Capítulo .3

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Preto. Tudo está preto. Sinto uma horrível dor de cabeça, como se tivessem martelado um prego nela.
Onde eu estou? O que está acontecendo?

Ash.

É A única coisa que eu lembro. Abro meus olhos, estamos em um carro. Ibe está ao meu lado. Estou num táxi? Sinto novamente uma pontada de dor, mas dessa vez em minha barriga. Estou meio zonzo, tonto e suponho que minha pressão está muito baixa. Olho para baixo, tem um pedaço de pano amarrado em mim, há sangue nele. Eu estou sangrando?

Ah sim, na biblioteca, minha ferida se abriu.

Ash.

Ibe percebeu que eu acordei.

_ Eiji! Você acordou. Ah meu Deus.

_ A-ash... O-onde-? - perguntei

_  Ah, sim. Estamos indo para o hospital, Ash está na ambulância, um pouco mais a frente de nós. Vai ficar tudo bem. Tente-se manter acordado e....

Eu não o ouvia mais. Tudo ficou turvo, minha visão começou a ficar preta novamente. A cidade ficou desfocada, me lembrava uma árvore de natal vista de longe, várias luzinhas piscando. Estou com sono. Acho que Ibe estava chamando por mim. Não tinha mais forças.O carro acelerou, e tudo sumiu.

E dessa vez, eu não o vi.

•■•

Quando abri os olhos novamente, estava numa cadeira de rodas, no hospital. Tinha um suporte de soro ao meu lado e uma agulha com o cano que leva pro soro fisiológico em meu braço.
Pisquei algumas vezes até me acostumar com as ofuscante luzes brancas do teto do hospital. Eu estava numa sala. A pequena porta em minha frente tinha uma janelinha de vidro. Ao meu lado, algumas macas desocupadas. Pude enxergar Ibe do lado de fora, no telefone com alguém.

Reuni minhas forças e comecei a mexer a cadeira de rodas. Como o suporte de soro era móvel, o levei comigo. Abri a porta e sai da sala.

Ibe me notou.

_ Eiji você...

Ash.

_ Ash, cadê ele?

_ Ele está numa cirurgia. Eles estão dando pontos e vendo se não houve nenhuma infeção.

_ Alguma notícia até agora?

_ Bom, parece que o corte foi profundo, e como a faca foi retirada no mesmo momento, a hemorragia piorou muito mais. Ele perdeu muito sangue. Estão lá com ele à 2 horas. Só fui informado disso.

_  Ele pode... morrer?

_ Não sei Eiji, as pessoas sempre podem morrer. Mas Ash é forte. Ele vai aguentar.

_ E quem...?

_ Ninguém sabe ainda. Além disso, alguns desconfiam de suicídio.

Não, Ash não faria isso. Ele sabe muito bem onde se acertar se ele quisesse realmente se matar. Com certeza foi outra pessoa.

_ Aqui - Ibe disse entragando a carta para mim. - ele estava com isso na biblioteca.

A peguei de sua mão. A carta estava manchada de sangue em vários pontos. A passagem ainda estava ali. Intacta se não fosse pelo sangue. Uma lágrima ameaçou sair. Eu dobrei o envelope e guardei em meu bolso.

_ Posso ir vê-lo? - perguntei.

_ Não. A sala de cirurgia é restrita. Você também não está nas melhores condições. Acho que você pode descansar um pouco. Qualquer coisa eu te acordo, ok?

Concordei com a cabeça. Claro que eu não iria dormir. Estava ansioso por notícias sobre Ash. Porém, uma enfermeira chegou e injetou algo em meu soro. Anestesia eu acho. Tudo ficou... sonolento

"Aguente por mim, Ash. Depois que tudo isso acabar, nós vamos juntos pro Japão, e nunca mais nos preocuparemos com nada além de nós dois."

Ash iria aguentar.
Ele tem que aguentar.
Ele vai aguentar.

•■•

Olá pessoas!
O que estão achando??? Não sei se vcs tbm sentiram essa dor no coração mas a pancada aq foi forte.

Se gostaram, lembrem de favoritar e comentar. Aceito opiniões e sugestões construtivas. É isso!

Sa-yo-na-ra Onde histórias criam vida. Descubra agora