Cap 3 - A verdade escondia na Luz

192 4 2
                                    

Hao acordou sobressaltado de um sonho. Não, aquilo foi um pesadelo.

Ele estava em um templo acompanhando monges em seus rituais, ele estavam de joelhos, abaixavam e levantavam o tronco, com a mãos juntas repetindo a não-palavra, o som do universo, para alcançar a paz verdadeira como era de costume.

De repente eles aceleraram os cânticos, num frenesi que não condizia com a rotina.

Um correu desesperado para fora templo, atingido o Ronin no percurso. Gritava ensandecido.

- Ashura! Ashura! É o dia do fim, nos perdoe, oh, grande Deus! – Hao achou absurda a fala do sacerdote, o semideus estava morto, derrotado pelos oitos kensais. O templo tremeu.

O som de destruição e gritos de dor vindos.

 Hao saiu sacando sua espada que brilhava estranhamente.

 O cenário que viu era de pavor, fogo e morte. Casas destruídas, pessoas chorando por entes queridos em seus braços.

Guerreiros marchavam em uma direção apenas para serem repelidos.

Quando viu o causador de tudo aquilo, foi quando acordou.

 Um gigante, cabelos feitos de fogo, com seis braços que ria enquanto esmagava, pisava e acabava com tudo a sua volta.

 Já recuperado, ele se viu perto de uma fogueira. Tinha faixas no peito e podia sentir que estavam untadas com algum tipo de remédio refrescante.

A ninja estava do outro lado, podia perceber que ela estava atenta a tudo, mas seu olhar se desviava para os cinco itens colocados em um grande pano adornado. Ele percebeu que seus machucados ainda não estavam recuperados quando tentou se levantar pelo espanto que teve, mesmo que ele já soubesse que deviam estar com ela, ver cinco dos oito artefatos lendários ali na frente daquela mulher misteriosa era de espantar até um monge de Hudan.

 - Isso são eles? De verdade? Mas… - Ele estava tão emocionado de ver as relíquias, que demorou em estranhar que na verdade eram seis objetos que estavam ali.

O sexto tinha aquele brilho misterioso e sagrado dos outros - o mesmo brilho da sua espada no sonho - porém ele nunca ouviu falar de um leque entre os oito.

- O que é esse leque?

 Como se para mostrar que aquele último item realmente tinha algo com os outros, a ninja o pegou, abrindo abanou os artefatos que brilharam em suas escritas e detalhes adornados, como se fossem um só.

 - Você, como muitos outros, não sabe desse artefato pelo simples fato de que a história que foi ensinada não passa de uma mentira, ou melhor, uma nova verdade - ela respirou como se fosse difícil falar daquelas memorias que só de existirem fazem tudo perder o sentido - Você não sabe como é a história verdadeira, assim como não sabe que nove eram os heróis no dia que Ashura foi derrotado e aprisionado. Não morto como dizem. – Ela conteve um riso do rosto incrédulo do ronin.

 Aquilo era muita informação: mais um artefato, outro herói e... e…Ashura aprisionado? Hao quis dizer algo e debater, porém um dos lemas do seu clã era “ouvir, analisar e agir”.

 Como se esperasse por aquilo, a ninja continuou. - Acho que primeiro eu devo me apresentar, sou Otohime Miyamoto, o último membro do clã Vazio. - Ela pôde ver o misto de duvida e surpresa nele.

“- Será que ele aguenta toda a verdade? Não posso terminar isso sem ele.” – Ela uniu força e narrou à história verdadeira.

 - Esse leque é o Ocaso dos Deuses e é o responsável pela vitória sobre Ashura.

 ----------------

Vazio e o CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora