissa as enxuga. Puxo logo conversa:

— Sabe, miudinha, você tem estado meio sozinha esses dias.

— É — responde ela. — Você quase não conversa mais comigo. — Ela me olha de relance, sorrindo maleficamente. Empurro seu rosto de volta para os pratos, enchendo seu rosto de sabão. 

— Não fala isso. Eu converso sim. Estou conversando agora — retruco, indiferente.

— Agora! — Ela joga água em mim repetidas vezes, sem nunca parar, fazendo-me gargalhar.

A Heroína Imperial [EM HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora